Alaska

Cruzando o caribe para explorar a américa central. as viagens com todas roupas vao me cozinhando alternando com um refrescante mergulho no mar.

 
 

Dia 73 - 13/07/19 – Acordei cedo para arrumar as coisas, tomar um café e chegar a tempo no porto marcado para as 8:30. Pontualmente cheguei no barco e pouco depois já ligamos o motor para iniciar a viagem. Estava em êxtase em viajar em um veleiro de 125 pés.

A tripulação era composta por 2 casais mais o Edwin que era o marinheiro. O primeiro dia estava previsto viajar somente, até a tarde do dia seguinte. Entrando para mar aberto, começou a balançar mais o barco e depois de algum tempo começamos a nausear levemente. Fomos basicamente no motor pois o vento estava muito fraco. Almocei leve e comi pouco no jantar. Fui deitar e dormi enquanto a tripulação viajava noite afora.


Dia 74 - 14/07/19 – Acordei melhor disposto e fui ao deck. Depois de fazer algumas fotos e vídeos, foi servido o bom café da manhã. Ficamos um pouco mais na preguiça e deitados, pois ainda restava velejo. Depois do almoço, o tempo virou rapidamente em questão de minutos, e foi uma correria para dar o bordo nas velas. Tudo feito, desligamos o motor e aproveitamos o vento que também havia aumentado!

Não durou muito o vento e voltamos ao motor, sempre com as velas altas para tentar ganhar algum nó de velocidade. Em pouco tempo começamos a entrar na região das ilhas de san blas que eles chamavam de cocobandero. Chegando ao local que ficaríamos, ao descer ancora, já havia pescadores locais encostando os barcos. Eram cidadãos kunas, que habitam esta região. O panamá tem uma história interessante, pois foram “colonizados” pelos EUA, que tentaram impor sua cultura na região central para domínio do canal. As tribos ao norte e sul conquistaram autonomia para manter suas culturas, sendo o povo kuna, um dos com maior autonomia. Dentre exemplos da autonomia, o capitão nos contou que se um kuna assassina outro kuna, ele e julgado por eles mesmos, e a pena e ser enterrado vivo. Sua linguagem e interessante também, a frase “eu não sei” e dita como eu toquei minha barba, gesto em geral usado para dúvida. Homem fraco seria o homem com flor e o homem forte seria o homem sem flor. Muito interessante sua cultura local, mas em contato com a civilização, acaba pegando os valores capitalistas, e de certa forma, o capitão precisa dar refrigerantes, cerveja, alguma comida e usar os serviços deles como comprar peixe, lagosta, pedir para limparem o casco e no final pagar algo.

Ancorando, já saímos nadando até a ilha próxima, e demos umas voltas conhecer. Na sequência peguei um caiaque e fiz uma volta maior por outras ilhas. O lugar era lindo, verdadeira imagem de ilhas do caribe que esperava com agua cristalina, areia branca, estrelas do mar na praia e tranquilidade por não ter muitos turistas.

Jantávamos um belo filet mignon no dia quando servi a garrafa de rum que havia comprado para tomar como um bom pirata no caribe. Ficamos um pouco mais depois do jantar conversando, até que o croata falou que haveria uma festa em uma ilha e que ele foi convidado. Já bêbados, decidimos ir, porem com um problema: estávamos em 5 e 2 caiaques. Por fim das contas, 2 dividiram um caiaque, o alemão foi no outro e eu e o americano fomos nadando. Chegamos lá já cansados com a bebida já passando um pouco pelo exercício. Nisso veio o vigilante da ilha dizendo que não poderíamos ficar. Tentamos falar com o dono da festa, porém não foi amigável. Pegamos as coisas e fomo nadando de volta até a ilha que estava perto do barco, em que víamos uma fogueira. Ali estava um pessoal do outro veleiro que ficava na ilha, bem menor com 17 pessoas. Fomos recebidos pelo grupo e ficamos tomando nosso rum por ali conversando com o pessoal que viajariam no caminho para Colômbia. Acabando o fogo, voltamos ao barco e quando todos foram dormir, tomei mais uma cuba livre sozinho no deck vendo as estrelas.


Dia 75 - 14/07/19 – Acordei melhor disposto e fui ao deck. Depois de fazer algumas fotos e vídeos, foi servido o bom café da manhã. Ficamos um pouco mais na preguiça e deitados, pois ainda restava velejo. Depois do almoço, o tempo virou rapidamente em questão de minutos, e foi uma correria para dar o bordo nas velas. Tudo feito, desligamos o motor e aproveitamos o vento que também havia aumentado!

Não durou muito o vento e voltamos ao motor, sempre com as velas altas para tentar ganhar algum nó de velocidade. Em pouco tempo começamos a entrar na região das ilhas de san blas que eles chamavam de cocobandero. Chegando ao local que ficaríamos, ao descer ancora, já havia pescadores locais encostando os barcos. Eram cidadãos kunas, que habitam esta região. O panamá tem uma história interessante, pois foram “colonizados” pelos EUA, que tentaram impor sua cultura na região central para domínio do canal. As tribos ao norte e sul conquistaram autonomia para manter suas culturas, sendo o povo kuna, um dos com maior autonomia. Dentre exemplos da autonomia, o capitão nos contou que se um kuna assassina outro kuna, ele e julgado por eles mesmos, e a pena e ser enterrado vivo. Sua linguagem e interessante também, a frase “eu não sei” e dita como eu toquei minha barba, gesto em geral usado para dúvida. Homem fraco seria o homem com flor e o homem forte seria o homem sem flor. Muito interessante sua cultura local, mas em contato com a civilização, acaba pegando os valores capitalistas, e de certa forma, o capitão precisa dar refrigerantes, cerveja, alguma comida e usar os serviços deles como comprar peixe, lagosta, pedir para limparem o casco e no final pagar algo.

Ancorando, já saímos nadando até a ilha próxima, e demos umas voltas conhecer. Na sequência peguei um caiaque e fiz uma volta maior por outras ilhas. O lugar era lindo, verdadeira imagem de ilhas do caribe que esperava com agua cristalina, areia branca, estrelas do mar na praia e tranquilidade por não ter muitos turistas.

Jantávamos um belo filet mignon no dia quando servi a garrafa de rum que havia comprado para tomar como um bom pirata no caribe. Ficamos um pouco mais depois do jantar conversando, até que o croata falou que haveria uma festa em uma ilha e que ele foi convidado. Já bêbados, decidimos ir, porem com um problema: estávamos em 5 e 2 caiaques. Por fim das contas, 2 dividiram um caiaque, o alemão foi no outro e eu e o americano fomos nadando. Chegamos lá já cansados com a bebida já passando um pouco pelo exercício. Nisso veio o vigilante da ilha dizendo que não poderíamos ficar. Tentamos falar com o dono da festa, porém não foi amigável. Pegamos as coisas e fomo nadando de volta até a ilha que estava perto do barco, em que víamos uma fogueira. Ali estava um pessoal do outro veleiro que ficava na ilha, bem menor com 17 pessoas. Fomos recebidos pelo grupo e ficamos tomando nosso rum por ali conversando com o pessoal que viajariam no caminho para Colômbia. Acabando o fogo, voltamos ao barco e quando todos foram dormir, tomei mais uma cuba livre sozinho no deck vendo as estrelas.


Dia 76 - 15/07/19 – Levantamos para o café da manhã, após uma ótima noite de sono. Nossas cabines no barco eram ótimas extremamente confortáveis, já que estávamos com um espaço enorme em apenas 4 pessoas: Eu, um americano, um alemão e um croata. Tomamos o café da manhã em um lindo dia com tempo totalmente aberto. Fomos na sequência com um barco para os recifes fazer snorkel. A vida marítima no caribe e linda, colorida e não exige grandes profundidades para ser apreciada. Voltamos ao barco e descansamos até o almoço. Pela tarde me diverti pulando de lugares altos da embarcação e fazendo o rope swing. Eu parecia uma criança em um parque de diversões. No final da tarde, fomo deixados novamente em um recife e fizemos um snorkel maior circulando um grande recife.

Pela noite, fomos servidos com um grande banquete de lagosta e peixes pescados com os pedaços de lagostas durante o processo de limpa-las. Uma delícia de jantar. Fizemos o pagamento para o capitão e fomos descansar para o dia seguinte que seguiríamos viagem.


Dia 77 - 16/07/19 – Acordei um pouco desanimado de ir embora daquele lugar incrível. Tomamos o café da manhã e já começamos a organizar as coisas. O barco se dirigiu para uma ilha onde entregou nossos documentos para que um barco menor fosse fazer os tramites de migração. Facilita muito nossa entrada, já que não precisamos fazer quase nada, nem comparecer. Na sequência fomos de barco até o porto, pois não poderíamos descer de lá pela profundidade, o barco apenas encostou a proa e guinchou nossas motos para fora. Que medo de estourar a corda. Já com as motos, nos vestimos e seguimos por uma divertida estrada até chegar na pan-americana. Fomo parados no trajeto por um posto de controle kuna, onde pediram um recibo de uma taxa paga a eles por transitar no local.

Chegamos na cidade do Panamá e seguimos direto para aduana, onde faríamos os tramites de entrada da moto no país. Procedimento feito tranquilamente sem problemas. Seguimos para o hostel que o croata já havia reservado. Daí eu descobri como estava tudo caro no pais. Pagamos 14 dólares por um quarto compartilhado em 8 pessoas. Comprei um lanchinho no mercado vizinho ao hotel e pulei na piscina refrescar do dia quente na estrada. Tinha muita pesquisa a fazer no novo pais e na américa central. Pela noite fomos todos juntos jantar no hooters, e lá se vai mais dinheiro, que caro para comer! Estava exausto, voltei e dormi.


Dia 78 - 17/07/19 – Acordei com o Tony saindo por volta das 6:30. Me sentindo descansado, também levantei e comecei a me arrumar para render mais o dia. Seguimos cada um para o lado. Eu fui pela manhã conhecer a eclusa miraflores no canal do panamá. Quase chorei ao pagar 20 dólares para visitar, e quando entrei não tinha nada demais. Tudo bem, não poderia sair do panamá sem conhece-lo. Fui o bairro do casco viejo e visitei o museu do canal do panamá, mais 10 dólares. Este, achei interessante pois aborda toda história da entrada americana no pais, tentando também importar sua cultura e também a história do canal, com as lutas da população para toma-lo de volta dos EUA.

Segui na sequencia rumo norte, passando pela enorme ponte das américas que cruza o canal. Ao entrar na estrada, o trajeto foi muito sofrido pelo calor que me cozinhava. Comecei a ter muito sono o que me obrigava a parar a cada 30 minutos. Não rendia a viagem, porem queria chegar a cidade de Boquete que estava a 500km da cidade do panamá. Pro meio da tarde, algumas nuvens escondiam o sol, me ajudando a seguir em frente. Fui parado a primeira vez pela polícia. Dizia que estava a 110km/h em área urbana que era 60. Pediu os documentos, mas mal olhava eles, já me falando que teria que me dar uma multa. Me pareceu muito que queria dinheiro. Começou a sondar o que eu fazia, descobrindo se havia espaço para tentar. Eu, nada inocente, comecei a contar a história que viajava, tinha um site, muitos seguidores de vários países, e que colocava as impressões dos países em grandes mídias sociais e etc., aumentando tudo. Por fim, me deixou seguir viagem sem a multa. A grande verdade, não acho que conseguem me multar aqui. Segundo ele, deveria pagar na fronteira, mas se rasgasse o boleto e falasse que perdi, não ia acontecer nada, duvido que tenha conexão a policia rodoviária com a migração. Pela segunda vez, passei por outro policial que me deu sinal para parar meio em cima da hora, com um caminhão no meio. Achei oportuno fingir que não vi e segui. Mais adiante o colega me parou falando que o outro disse que eu estaria a 140, o que duvido. Começou o mesmo protocolo de multa, e fui conversando com o mesmo papo e por fim, ele se interessou nas minhas histórias de viagem, e gastando saliva, terminei incentivando ele a aprender inglês pelo aplicativo que baixei no celular dele. Tiramos até uma foto e me liberou sem multa. Segui viagem até o terceiro me parar, sem más intenções, somente pediu para que controlasse velocidade.

Peguei um final da tarde na estrada, com bela paisagem. Já está anoitecendo por volta das 19:20, e peguei pequeno trecho a noite, chegando por volta das 20:00 no hostel já pesquisado. Consegui um jantar no mesmo local e fui dormir no quarto para 8 pessoas.


Dia 79 - 18/07/19 – Noite não foi tão agradável em quarto cheio, mas é melhor que vá me acostumando com estes preços em dólar. Tinha ido dormir as 22h e acordei por volta das 7h. Sai com o computador pois preciso pesquisar e ter uma ideia do meu roteiro na américa central. Tomei café apenas, pois quero economizar e emagrecer a barriga de Chopp também não é nada mal. Por volta do almoço fui de moto até a cidade ver se acho algo mais barato, porém sem sucesso. Os preços no hostel, apesar de caro, estão muito bons na média local. Pedi então uma boa massa com pesto. Fiquei na jacuzzi na tarde. Tomei um banho e fiquei atualizando as coisas no computador. Johannes, o alemão chegou para o mesmo hostel, e o americano Tony chegou para mesma cidade. Nos juntamos para o jantar pela noite. Foi uma noite divertida e tomamos varias cubas libres com o pessoal no hostel. Ótimo hostel, boa estrutura, simpáticos funcionários e muito boa comida por preço justo.


Dia 80 - 19/07/19 – Acordei no quarto de 8 pessoas do Castillo de Bambuda. Decidimos na noite anterior ficar mais um dia antes de ficar muito bêbado. De ressaca pela manha, mantivemos a decisão. Tomei um bom café da manha no hostel que tinha todas refeições muito boas. Peguei meu computador e fiquei pelo dia alternando entre a piscina e a edição de vídeo. Almoçei por ali mesmo um ótimo atum com vegetais. Foi uma tarde de descanso enquanto o Tony e o Johanes foram fazer uma caminhada a uma cachoeira. Pelo final do dia, nos encontramos novamente para o jantar no hotel tomando mais algumas cervejas. Dormimos mais cedo pois eu e o johannes seguiríamos viagem no dia seguinte. Sem encher a cara hoje.


Praia em MAnoel Antônio

Praia em MAnoel Antônio

Dia 81 - 20/07/19 – Acordamos sem pressa, tomamos o café da manhã e o Johannes queria sair um pouco mais tarde porque iria encontrar uma amiga do dia anterior antes de sair (estava fazendo uma trilha que partia as 0:00). Após o café da manhã, enquanto me arrumava, chegou o grupo que havia ido para trilha. Decidi esperar o Johannes pois cruzar a fronteira em 2 seria muito mais fácil. Sai um pouco mais cedo enquanto ele terminava seu café da manhã pois precisava sacar dinheiro. Marcamos um posto de gasolina como ponto de encontro, e após abastecer esperei um pouco até ele aparecer. Neste trajeto, acendeu uma luz de alerta, me dizendo que meu pneu havia perdido pressão durante a noite, chegando ao limite. Consegui enche-lo no posto. Chequei se a válvula estava correta com uma chave emprestada do Johannes. Viajei alerta se continuaria a perder a pressão, verificando constantemente no painel. A viagem foi tranquila, e chegando na borda da Costa Rica fomos fazer os tramites de fronteira, que era muito burocrático pelo lado da Costa Rica. Pagamos uma taxa de 38 dólares por um seguro obrigatório, tiramos as copias necessárias, e passamos pela aduana, que tinha um agente extremamente antipático. Após os tramites todos que durou por volta de 1:30, seguimos viagem por uma simpática estrada até a cidade de Manoel Antônio. Chegamos ainda pelo meio da tarde no hotel que havíamos pesquisado antes que tinha um estacionamento próximo, porem era bem desagradável. Pagamos apenas 11 dólares, sendo um dos mais baratos que encontramos, por um quarto compartilhado com 8 pessoas. Deixamos todas coisas e fomos ainda a tempo para a praia. A praia é linda, com uma agua não tão cristalina, mas formando uma bela paisagem com a selva cobrindo a curta margem de areia. Por se sábado, cidade cheia e praia cheia.

Após o banho, jantamos burritos em um restaurante ao lado do hotel e tiramos um cochilo pôs prandial. Por volta das 21h levantamos em busca de algum lugar para tomar cerveja. Fomos até o Selina que foi indicado, porem nos cobrariam 6 dólares somente para entrar. Fizemos uma ótima troca pelo bar da frente que tinha um avião na entrada e era muito bem decorado. O avião foi aproveitado da época de intenso contrabando da costa rica para os EUA. Johannes é um cara bem legal, e tomamos algumas cervejas por aí. Assim como muitos europeus, são um pouco ríspidos se não os conhecem, porem após conhece-los, são muito simpáticos. Depois de algumas cervejas, ainda tomamos uma cerveja no caminho de volta e fomos dormir. Nosso dormitório se completava com alguns adolescentes animados para balada. Então acordamos algumas vezes pela noite, e fomos com o ventilador até o dia seguinte.


Dia 82 - 21/07/19 – Segui parcialmente destino Nicarágua, pois o preço na Costa Rica esta insustentável. Paguei 3 dólares por uma garrafa grande de água no dia anterior. Me separei do Johannes pelo caminho, por ele iria para San José e voltar para casa para trabalhar por 3 semanas. Chegando a fronteira da Nicarágua, a Costa Rica me cobrou mais 12 dólares para saída. A entrada na Nicarágua é a mais burocrática de todas. Começa antes da fronteira com a exigência de preencher um formulário online pelo menos 7 dias da entrada, incluindo informações especificas de onde irá cruzar a borda, onde vai ficar e as datas. Na fronteira, precisa responder muitas perguntas do agente na migração e pagar taxa de 12 dólares de migração. Neste tempo, uma senhora veio cobrando mais 1 dólar da taxa do município. Feito isso, preenchi um papel da aduana e voltei a entregar para o agente da aduana assinar. Levei ao policial para carimbar que havia inspecionado e fui de volta a outra cabine da aduana. Aí entreguei os documentos, e felizmente, ela fez as copias aí mesmo. Segui para sair da fronteira, porem ao chegar, descobri que não havia pago mais 2 dólares da taxa de fumegacion que haviam feito logo que cheguei. Voltei e paguei, e segui viagem até meu destino na cidade de Granada. Chegando um pouco apreensivo de que fosse perigoso, mudei minha impressão rapidamente. Cidade tranquila, sem parecer estar correndo riscos. Já havia pesquisado algumas opções e acabei me estabelecendo no Selina, que apesar de mais caro com quarto de 8 pessoas, só havia 1 pessoa, e por ser domingo, era improvável de encher. De fato, não aconteceu e tive uma ótima noite de sono. Antes de dormir fui andar pela cidade ainda no final da tarde, na bonita praça em frente ao hotel. Muitos pássaros voando e cantando, com uma bela rua iluminado descendo em direção ao lado que faz margem com a cidade. Muito restaurantes e bares em margeando a rua porem também muitas pessoas tentando vender coisa ou pedir dinheiro. Terminei jantando uma pizza sozinho no lugar que oferecia ar condicionado.


Dia 83 - 22/07/19 – Levantei e fui ver como estava a Lopi que havia dormido na rua. Acabei aceitando pois estava no lugar mais turístico e com um segurança 24h do hotel olhando a moto. Ao sair, fui ao lago vê-lo, sem impressionar muito, e segui viagem a norte para perto da fronteira.

Quase chegando em Chinandega, fiz uma ultrapassagem em local proibido e fui parado imediatamente pela polícia que estava pouco a frente. Parece que foi combinado o carro andar a 20km/h.

Conversei com o policial que falou da infração e que teria de apreender minha carteira, o que de fato seria muito pior do que receber uma multa. Comecei o teatro com a cara triste, tentando conversar, explicar a viagem, e me parecia muito que queria dinheiro. Chegou uma outra senhora na hora e começou a conversar com ele, e neste intervalo acabou me liberando. Sem entender muito o que acontecia, segui rápido minha viagem. Cheguei ao hotel que havia planejado previamente e me pareceu bem estranho. Quando estava para ir embora, pareceu uma simpática senhora que me apresentou ao hotel e me estabeleci. Jantei em um Mc Donalds por perto e voltei a dormir em um bom e limpo quarto com um ventilador. Pelo meio da noite, acabou a energia e perdi o ventilador, o que piorou muito minha situação e dormi suando de calor. Pelo jeito não tinha bastado o calor do dia todo na moto e tive uma noite semelhante.

Velho amigo de infância…

Velho amigo de infância…


Dia 84 - 23/07/19 – Acordei cedo pois seria um longo dia cruzando toda Honduras e terminando ao norte de El Salvador. Considerei ir ao litoral onde tem uma famosa região de surf, porem a previsão não estava das melhores apesar de ser um lugar consistente em ondas. Acabei indo para outra cidade conhecida, Santa Ana. O caminho era longo, e ficou muito pior por conta do calor que me acompanhou por toda viagem, chegando a 38 graus célsius com sol aberto. Cheguei em 1 hora para a primeira fronteira e aí fiz os tramites. Chegando a fronteira vejo muitos caminhões em fila. Como é feito normalmente, corto essa fila e chego diretamente a migração que, de fato, e para ser separado entre carros e caminhões. A saída da Nicarágua e chata, porém muito mais rápida. Do lado de fora, veio um cara com camiseta da cor da aduana, já pedindo seus documentos até que o perguntei se ele fazia parte de algum órgão oficial e descobri que era mais um querendo pegar meu dinheiro. Entrei sozinho e fiz os tramites sem problemas após pagar a taxa de saída de 2 dólares. Para entrar em Honduras, repetia a história de todos abordar assim que você chega, esta, talvez a mais intensa de todos com uns 6 caras vindo correndo ao mesmo tempo. Entrei e fiz a imigração sem intercorrências. Neste local, conheci um mexicano muito simpático que na saída da Nicarágua, havia elogiado minha moto e perguntado da viagem. Ele seguia ao México com uma Land Rover antiga que havia comprado na Costa Rica. Na fila podemos conversar melhor, e aí me disse que um trajeto na costa leste do México, está dominada por narcotraficantes fortemente armados, que podem inclusive te parar e cobrar pedágio para passar. Me alertou para pesquisar melhor a rota, se dispondo a me ajudar. Peguei seu contato. Os tramites da aduana foram rápidos quando chegou minha vez. Tirei as copias necessárias no local ao lado e paguei a taxa de 35 dólares.

A saída de Honduras foi tranquila. Parei minha moto bem ao lado do local, fugindo de todos que tentar vender moeda, ou ajudar nos tramites. Entrei rápido e os tramites foram feitos muito rápido. É engraçado pois o ar condicionado que sai da pequena janela de atendimento, já refresca muito. Ficava ali colado a ela.

Cheguei a Entrada para El Salvador. Já mais esperto, parei a moto bem mais a frente e à vista. Não há muita regra nestas fronteiras, pode parar onde quiser. Fiz os tramites de migração rapidamente sem nenhum problema e fiz a volta no prédio para a janela da aduana. Um senhor solicito me atendeu e pediu as copias que precisava e o formulário a preencher. Tirei as copias ao lado e entreguei de volta a ele, que pediu que eu aguardasse do lado de fora. Fiquei por ali aguardando e conversando com o Luís que encontrei novamente. Havia também um francês que viajava com sua família havia alguns meses. Depois de uns 30 minutos, o senhor me chamou e estava pronto os documentos, e para minha surpresa ainda precisava seguir para outro prédio da aduana adiante para pegar outro carimbo. Segui viagem até o prédio, e entrei na fila junto com 3 mais caminhoneiros com enormes documentações. Aguardei ali quase derretendo de tanto calor até que consegui o ultimo carimbo. Passei o ultimo controle policial e segui. Meu destino seria a cidade de Santa Ana ao norte. El Salvador e famoso pelas praias de surf ao litoral, e tive muita vontade de conhece-las, porem a previsão não estava muito boa e achei melhor cruzar de uma vez o pais que tem uma fama de ser inseguro. Chegando em Santa Ana já ao final da tarde, segui direto ao hotel que havia pesquisado, com ótimas recomendações. Chegando o Hostel Casa Verde, fui muito bem recebido pelo dono Carlos, e estacionei em um ótimo estacionamento fechado do hotel. Chegando com minha moto, o pessoal já veio perto perguntar sobre minha viagem. Dentre eles, Geraldo Stoever, que adora viagem de moto e tem uma ducati 1260. Ele estava na cidade a trabalho, e me ajudou bastante com informações em relação a segurança no México e outros detalhes relacionados a moto como a revisão. Me passou também o contato de um amigo na cidade de Puebla, onde me recomendou conhecer e fazer a revisão. Com as informações, consegui fazer mais ou menos um roteiro para seguir no meu trajeto pelo México. Me juntei com eles para uma cerveja depois de estabelecido e quando foram ao jantar a trabalho, fui a um restaurante local comer as típicas poposas, que seriam muito parecidas com tortillas recheadas. Uma delícia. Voltei e dormi no ótimo quarto privado por 22 dólares com o som da chuva noturna. Que conforto!


Dia 85 - 24/07/19 – Acordei no dia seguinte muito satisfeito com o lugar que estava, e decidi ficar mais 1 dia. Tomei um café da manhã com o Geraldo que voltaria para o México neste dia. Saí caminhando e fui conhecer o Mercado municipal primeiramente. Muito interessante as bancas vendendo de tudo, principalmente tortillas e alguns açougues ao ar livre. Não tive coragem de comer nos restaurantes que serviam aí, pois tinham condições precárias de higiene. Segui caminhando pelas ruas em volta ao mercado que também estavam tomadas por barracas vendendo de tudo que se pode imaginar. Seguindo à praça principal, percebi que era uma semana festiva na cidade, com um palco montado na praça e muitas barracas vendendo artesanato e principalmente comida. Aproveitei para tomar um expresso em uma barraca pelo caminho. Conheci a igreja principal na praça e encontrei um restaurante pelo caminho, no qual parei para tomar uma cerveja. Ao pagar a conta, entreguei meu cartão que demorou para voltar para colocar a senha. Quando voltou, me pediram para ir ao caixa coloca-la e quando percebi, estava bloqueado. Os cartões de crédito por aqui não exigem senha, e pela caixa não saber, ficou tentando colocar o pin que vai atrás do cartão. Assim, apesar de que ela negasse ter tentado, elas bloquearam meu cartão. Acabou sendo facilmente resolvido depois com a ajuda de minha prima Renata que trabalha em uma agencia Santander.

Fui conhecer outro prédio histórico que era uma escola e estava abandonado, e no mercado, comprei um almoço para cozinhar no hostel, já que tinha uma excelente cozinha. Comi um bife com ovos e vegetais que ficou uma delícia. Fiquei pela tarde ali na piscina e atualizando as coisas no computador. Ao cair da noite, voltei ao mesmo restaurante para jantar os bons pratos que tinha visto no cardápio, optando por um belo camarão. Na volta ao hotel, me senti um pouco inseguro pelas ruas escuras e desertas, porém sem nenhuma intercorrência. Me estabeleci no hotel e dormi para seguir viagem no dia seguinte.


Dia 86 - 25/07/19 – Acordei cedo e comi o café da manhã que havia comprado no dia anterior. Preparei as coisas, montei na moto e segui viagem. Entraria na Guatemala com destino a cidade de Antígua. A fronteira não demorou muito e não tive grandes problemas, só as mesmas taxas para entrar no país. Segui viagem até a cidade de Antígua, onde ficaria no Selina mas mudei de última hora, pois não me disponibilizaram estacionamento. Me estabeleci em outro na média de preço da cidade (por volta de 15 dólares) com um estacionamento pago ao lado. Cidade cara por ser muito, muito turística. Fiquei no bar no próprio hotel pesquisando trajetos seguinte e hotéis dos próximos destinos. Por volta das 22 horas, com chuva, segui a um dominos pizza que estava a uma quadra dali. Jantei uma pizza que estava ótima e voltei para o hotel dormir.


Dia 87 - 26/07/19 –Acordei cedo, levantei e sai pela cidade passando pelos pontos turísticos. A cidade com ruas com bloquetes e muitas construções coloniais e coloridas. Fui passando por todas da região central, sempre com o belo vulcão de água ao fundo.  Parei para um delicioso café da manhã que me animou o dia. Já perto do horário para o checkout, voltei ao hotel e arrumei minhas coisas para seguir. No estacionamento conversei com o vigia da noite anterior, muito simpático e o presenteei com minha garrafa de agua que queria me desfazer. Por fim, também me cobrou menos do estacionamento em agradecimento e segui viagem. No trajeto rumo a cidade de Flores, percebi grande vibração na roda dianteira, possivelmente resultado de um buraco maior que passei no dia anterior. Já tinha percebido um pouco antes, porém havia piorado. Usei uma ótima função no GPS que me diz o concessionário mais próximo de minha localização e neste caso, estava a 10 km apenas. Fui em direção a agencia BMW na cidade da Guatemala e pedi para fazer o balanceamento. De fato, a roda estava um pouco amassada, e não ficaria perfeito. Aguardei ali mesmo e no fim do conserto melhorou a vibração. Segui rumo a cidade de Rio Dulce por rodovia duplicada com muitas curvas no início, piorando muito adiante. A estrada estava um pouco carregada de carros e caminhões, como é esperado por estar próximo da capital. Segui viagem sem intercorrências chegando a pequena cidade de Rio Dulce. O hotel inicial que havia pesquisado, não encontrei a entrada. Havia visto um hotel em uma marina com quartos compartidos, e quando vi uma marina, entrei achando que era ela. Meu engano, e o hotel era caríssimo. Já cansado da viagem ao sai, o vigilante dizia que necessitava ter carimbado, então me estressei com ele e voltei a carimbar. Cheguei a região mais popular da cidade. Difícil achar bom custo benefício, e depois de procurar acabei me estabelecendo em um médio. Pela noite, choveu muito e acabou a energia, ficando mais quente para dormir sem ventilador. Jantei ali no hotel mesmo e fui tentar descansar ao som da chuva.


Dia 88 - 27/07/19 – Levantei bem cedo pelo desconforto do quarto e aproveitei para seguir viagem. Tentaria passar pelo castillo San felipe antes, porém cheguei lá as 7h e só abriria as 8h. Desisti e decidi seguir viagem. Cheguei a cidade de flores por volta do almoço. Fui em direção a um hostel que havia pesquisado e apesar de não ter estacionamento, me estabeleci. O quarto para 6 pessoas era confortável e com ar condicionado. Saí para conhecer umas cavernas na região e não perder o dia. As cavernas apesar de enorme, tinha a parte turística pequena. Foi interessante entrar sozinho na caverna, sem guia e apenas com a lanterna. Dá um pouco de medo. Voltando, o hotel era muito agradável e estacionei a moto em frente mesmo. Aproveitei aí mesmo para consertar o prego que estava vazando o ar no pneu. Tomei meu tempo para fazê-lo pois era a primeira vez que consertava. Assim que arrumei, fui para a piscina tomar uma cerveja, e por aí fiquei até o final da tarde. Ficava de frente para uma lagoa que eu saia e ia mergulhar apenas atravessando a rua. O fato de ter crocodilo, foi sendo superado conforme aumentavam o número de cervejas. Pro final de tarde a piscina se encheu de hospedes que voltavam do passeio. Tomei um banho e sai na cidade para procurar comida e na sequencia fui dormir.


Dia 89 - 28/07/19 – Ao levantar, já preparei tudo e segui rota destino Belize. Pelo caminho, desviei 40km e fui conhecer o parque arqueológico de Tikal. Chegando lá, paguei a cara entrada ao parque e rodei mais uns 10 km até o estacionamento onde deixei a moto. Troquei de roupa e deixei meus pertences na portaria do parque, o que melhorou muito minha visita pelo calor. O parque é muito bonito, com muitas construções impressionantes e rodeado de selva. Algumas construções passam as copas das arvores que também são bem altas, e deixa muito bonito a vista aérea delas. Muito a caminhar e conhecer lá, gostei muito de ter visitado.

Voltando, parei pelo caminho a rocar de roupa na estrada, e escutei sons semelhantes ao de jaguares. Achei mais prudente seguir e parar em outro lugar. Segui destino Belize um pouco mais rápido. Meu destino seria Caye Caulker para mergulhar o Blue Hole, mas já estava conformado que não daria tempo de fazer tudo hoje. Cruzei a fronteira para Belize, que acabou sendo rápido e surgiu esperança de chegar a tempo para pegar o barco das 17:30. Segui um pouco mais rápido e cheguei a tempo. Estacionei dentro da agencia, ficando também mais tranquilo quanto a segurança da moto.

Por ignorância minha, me surpreendi ao descobrir que a língua oficial de Belize é inglês. Inicialmente me falavam inglês e eu respondia espanhol sem entender. Me deu impressão de mais um pais americanizado, pela aparência das pessoas, pela língua e pela aparente cultura.

Chegando a Caye Caulker, não havia pesquisado muita coisa e sai andando a buscar hotel. Já cansado pelo calor e por estar carregando as malas, acabei aceitando ver o hotel que um ambulante veio me oferecer. Por fim era um hostel grande até, com um dos melhores preços da ilha cara. Vencido pelo cansaço me estabeleci por aí. Saí pela cidade rapidamente ver se encontrava o passeio do mergulho já para o dia seguinte, porém sem sucesso. Voltei ao hotel e fui tomar uma cerveja, onde conheci um grupo de 5 irlandeses muito simpáticos que me chamaram para juntar a eles. Fiquei bebendo e fui dormir mais tarde.


Dia 90 - 29/07/19 – Acordei sem horário e descobri que o sinal da internet não funcionava no quarto. Decidi mudar de hotel pois um dia todo livre, sem poder pesquisar e atualizar as coisas seria um desperdício. O outro hotel um pouco mais caro era um pouco mais desconfortável. Fiz todas minhas pesquisas e fui para a praia conhecer. Fiquei 1 hora na bela agua caribenha e depois fui a um bar, que me ganhou por ter um píer avançando a uma pequena praia e sem ninguém. Comecei a beber cerveja e por aí fiquei por toda tarde. Durante esse tempo, apareceram os irlandeses de canoa (emprestada pelo hotel) e se juntaram a mim para uma cerveja. Eles foram devolver a canoa e voltaram com as 2 irlandesas pois iriam jantar por ali também. Fomos embora juntos e fechamos um passeio de snorkel para o dia seguinte, pois o blue hole é feito apenas nas segunda, quartas e sextas saindo as 5:30. Voltei ao hotel na promessa de encontra-los mais tarde, porém acabei dormindo até o dia seguinte.

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Dia 91 - 30/07/19 – Acordei para o passeio que saia as 9h. Tirei todos meus pertences do quarto pois iria voltar ao outro hotel mais barato. Ainda de ressaca escutamos as instruções do guia. A agencia era muito boa com bons guias. As pessoas na ilha tem o lema “go slow” e parecem todos estilo reggae, tranquilos. Já no início da viagem, os irlandeses carregavam uns drinks de rum para a viagem. É um povo difícil de acompanhar na bebida.

A primeira parada vimos um manatee, peixe boi em português. Bem impressionante e eu não sabia que íamos vê-lo pois não sabia a tradução da palavra quando fizeram a propaganda. Fomos seguindo o passeio que valeu muito a pena, pois fomos pela barreira de coral da mesoamericana, a segunda maior do mundo, que dispensa mergulhos profundos para aprecia-la. Apesar de bem turístico, era um grupo bem legal e nos divertimos também na viagem.

Voltando, voltei ao hotel que estava inicialmente. Fomos jantar em um restaurante perto do hotel e voltamos a descansar. Pela noite, decidimos ir a um bar recomendado, onde tomamos várias cervejas. Encontramos um de nossos guias que se juntou a nós. Depois de algum tempo escutando um senhor engraçado cantar, compramos uma garrafa de rum na conveniência e fomos ao hotel para toma-la. Fomos ao último andar quando chegou o responsável do hotel dizendo que não poderíamos ficar lá. Ele foi convencido até terminar o drink e nesse intervalo ele se juntou ao jogo de disse que os irlandeses tinham trazido. O jogo acabou sendo tão divertido que se estendeu por horas lá em cima.

O dia seguinte já tendo desistido do Blue Hole pelo preço e por estar muitos dias parado, seguiria para o México. Fui descansar depois de uma noite divertida.


Dia 92 - 31/07/19 – Acordei meio em cima da hora para pegar o barco das 10h, já que o próximo seria somente as 13h. Os irlandeses também estavam atrasados e começaram a correr. As 2 meninas ficariam e seguiriam apenas o Sam, o Connor e o Jack. Eles viajam pegando carona, o que dificulta um pouco mais para eles. Por fim, pegamos todos o mesmo barco e voltamos. Na estação nos despedimos, porem com intenção de que eles também chegassem em Bacalar, que seria meu destino. Peguei a moto e segui viagem pela estrada até a fronteira com o México. Cheguei sem problemas, apesar do medo do seguro que havia comprado por 3 dias e já estava vencido. A fronteira para saída foi rápida e tranquila. A entrada no México demorou um pouco mais pois havia bastante gente. Muitas taxas para pagar para entrar no México! Por volta de 100 dólares se vai ficar mais de 7 dias (se não cai pela metade) e mais 400 que fica consignado e dizem devolver na saída do país. Paciência.

Segui rumo a Bacalar, por ótima rodovia! Infelizmente o pedágio era bem caro, mesmo para moto, assim como já haviam comentado em relação as rodovias mexicanas. Em Bacalar, fui procurando um a um até me estabelecer em um Hostel. Saí ainda pela tarde para comprar um chip de celular, sacar dinheiro, conhecer a praça e a região central, e por fim, jantando um ótimo taco mexicano.


Dia 93 - 01/08/19 – Aproveitei o café da manhã no hotel e segui para outra unidade dele que ficava as margens da bela lagoa de Bacalar. Chegando lá, me surpreendi positivamente com a beleza do local. A região de rochas calcárias, torna a agua um azul muito bonito, como as fotos clássicas do caribe. Por ser ainda cedo, tinha a lagoa só para mim. Interessante que para essa região sul, havia muitos gafanhotos grandes voando, que a certa hora ocupavam boa parte do céu. Alguns caiam na agua e ali ficavam boiando. Pouco antes das 12h, decidi seguir viagem rumo a Tulum.

A rodovia é ótima, permitindo fazer viagens mais rápidas e mais confortáveis apesar do calor. Chegando a Tulum, vi a mensagem dos irlandeses que acabaram conseguindo carona saltando bacalar direto a tulum, e então fui para o mesmo hostel, Day Tripper. Apesar do atendente nada simpático e nada prestativo, o dono era o contrário. Organizei minhas coisas e saí para passear conhecer a cidade. Parei em agencias de mergulho para fazer cotações dos cenotes. Fui a região hotelera de tulum e vi a praia dominada por sargaço. Os hotéis dominam a região costeira deixando apenas algumas áreas de acesso público à praia. Fechei meu mergulho para o dia seguinte com o Carlos da Scuba7 por um ótimo preço. Voltei ao hotel e encerrei a noite bebendo uma cerveja com os irlandeses até umas 0:00, quando eles estenderam até o dia seguinte.


Dia 94 - 02/08/19 – Acordei para o mergulho que seria 7:30, e encontrei com o Sam ainda bebendo pela manhã. Dei umas risadas e fui para a agencia. Chegando lá descobri que havia mudado o fuso horário e já haviam saído. Sem muito problema, me encaixei no grupo das 12:30, o que foi melhor pois voltei a descansar até mais tarde. Pela tarde fui conhecer o The pit e o cenote Dos Ojos. A beleza e incrível, indescritível e tampouco igualmente representada em fotos e vídeos.

Voltei para comer muito animado com o mergulho e já deixei agendado outro para o dia seguinte. Me custavam 100 dólares por 2 cilindros e mais 20 dólares da entrada nos locais. Jantei uma pizza recomendada pelo Sam e voltei a tomar uma cerveja com eles. Também não muito tarde, fui dormir para o mergulho e eles ficaram por lá. Possivelmente não íamos mais nos encontrar então nos despedimos.


Dia 95 - 03/08/19 - Iniciamos o mergulho no cenote Angelita e na sequencia fomos ao Calavera. O angelita e uma experiência totalmente diferente que já tive, cruzando uma espécie de nuvem que acumula ao fundo, sendo este o meu preferido. Achei tão incrível, que convenci o Carlos a fazer mais 2 cenotes pela tarde, e fomos ao Casa Cenote e o Aktun Há, conhecido como Carwash. Os cenotes foram as paisagens mais incríveis que vi na minha vida, e acho que dificilmente há coisa mais bela. Cada um tem sua singularidade, então ao fazer 6, não fica repetindo a mesma coisa além da agua cristalina.

Voltando no final da tarde totalmente satisfeito de não ter ido ao blue Hole e ter feito vários nos cenotes por quase o mesmo preço, segui viagem destino Playa del Carmen, que estava muito próximo, onde já havia fechado para mergulhar na Ilha de Cozumel no dia seguinte com a Scuba Jeff. Sem hotel, parei para comer a primeira refeição do dia ao entardecer, em um taqueria barata regional. Encontrei um hotel perto do porto, liguei e segui para ele. Na recepção, um argentino que também viaja de moto pela América, me recepcionou e conseguiu autorização para deixar a moto dentro do hotel na madrugada. Me estabeleci e desci para uma cerveja, onde fui convidado para um prato de macarrão do francês que estava cuidando do hotel para o dono. Saí caminhar pela cidade na famosa 5 avenida de Playa del carmen. É um calçadão com muitas lojas, restaurante e coisas turísticas. Comprei a suit case da Go Pro para não perder mais um mergulho sem filmar. Voltei ao hotel para encerrar a noite.


Dia 96 - 04/08/19 – Pela manhã já deixei todas minhas coisas preparadas pois voltaria e seguiria viagem a Cancun. Saí em direção ao porto, atrasado e com medo de perder o barco (consequentemente o mergulho). Fui um dos últimos a entrar e consegui chegar a ilha de Cozumel. Fui recebido na saída pelo Jeff, e seguimos para o porto. Entramos no barco que continha vários minigrupos, pois lá cada divemaster parece ter sua agencia e aluga apenas vagas nos barcos. O local de mergulho e decidido no dia entre os Divemasters. Fomos ao lado de fora da ilha onde fica o parque nacional e parte do recife da Mesoamerica. Fiquei feliz em saber que éramos parte do grupo de maior experiência do barco e de fato tivemos um maior tempo de fundo e melhor “comportamento”. A visibilidade é muito boa e nos 2 mergulhos vimos muitos corais, muita vida muito colorida. Difícil exaltar-se com os locais logo após vir dos Cenotes, mas são mergulhos diferentes e faz jus a grande fama que tem Cozumel.

Voltando tivemos lanches no barco, e chegue a tempo de pegar o barco das 16h. Chegando em Playa del carmen, mantive a programação e segui viagem para Cancun, que também está pertinho dali com ótima estrada. Chegando, fui procurando hotel pelo caminho, até me recomendarem o Selina por conta do estacionamento. Acabei ficando por ele mesmo. Pela noite, sai conhecer o centro turístico da zona hoteleira de Cancun. Muitos lugares com música alta, luzes, dançarinas e festas. Parece bem divertido para bagunçar alguns dias. Achei nesse tempo o passeio que gostaria de fazer para o dia seguinte, que seria mergulhar com os tubarões baleia, que apesar de caro (120 dólares), era inédito para mim.

Tentei achar comida mais barata sem sucesso e acabei comendo perto do hotel a um preço médio. Fui para o hotel dormir. Pela noite entrou uma menina que nem estava no quarto, gritando com um amigo que estava lá, e depois entrou mais 2 conversando normalmente sem importar com quem tentava dormir. Foi uma noite difícil para descanso.


Dia 97 - 05/08/19 – Mais um dia de rotina agitada, montei todas minhas malas para seguir viagem pela tarde e fui para o passeio. Os tubarões baleia estão bem fora da isla mujeres, tomando quase 1 hora para alcança-los. Quando chegamos, tivemos direito a 2 mergulhos com eles cada dupla. Valeu a pena, experiência única. A volta foi mais difícil pela vontade de ir ao banheiro que me apertava. Ainda paramos na isla mujeres para um ceviche, e por ai providenciei um lugar para alivio. Comi um delicioso ceviche preparado na hora pelos guias dentro do bonito e azul mar caribenho. Acabou sobrando um restinho e rapei a panela. Chegando de volta à terra, peguei a van que me levou de volta ao hotel, e aí montei a moto para seguir viagem. Fui comprar o seguro obrigatório que era muito mais barato em Cancun e tive problema para pagar com meu cartão, quando descobri que ele foi clonado e por isso foi bloqueado. Como já estava no final da tarde, não poderia fazer grande distância, então segui para Valadollid que estava a 2 horas dali. Sem ser uma cidade muito turística, acabei encontrando um hostel que não tinha ninguém e depois chegaram 2 irmãs francesas. Acabou sendo uma noite tranquila de sono. Jantei um pouco antes em um carrinho com tacos bem tradicionais.


Dia 98 -06/08/19 - Me dirigi pela região do Golfo do México destino a Palenque. Esta região tem o mar igualmente bonito, porem e muito menos explorada turisticamente. São quilômetros de mar azul claro. Ainda no início parei para conhecer uma das 7 novas maravilhas do mundo, Chichen Itza. Este ponto turístico mais visitado do México oferece uma grande estrutura turística, o que eleva os preços. Já se paga para estacionar a moto, e em direção a entrada, deve pagar mais algo aproximado a 100 reais. Tive muita dúvida se valeria a pena entrar ou não, mas pelo status que carrega, acabei decidindo ir conhecer.

Entrei no complexo ainda com raiva pelo alto valor da entrada, mas conforme me acalmei, desfrutei o lugar. Tem uma bonita e melhor conservada pirâmide central, construção que representa o local. Interessantemente esta construção ecoa as palmas em som semelhante a uma ave local sagrada na cultura Maya. Muitos turistas ficam batendo palmas tentando reproduzir o som, chega a ser engraçado. As construções em volta não chamaram muito a atenção. O mais interessante foi um casal ao lado conversando com a mãe explicando ao filho “olha, aqui que eles se juntavam para fazer exercício” e na sequencia o pai corrigindo “sim, exercícios até a morte, né”, já que eles descreviam uma arena de gladiadores.

Já próximo de Palenque a estrada piora um pouco, mas chego sem problemas e fico em um hotel que acho pela internet. Como os dias estão bem longos escurecendo por volta das 20:30, aproveito para sair conhecer a cidade e comer alguma coisa. Termino no burguer king, pois as outras opções estavam mais caras. Encerro a noite no confortável quarto individual com ar condicionado.


Dia 99 - 07/08/19 – Pela manhã saio de bermuda e chinelo havaiana com a Lopi para conhecer as ruinas de palenque. Em algum trajeto da viagem, esqueci meu tênis. Algumas coisas vão sendo deixadas, algumas esquecidas e cada vez viajo mais leve e prático. Continuo empurrando para deixar as compras para os EUA. Estaciono na entrada bem movimentada que me parecia seguro. Entro para conhecer as famosas ruina maias do local que era um dos grandes centros maias junto com Tikal. Esta última foi minha preferida, porém Palenque tem apenas 5% das ruinas da cidade restauradas e expostas. Terminei em uma trilha com um belo rio de aguas cristalinas que morri de vontade de entrar, mas era proibido. As teorias dizem que a civilização maia foi extinta por conta de grandes secas que assolaram as cidades fazendo-os debandar.

Volto ao hotel a tempo de ir no banco pagar o seguro obrigatório que estava devendo pegar as roupas que tinha deixado para lavar e montar a moto para seguir viagem. Sigo destino Puebla, sem esperança de chegar pela distância, e acabo me estabelecendo na cidade de Córdoba. Fiquei em um hostel, que me permitiram entrar dentro dele com a moto por caminhos estreitos de pedestre. Fui passear no início da noite e tomei um Chopp na bonita praça principal. Passei na volta por uma pizza no Dominos e fui para o quarto compartido e vazio para uma ótima noite de sono.


Dia 100 -08/08/19 – Retiro a moto logo de manhã e já sigo viagem para a próxima cidade de Puebla. Chego na cidade e vou rumo a concessionaria BMW que havia agendado a revisão de 20mil km. Entrada na cidade muito demorada por uma manifestação que parou a rodovia. Após deixar a moto, me dão um taxi ao hotel que já havia ligado, com bom custo benefício em quarto individual. Já saio para um almoço que havia combinado com o Pablo, um amigo que Geraldo me havia passado o contato. Chegando lá mais alguns motociclistas se juntaram a nos para o almoço, inclusive um que havia acabado de voltar do Alaska. Comi um tradicional Chili Nogado com várias outras entradas típicas mexicanas. Pagaram toda a conta, e os agradeci pela recepção e daí tomei um taxi em direção ao barber shop que encontrei na internet. Deixei apenas o bigode para terminar a viagem com um típico corte mexicano. Ao sair, tocando um bom rock, acabei entrando no pub ao lado para uma cerveja e acabaram virando varias. Aproveitei para jantar tacos por aí mesmo e ao voltar para o hotel, nem tomei banho, cheio de cabelo, e dormi.


Dia 101- 09/08/19 - Acordei e tomei o banho que estava devendo, e o singelo café da manhã no hotel. Saí para passear pelo centro histórico que estava propositalmente perto do hotel. A catedral me impressionou muito, sendo muito grande externamente e muito linda internamente. Aproveitei sacar dinheiro e tomar um expresso na praça, e voltei me organizar para seguir viagem. Peguei um taxi até a concessionária que tinha minha moto pronta, revisando novamente a roda dianteira (que ficou melhor) e soldando o suporte de malas que havia quebrado. Agradeci a gentileza e paguei aproximadamente 1500 reais pelo serviço (6200 pesos). Depois da manhã agitada segui rumo a cidade do México onde passaria 1 noite. Estrada ótima percorrida sem problemas, e surpreendemente, entrada muito tranquila pela metrópole até o hotel. Estacionei e já sai para passear pela cidade. Pelo caminho comprei o ingresso para noite e fui em direção ao centro histórico da cidade, uma longa caminhada! As cidades são todas um pouco semelhantes, porem na cidade do México tudo de grandes proporções. Muito bonito passear por ali. Fiquei até começar a chover, quando esvaziou e ficou mais calmo e aproveitei para tirar minhas fotos. Enquanto chovia, esperei passar em um restaurante em frente à praça, porem de péssima qualidade. Voltei pelo caminho que tinha vindo, escorregando muito com meu chinelo. Ao chegar na avenida principal que me levaria ao hotel, tentei pegar um ônibus, porém não entendi o esquema para pagar a passagem e me pareceu que eu teria que comprar um cartão que usaria apenas 1 vez. Optei pelo metro a 1 quadra dali e voltei na hora do rush até o hotel. Tomei um banho, comprei 1 cerveja na máquina do próprio hotel enquanto carregava um pouco o celular e segui para o grande objetivo da visita que seria a lucha libre! Fui novamente caminhando parando para uma cerveja e um shot de tequila, pois já estava atrasado. Entrei no ringue e fui levemente enganado pelos ajudantes de encontrar lugar que trocou meu bilhete para um pouco mais ao lado. Desisti de reclamar.

Que começe a luta livre! Comprei umas cervejas ali mesmo com os ambulantes e me diverti muito com o espetáculo que é as lutas. Realmente é bem divertido e engraçado, porém não pode ir com expectativa de ver MMA ou artes marciais, pois não é o foco. Encerrando a luta, comi tacos em um restaurante simples pelo caminho, já perto do hotel, onde fui encerrar o longo dia.


Dia - 102- 10/08/19 – Sábado de manhã e já me organizava para seguir a Leon. Ali vivia o Geraldo que havia conhecido em El Salvador. Segui pela ótima rodovia duplicada até lá. Apesar dos pedágios caros e gasolina cara, viagem tranquila. Chegando a cidade, fiquei em um hotel na região mais próxima ao centro histórico pois já aproveitava para conhece-lo. Deixei a Lopi no bom estacionamento fechado e sai caminhar pela cidade, que estava lotada por ser sábado. Passei pelas igrejas, construções arcos e almocei tacos mais uma vez. Voltei ao hotel descansar quando recebi mensagens do Geraldo me avisando que havia me preparado uma viagem para o dia seguinte, e que seu chofer iria me buscar no dia seguinte. Agradeci e combinei de sair as 9h. Fiquei no computador até anoitecer, quando jantei um Mc donalds perto e voltei a dormir

Dia 103- 11/08/19 – Acordei a tempo para encontrar o chofer que se chamava Juan Jose. Apareceu pelo hotel 15 minutos antes e saímos destino a cidade de Guanajuato. Senhor muito simpático, me levou até lá, fizemos um passeio de carro pelos belos tuneis que passam debaixo da cidade formando uma arquitetura única nesta cidade. Depois de estacionar, caminhamos pelos principais pontos turísticos da cidade. A cidade e muito bonita, com belas construções e ainda não muito cheio pelo horário, apesar de ser domingo. Depois de caminhar, pegamos novamente o carro, e conheci o mercado municipal, fomos a um mirante da cidade onde cantavam mariaches e terminamos no museo de las múmias. Este último, existe pela preservação natural das criptas sem umidade e sem oxigênio. Interessante, mas muito cheio.

Voltamos por volta das 12h conversando com o senhor simpático, até chegar pontualmente as 13h, horário do checkout. Decidi seguir viagem tentar chegar em Monterrey, pois o hotel era ruim, com quartos fedendo cigarro e tudo aparentando meio sujo. No meu destino, estava em contato com o Jorge que conheci por instagram e já me havia oferecido local para ficar.

Segui aproximadamente 700km chegando por volta das 21:30. Dirigi a noite, mas já planejado, por estar boa a estrada e ter hospedagem gratuita no destino. Ao chegar, encontro Jorge me esperando no portão. Com o tempo, já se reconhece quando é uma boa pessoa e bem-intencionada como ele. Ele mora em 1 dos 3 apartamentos que aluga para Airbnb, e me disponibilizou um para que me hospedasse o quanto quisesse. Chegando, já tinha algumas cervejas geladas e antes de me estabelecer começamos a tomar e conversar. Acabou trazendo uma garrafa de Mezcal caríssimo, que era uma delícia e também foi toda. Depois de um bom tempo, desci minhas coisas, tomei um banho e fui dormir totalmente bêbado. Dia longo, porem com uma bela recompensa no final.


Dia 104 - 12/08/19 – Acordei com uma ressaca significativa. O apartamento que estou hospedado é demais. Tudo novo, bem decorado, grande, impecável. Pela manhã o Jorge me trouxe uma agua e ofereceu um engov que ele também tinha tomado. Daí saímos para tomar um café da manhã e optamos por comer alguns tacos, que já nos serviram de almoço. O Jorge fez uma volta na cidade de carro para relembrar o bairro em que morei por 1 anos por volta de 1999. Fiquei pela tarde descansando e aproveitei para atualizar as mídias que as tenho atrasadas desde que entrei no panamá. Pela noite o Jorge voltou do trabalho e ficamos conversando com umas cervejas e uma pizza até encerrar a noite.


Dia 105 - 13/08/19 – Repetimos a rotina do dia anterior, porem com menor ressaca. Comemos mais tacos e saí passear pela cidade para rever os locais em que havia morado, estudado e tudo mais que eu e minha família lembrávamos. Foi bem legar rever tudo. Fiquei descansando e no computador pela tarde. Aproveitei a ótima estadia para descansar. No final da tarde subi a terraço da casa para tirar fotos da bela vista que se formava ao pôr do sol. Pela noite juntamos novamente para uma cerveja e cozinhei o resto de comida que havia comprado no mercado. Fomos dormir pois no dia seguinte sairíamos de moto.


Dia 106 - 14/08/19- Desta vez sem tacos. Acordamos cedo e o Jorge conseguiu um GS 1250 emprestada para fazer uma volta pela região comigo. Ele tem uma GS 1200 que está trocando os aros pela garantia. Saímos para uma rota subindo a montanha e fazendo uma volta por traz delas. Experimentei um prato regional muito bom quando paramos para desayunar no início da estrada. É uma região muito frequentada por motociclistas e turistas nos finais de semana. Seguimos viagem pela bonita e divertida estrada, passando por belas paisagens rodeadas de montanhas. Uma região muito legal de dirigir, conhecer e ficar mais um tempo. Voltamos por volta das 12:30 pois ele teria um compromisso, e eu fui almoçar uns tacos. Fiquei pela tarde atualizando textos fotos, carregando tudo e preparando para seguir viagem apesar da preguiça e da vontade de ficar mais uns dias. Me dediquei no final da tarde para já deixar tudo pronto para o dia seguinte, quando seguiria viagem. Conversei brevemente com o Jorge e fui dormir.

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Dia 107 - 15/08/19 – Acordei cedo para vencer a preguiça e voltar para estrada. Encontrei o Jorge que gentilmente me trouxe uma xicara de café antes de me despedir. Conversamos a respeito da possibilidade de que me encontrasse para chegar ao Alaska. Já pela manhã a temperatura estava alta, com o céu aberto e o sol subindo. Já na estrada, não há muitos pontos de parada e muito menos sombra pelo caminho. Dias muito quentes exigem mais paradas, o que não é uma opção neste trajeto.

Na fronteira, como todas, não há muita sinalização para orientar a migração dos países. Passei por uma cabine que não havia ninguém (talvez pelo horário de almoço) e atravessei a ponte, me deparando já com a migração americana. Há uma fila de carros com cabines onde apresenta os documentos. Tendo o visa e os documentos em dia, eles liberam rapidamente. Na sequência passa outra área onde pode ser parado ou não para uma revista. Eu havia feito uma imigração temporária pela internet, porém não imprimi, o que me obrigou a faze-la novamente na fronteira com uma nova taxa de 6 dólares (que eu não tinha e me dispensaram de pagar). Tudo pronto, então voltei para o México, pois não havia encontrado a saída do pais e fui direto. Paguei novamente o pedágio para cruzar a ponte e fui até a aduana. A migração parece ser dispensável na saída, mas acabei pegando um carimbo pela minha insistência. Já na cabine de fora, fiz a saída da aduana, até para que receba de volta 400 dólares que paguei na entrada. As cabines antes da ponte que cruzei que não tinham ninguém, são destinadas a isto. Passei novamente pela cabine com os documentos já resolvidos e fui novamente fazer entrada nos EUA.

Enfim nos EUA! País enorme com muito a ser percorrido. Parei na primeira casa de câmbio e troquei meus pesos, pois na fronteira costuma-se ter melhor cotação. Daí segui viagem sofrendo com o calor e aprendendo tudo do novo País que visitara. Procurei pelo suposto seguro obrigatório nos EUA e não encontrei em lugar algum, limitado por ter a moto brasileira e não ter residência nos EUA. Depois de buscar em várias agencias, desisti. Sofri também para abastecer, pois o método deles e todo diferente, no qual, você paga no caixa primeiro a quantidade desejada e depois vai você mesmo abastecer. Na estrada, ainda aprendendo os costumes locais, tomei uma fechada de um carro bravo pois eu transitava pelo amplo corredor, mais um costume para me adaptar.

As rodovias são incrivelmente amplas, com asfalto de qualidade e motoristas mantendo um média próximo ao limite de velocidade em todas pistas, o que permite trafegar com segurança e velocidade. A polícia é rigorosa quanto a carros com excesso de velocidade, com placas dizendo que há até fiscalização aérea. Quanto ao limite de velocidade, existem placas, porem ele é tolerável acima se você estiver na velocidade média do fluxo. O problema vem se você estiver ultrapassando os carros com uma velocidade muito acima. Achei melhor manter no limite de velocidade evitar tomar uma multa cara e em dólares.

Fui cozinhando até Houston que ainda não tinha hotel definido. De longe avistei uma enorme cumulus nimbus, famosa pelo formato de bigorna que em geral tem inúmeras descargas elétricas dentro dela e muita chuva, aprendizado de quando estudava para pilotar helicóptero. Chegando na cidade, descobri que é muito difícil manter o padrão de buscar hotel no local para tentar encontrar melhor preço. Os hotéis têm uma média muito mais cara do que todos outros países que estive. Parei em um perguntar o preço, e quando decidi continuar buscando, implorei para me deixarem usar o wi-fi. Com internet, achei um hostel e consegui colocar no mapa para seguir até ele. Daí em diante fui seguindo o GPS que me guiou bem por baixo da nuvem que avistara de longe. Cheguei no hostel molhado e cansado do longo dia de viagem. Me estabeleci em quarto compartilhado com 8 pessoas por 36 dólares, que tristeza. Avisei meus familiares, tomei um banho, arrumei meu quarto e sai jantar. Tempo o suficiente para que já fechasse os fast foods mais baratos. Fui para uma pizzaria pequena local em busca de melhores preços, e paguei 11 dólares em uma pizza pequena que ainda me deixou com fome. Como o cansaço falava mais alto, voltei ao hotel para dormir.