Alaska
Atrasei para seguir ao norte. Inverno rigoroso nao faz farte da minha rotina, porem, estava ciente da possibilidade de nao conseguir subir por conta dos meus atrasos. cheguei aonde pude, presenciei lindas paisagens e tive grandes experiencias conhecendo o que é o inverno no artico. cruzei a fronteira ao alaska, nao atingi meus objetivos principais mas foi a melhor experiencia que tive.
Dia 139 - 16/09/19- Foi uma ótima noite de sono e acordei com a luz do sol descansado. Os investimentos que fiz nos últimos dias melhoram bastante a minha qualidade de vida. Desarmei o camping e segui, cumprimentado pelos meus vizinhos que nem cheguei a conhecer. Fiz uma volta maior para conhecer as Badlands, já que no dia anterior estava tudo escuro e vi apenas um bison, fugindo da estrada com olhos amarelos refletindo o farol
A paisagem nas Badlands era linda, com muitas pedras e relevo recortado. Vi muitos dos Prairie dogs, que na verdade são pequenos roedores. Saí do parque depois da pequena volta, sem pagar a entrada, pois não vi nenhum lugar cobrando.
Segui viagem passando por vários parques nacionais como Black Hills, Big Horn e no meio deles, o Mount Rushmore. Escultura interessante de 4 presidentes americanos, a qual todos já viram porem poucos visitaram, devido ao lugar mais isolados que se localiza.
As paradas pelos parques para fotos, ainda que tentasse evita-las, me atrasou. Cheguei na cidade de Greybull a noite. Dormiria na casa da Margareth e seu marido, local encontrado no site Bunk a Biker que me foi recomendado em Detroit. Tive um pouco de dificuldade para encontrar e parei em um bar onde gritaram quando passei e por isso achei que era lá. Só queriam me chamar por estar de moto, e era um ar biker friendly. Por fim cheguei a casa deles e fui recebido com um ótimo jantar, de batatas salteadas com cogumelos e frango na churrasqueira. Conheci o simpático casal que também são motociclistas e pretendem mudar para o brasil ou México na aposentadoria em breve. Me apresentaram o lugar onde acamparia, que para minha surpresa não seria na minha barraca, mas sim no seu trailer que estava estacionado fora. O trailer era na verdade uma casa muito confortável com chuveiro quente, banheiro, cozinha e cama de casal confortável. Tomei um banho e dormi confortavelmente.
Dia 140 - 17/09/19- Conforme recomendado na noite anterior, iria visitar Yellowstone e voltar para Graybull, a hospedagem em Yellowstone estavam por volta de 150 dólares e não estava recomendado acampar em barraca por conta dos ursos. Eu que não iria arriscar.
Porém, quando levantei, percebi que chovia muito. Olhei a previsão e vi que choveria o dia todo e estava 1 C em Yellowstone. Continuando a pesquisa, vi que o dia seguinte seria todo sol sem possibilidade de chuva. Sem dificuldade, decidi ficar um dia descansando para visitar o parque no dia seguinte.
Almocei melhor em um restaurante mexicano, que não era tão junkyfook: Arroz, feijão, salada, tortilha com uma carne moída frita. Tomei uma corona, aproveitei um pouco da internet para pesquisa e voltei ao trailer onde dormir e terminei de ver uns episódios de La casa de Papel. A Margareth me trouxe 3 fatias de pizza que jantei e aproveitei para agradecer e me despedir. Fui dormir depois de um dia ocioso.
Dia 141 - 18/09/19 – Acordei por volta das 9h e arrumei para sair. Os anfitriões já não estavam para me despedir então enviei mensagem e segui. Tomei um café da manhã no mc donalds em Cody, uma cidade com cara de antigo faroeste. Segui entrando pelo parque de encantado pela beleza. Paguei a entrada de 30 dólares com peso no coração, mas sabendo que valeria a pena.
Fiz o trajeto que tinha planejado, que engloba os principais pontos a serem visitados, pois o parque e muito grande para conhecer tudo em apenas 1 dia. A paisagem e linda, com cânions, cachoeiras, lagos, montanhas nevadas e etc. Yellowstone está sobre um vulcão, e por isso, repleto de gêiseres, termais e Springs soltando fumaça em diversos pontos de sua paisagem. O que me pareceu ser o principal foco do parque na verdade, seria a fauna. Já na entrada do parque, distribuem um folheto que está escrito com letras garrafais “ Yellowstone é perigoso”. Os Bisons, Alces, ursos, lobos e outros, estão em estado selvagem podendo atacar a qualquer momento. A visita parece um grande safari, no qual ficamos procurando estes animais. Tive a oportunidade de ver um bison muito próximo na estrada e lobos distantes pelo telescópio da ranger. Os lobos chegaram a serem extintos e foram reintroduzidos no parque com sucesso. Um dia muito belo da viagem.
Saindo do parque, já vi que os hotéis estariam muito caro nas cidades próximas. Era por volta de 17:30 e teria que dirigir um pouco mais longe para evitar os preços turísticos. Já cansado do dia todo em cima da moto apesar da menor distancia, vi um camping de parque nacional na beira da estrada com vários carros. Fiz a volta e fui ver melhor, descobrindo que a tarifa e apenas 7 dólares na noite. Decidi ficar por aí pela noite, para economizar e para evitar stress de ter que achar hotel ou ter que pagar caro. Me estabeleci na barraca ao lado da moto. Para entretenimento atualizei os textos que estavam atrasados a mais de 10 dias.
Dia 142 - 19/09/19 – Acordei conforme a luz do dia e organizei minhas coisas. Médio conforto na noite, mas sem grandes problemas. Simplesmente porque quando está muito cansado e com sono pesado, fica mais fácil de dormir bem a noite toda. Com tudo arrumado, segui viagem ainda sem destino, mas sentido a Seattle. Sem banho e com muitas coisas a ser organizadas e planejadas, decidi encurtar o dia e parar já no meio da tarde em algum hotel que poderia tomar um banho e utilizar a internet.
Acabei parando na cidade de Missoula, e me estabeleci em um hotel chamado Campus Inn, que era o mais barato que encontrei a 73 dólares. Confesso que foi um grande alivio uma noite em hotel, deixar todas minhas coisas jogadas, tomar um banho e relaxar verdadeiramente. Após o banho, fui ao Mc donalds na frente do hotel onde tomaria meu café da manhã e almoçaria por volta das 15h. Na sequência fui até o mercado em busca de uma lamina de barbear, que diante das minhas opções, eu desisti de comprar. Era ou uma de 8 dólares, ou um pacote de 5 dólares com 12. Acabei comprando um pote de Ben n´Jerry´s da promoção por 4 dólares e fui para o hotel organizar minhas coisas, me conectar aproveitando de um exagero de sobremesa. A refeição exagerada acabou me servindo de jantar e fiquei até dormir um pouco mais tarde.
Dia 143 - 20/09/19 – Acordei para aproveitar o café da manhã já incluído no hotel, não posso me dar ao luxo de perde-lo. Não era um dor melhores, apenas donuts, waffles tudo doce, mas comi até estar satisfeito. Voltei ao quarto organizar a bagunça do dia anterior e saí no limite do checkout às 11h para seguir viagem. Segui por um caminho um pouco mais longo e que cruzava por um parque nacional. O caminho todo vai margeando um rio e realmente e bonito, passando por uma região bem rural dos EUA. Meu destino seria a cidade de Walla Walla, onde havia contatado o Paul por intermédio do Bunk a Biker. Chegando na cidade quase no final da tarde me dirigi a casa do Paul. Um senhor de aproximadamente 60 anos, também motociclista, que me hospedou em seu confortável trailer no lado externo. Depois de me estabelecer, fui a casa principal interagir e conheci sua esposa Sandie, muito simpática também. Ficamos ali por algumas horas conversando. Descobri que a cidade de Walla Walla e um dos grandes centros vinícolas do pais. Me tentei a ficar mais um dia conhecer as vinícolas. Paul trabalha em uma organização humanitária no Peru chamada Iquito. Me contou um pouco das atividades e mostrou alguns vídeos. Bonito projeto. Sua esposa foi dormir, tomamos uma cerveja e fomos em seguida.
Dia 144 - 21/09/19 – Boa noite de sono. Despertei e fui a casa principal onde tinham preparado um ótimo café e aproveitei dele, pois não havia jantado. Decidi ficar mais 1 dia na cidade. Na sequência, saímos de moto para conhecer a cidade e algumas vinícolas. Passamos por umas 3 e voltamos a deixar a moto, pois pretendia começar a degustar os vinhos, afinal, só olhar não adianta nada. Deixei a moto, troquei de roupa e fui ao downtown de carona de carro com o Paul que foi me deixar e apresentar a cidade. Ele voltou e eu fui em busca das degustações, já que algumas vinícolas têm suas lojas no centro e não na própria plantação.
Entrei na primeira, que chamava Tero. Solicitei a degustação e comecei a conversar com o senhor que servia. Contem sobre a viagem, e por fim não me cobrou os 10 dólares que devia. Segui para outra, que se chamava Plumber. Ali decidi sentar em uma mesa externa e ficar. Acabando a degustação converti meus 10 dólares em uma garrafa de vinho, complementando mais 8 dólares. Ali comecei a ficar bêbado. Acabei pedindo outra degustação e outra garrafa para tomar de volta em casa com o Paul. Fiz ligações de vídeos para vários amigos matar a saudade.
No início da noite, significativamente bêbado, sai da loja e fui caminhando para a casa. O celular que estava já no limite da bateria, apagou junto com meu caminho de volta para casa. Tive que parar em um posto, implorar uma tomada para descobrir onde eu estava, e por fim cheguei. Mandei mensagem para os anfitriões que assistiam um filme. Ficamos de conversar depois, porem eu deitei e apaguei ali mesmo, sem almoço, sem jantar, completamente bêbado.
Dia 145 - 22/09/19 – Acordei me questionando porque havia bebido tanto, já que os sintomas da ressaca me agoniavam. Teria que dirigir 500km ainda naquele dia. Tomei meu tempo antes de sair para me recuperar um pouco. Aproveitei mais um ótimo café da manhã preparado por eles. Arrumei minhas coisas e nos despedimos. Segui rumo a Port Orchard onde ficaria em mais um Bunk a biker. O caminho foi um pouco mais sofrido. No início pela ressaca, parando algumas vezes em Mc donalds beber agua ou comer algo. No trecho final, começou a chover e aumentou o transito. Acabei chegando no fim da tarde e encontrei a Rebecca e seu marido que me receberam muito simpáticos. Me ofereceram comida, banho e um ótimo quarto para ficar. Depois de estabelecido, fiquei um pouco com eles. Quando a fome bateu, me arrependi de não ter aceitado a comida inicialmente e fiquei com vergonha de pedir. Por fim, acabaram me oferecendo um bolo que aceitei e ficou como jantar. Dormi confortavelmente.
Dia 146 - 23/09/19 – Acordei com a luz do dia, já que dormia em um sunroom cheia de janelas. Peguei o computador e comecei a pesquisar opções de pneus e pastilhas de freio para comprar. Preciso resolver isso antes de sair rumo ao Alaska. As lojas todas estavam fechadas, pois não abrem segunda feira. O meu destino seria a casa do Alex que encontrei em um grupo de moto, porem provavelmente acamparia. Perguntei a possibilidade de passar mais uma noite no mesmo local, pois estava um dia chuvoso e muito confortável onde estava mesmo. Apesar de não me sentir à vontade, eles falaram que não haveria problema nenhum e então, pela preguiça, decidi ficar mais uma noite no mesmo local. Fiquei o dia todo pesquisando como pegar o transfer para o aeroporto em Seattle, os pneus, as pastilhas de freio, o Alaska, saco de dormir, e principalmente como enviar a moto de volta ao brasil, o que me pareceu um pouco assustador os preços ou então os perrengues nos casos mais baratos. Enviei diversos e-mails ver se encontro alguma coisa que seja um bom custo benefício. Comecei a buscar pela minha volta ao Brasil, o que já me preocupou pelo preço e por tamanha burocracia. Entrei em contato com um brasileiro do @125latitudes, que me deu dicas valiosas e me adicionou em um pequeno grupo só das pessoas que foram ao Alaska esse ano. Eu serei o que vai fechar a temporada. Dei uma pequena volta pela cidade em busca de uma comida, encontrando um KFC onde também voltei no início da noite para jantar. No dia anterior havia ficado com muita fome, pois cheguei e me ofereceram um jantar que acabei recusando inicialmente, porém não tive outra oportunidade, o que me fez comer apenas um bolo com sorvete que me ofereceram e dormi faminto.
No final da tarde os anfitriões voltaram do trabalho e me convidaram para um vinho. Já havia jantando, e por isso fiquei ali pela companhia conversando com eles. Tiramos nossa foto de despedida e fui dormir.
Dia 147 - 24/09/19 – Acordei por volta das 7 horas e comecei minhas pesquisas e planejamentos para o dia. Meu destino seria na casa da Sherryl, amiga do Paul, que me receberia em Bellingham. A verdade que nas conversas não me senti muito à vontade, até porque ela e amiga do Paul, e não faz parte dos grupos de pessoas que querem receber viajantes. Voltei a pedir abrigo ao Alex, que ele sim, havia me convidado pelo grupo Horizons Unlimited. Depois da troca e de dar uma desculpa a Sherryl, segui por balsa de Brementon a Seattle.
No meu roteiro do dia, passei pela Gum Wall, mas não consegui estacionamento fácil e decidi seguir. Parei por uma loja Cycle Gear em busca de pneu e segui para Fermington Troll, outro ponto turístico. Parei em um BMW em busca das pastilhas de freio, onde acabei desistindo de comprar pelo valor, mas consegui o código da pastilha que precisava. Os preços ali estavam abusivos como 140 dólares para instalar o pneu em cada roda, caso não compasse ali, e 80 se comprasse na concessionária. Desisti. Segui a um Mc Donalds para minha refeição do dia, onde pedi uma promoção Mc double de 2 por $3,00. Acabei pedindo mais 2 por tanta fome.
Devidamente alimentado, entrei em contato com o Alex, que estaria em sua casa em alguns minutos. Segui então ao meu destino final. Quando cheguei, me deparei com um cara muito simpático, assim como sua esposa que está nas últimas semanas de gravidez. Eles trabalham com compra de carros para turistas, então tem muito contato com viajantes. Eles mesmo, têm muitas viagens e perrengues no currículo.
Ficamos conversando na cozinha, enquanto o Alex fazia um ótimo salmão selvagem pescado a poucos dias. Eu havia comido tanto que apenas experimentei o salmão, agradecendo a ele a oferta. Tomei um banho e fiquei o resto da noite pesquisando pendencias para que quando voltasse do meu detour, não perdesse mais tempo para subir ao Alaska, já que estou muito atrasado. O Outono havia chegado oficialmente há 1 dia.
Dia 148 - 25/09/19 – Me incomodo um pouco de ficar na casa dos outros, preocupado de que esteja incomodando. Não estou muito acostumado, porem tem sido incrível as pessoas que conheci e não tenho algum motivo para reclamar.
Despertei hoje e fiquei no computador fazendo meus planejamentos. Comprei mais um saco de dormir, pastilha de freios, pesquisei pneus e alguns outros acessórios. De manhã um casal de alemães, amigos do Alex, estavam na casa em busca de dicas, pois também irão sair para uma viagem mais longa de carro. Tomei um ótimo café da manhã oferecido pelo Alex. Organizei minhas coisas e sai por volta das 14 horas para pegar meu voo que seria a noite. Deixei meus pertences na casa deles e sai com a moto mais vazia, pois ficaria em um estacionamento de 5 dólares que pudesse ser meio perigoso. Acabei pagando 40 dólares pelo estacionamento em comparação ao 78 que seria o transfer da cidade de Bellingham e uns 20 se fosse de ônibus de Everett. Achei que valeu a pena pois estava independente.
Passei em mais uma cycle gear tentar resolver o pneu, mas não consigo agendar para o serviço que me custaria 25 dólares por roda. Eles fazem por ordem de chegada. O EUA com os serviços básicos é uma merda, pois falta mão de obra, o que torna tudo de difícil acesso e caro.
Segui com mais calma ao mercado municipal onde ficava a Gum wall. Consegui um estacionamento seguro e grátis, o que me permitiu passear pela região e conhecer os pontos turísticos. A gum Wall é interessante mas adorei o mercado municipal. Apesar de bem turístico, sempre tem coisas interessantes nestes mercados.
Segui por volta das 16 horas para o aeroporto. Deixei a moto estacionada em um lugar seguro dentro de um terreno estranho. Pagamos o preço pela economia. Segui no transfer com um africano meio louco falando umas besteiras em um inglês difícil de entender. Cheguei no aeroporto com bastante antecedência onde jantei um hambúrguer com uma cerveja por quase 100 reais. Fiquei no computador atualizando e comprando o pneu que era a última pendencia a resolver. Embarquei no avião as 9 horas voltando 3 horas no fuso horário, com chegada prevista para as 5h da manhã. Não faria diferença o fuso horário, já que não dormi nada no voo. Emendamos no dia seguinte!