Patagônia

  Um pouco mais de imprevistos de volta ao chile, e enfim, objetivo atingido, ushuaia! conheci bons amigos neste trecho, viagem se torna um pouco menos solitária. inicia-se a subida de volta pra casa. 

 
 

dia 25 - 10 de fevereiro de 2016

170 km rodados ate a entrada do parque mais aproximadamente 9km rodados a pe. Arrumo as coisas pela manha sem muita pressa, pois iria de moto que sairia mais barato e fazendo meus próprios horários. Segui sentido o parque, e depois de pagar a taxa do parque estacionei a moto no hotel de onde inicia a trilha. No caminho lembrei que não havia enchido o tanque, e não teria autonomia para a volta. Procurei gasolina e no hotel me avisaram que chegaria apenas as 20h. Como era por volta das 13, decidi subir com a mala garantir lugar e qualquer coisa repetir trajeto depois mas sem peso nas costas. Logo que comecei a caminhada de subida percebi o quanto tinha viajado na montagem da mala. Fazia tempo que não acampava e esqueci do fato que iria caminhar, não simplesmente tirar as coisas do porta mala. Fui ao mercado com fome, e comprei o dobro do que realmente deveria levar. Levei aspargo em conserva(!). Me martirizei todo caminho por este item em especial.
Fiz a subida ate o acampamento dos chilenos prevista para 2h em 1:30. Foi ótimo pois cheguei, paguei o camping e me estabeleci. Um pouco mais teria dificuldades para achar lugar como muitos logo depois de mim. Tinha algum tempo livre ainda, resolvi fazer alguma cosia produtiva. Comecei a subir ate o mirante las torres. O dia estava muito feio, totalmente coberto, mas ainda assim segui. Faltando o ultimo quilometro pro mirante, conversava com as pessoas no caminho contrario que me desanimaram por conta da vista nublada e as torres escondidas. O quilometro final seria o pior, então desisti e voltei pensando em não me cansar para conseguir descer de novo garantir a gasolina. Chegando ao camping, comecei a pensar que ficaria tarde, o quanto me cansaria e etc. Resumindo, preguica. Para não ficar todo esse tempo ocioso resolvi ir resolver o terceiro problema, o peso da mala. Abri então vários enlatados (inclusive o aspargo maldito que era horrível e foi pro lixo) e a garrafa de vinho que havia levado, que esvaziei escutando beatles.
Programacao seguinte e seguir para o refugio italianos 7h de caminhada. Deixar as coisas e ir ao mirante francês/ britânico sem mala, voltar e dormir ali mesmo no italiano.


 

Dia 26 - 11 de fevereiro de 2016

Desperto cedo para tentar chegar primeiro aos acampamentos. Sigo o trecho inicial, com medo, olhando pros lados, pra tras , pra ver se avistava algum puma ( na noite anterior li que tem muitos pumas, que não se deve andar sozinho e inclusive ensinava como agir caso encontrasse algum). Apesar de exagerado, a apreensão passou rápido assim que começou a aparecer mais gente na trilha e começou a cansar. O objetivo era passar por los cuernos, pelo francês e chegar no italiano onde me estabeleceria e subiria mais leve para ver os miradores. O tempo estava fechado aparecendo ate um solzinho de vez em quando. Na metade do trecho inicial começou a garoar, e a trilha seguida exatamente sentido ao local que se via tudo fechado com cara de chuva. Chegando a los cuernos (11km) já era uma chuvinha fina. Portava uma calca leve, camiseta e uma blusa corta vento. Tinha mais 1 troca de roupa quente na mochila, que por sua vez, havia alugado e descobri que não tinha capa de chuva. Por questões estratégicas de ter que dormir a noite seco na barraca, resolvi ficar so com isso e apertar o passo para compensar o frio, o que estava sendo o suficiente. Fui mal recomendado em relacao a trilha pelo Vilton Raile e o Rafael Toshiba
Segui ao refugio francês, e neste caminho já comecei a sentir muito frio. Percebi a mochila já ficando úmida. A esse momento a calca leve já estava pesada e molhada, o sapato úmido, e os ventos muito fortes e frios. No caminho se via neve nas montanhas quase a mesma altura, reforçando o quanto frio estava. A visibilidade da paisagem muito comprometida, mas a essa altura essa era a menor das minhas preocupações. Cheguei ao refugio francês e já segui direto rumo ao italiano, mais uns 30 min, que se manteve nas mesmas condições. Já estava cogitando seguir direto para o ultimo refugio, o de paine grande. Chegando ao italiano isso se confirmou. Descobri ali que so poderia acampar ali com reserva previa. Perguntei ao guarda se havia visibilidade para subir aos mirantes, e ele riu da minha cara e respondeu “no, no se puede ver nada!”. Bom, facilitou para tomar a decisão de seguir.
Sai do camping italiano, o frio que sentia a essa altura já era absurdo! Apertei o passo o máximo que pude já que carregava a mochila. Reparei que meu sapato não molhava tanto como quando andava de moto, talvez pelo vento, porque ainda se mantia apenas úmido. Pois logo na saída do refugio italiano, havia caído uma ponte e o atalho que improvisaram passava por dentro da agua (nível do rio também tinha aumentado). Sem opções, atravessei e ganhei uma pocinha de agua dentro do sapato. Foi tipo comemorar que o plantão esta bom antes da hora. Ao longo da trilha, parei para comer a outra metade do lanche que estava guardado na mochila. Para isso escolhi um ponto em baixo da copa de uma arvore maior, que me abrigava da chuva e do vento. Peguei o lanche sem conseguir sentir mais meus dedos e de repente bate uma outra fortíssima rajada de vento, balançando a copa da arvore e despencando uma enxurrada de agua que estava acumulada. Parece piada mesmo, mas foram uma das inúmeras situações em que o frio piorava muito.
O ultimo trecho foi desesperador, não havia o que fazer. Fiz todo ele sem parar, em ritmo acelerado, já que não sentia nenhuma das dores no joelho pe ou tornozelo. Etava fazendo gelo em todas articulações involuntariamente. Podia sim pegar as roupas na mala, mas ia molhar mais ainda o saco de dormir que vinha por cima, e além disso ia comprometer a noite para dormir sem roupa seca. Adiantaria nada aliviar a situação ali e congelar a noite. O vento apertou, já que o ultimo trecho era mais aberto. Andar constantemente e rápido subidas e descidas já não aliviavam nada o frio. Enfim avisto paine grande. Conforme fui chegando e afastando do pe das montanhas, vejo um tempo um pouco melhor.
Cheguei. Entrei no refugio um tanto letárgico, sentei no banco e ali fiquei uns minutos sem muita ideia do que fazer , simplesmente olhando pro nada. Após alguns minutos começou a formigar minha perna e em seguida uma sensação de queimar. Os pes e mãos que mal sentia começaram a ganhar cor. Alguns minutos depois comecei a tremer muito forte, chamando a atenção ate de uma senhora que estava do lado. Enfim, tirei a camiseta molhada e coloquei a roupa seca. Tive hipotermia mesmo, com vários sinais e sintomas. Já estava decidido a voltar para a base no hotel torres e se possível para puerto natales. 
Ainda morrendo de frio, fui a fila do catamaran esperar, ainda com vento soprando. Ironicamente nesse momento, abriu o tempo e pela primeira vez consegui ver as torres del paine. Já estava tao exausto que nem cogitei ficar mais. Voltei de barco e mais 2 onibus ate onde estava a moto. Motorista apontou no caminho um guanaco (e o que eu chamaria de lhama) morto por um puma. Eles realmente estão por aqui. Ao chegar ainda de dia por volta das 20h com um pouco de sol aparecendo, o termômetro da moto marcava 10C. Imagino que tenho pego muito menos pra ficar naquele estado. Felizmente não consegui gasolina para a moto, o que impossibilitou que seguisse viagem ( 2 a 3h de viagem). Tamanha era vontade de voltar pro hotel e não precisar acampar. No final, acampei ali mesmo, onde nao tinha chovido (piso não estava molhado). Tomei um belo banho quente, e coloquei a roupa seca que sobrava, poupada com muito sacrifício. Por questão de honra acendi o fogareiro que tinha alugado e fiz uma sopa de aspargo pronta (de novo o aspargo mas agora em po) de entrada e o macarrao que levei pra passear em torres. Estavam ótimos. Muito frio pela noite, mas meu limiar de muito frio havia mudado naquele dia. 
Programação do dia seguinte e conseguir gasolina, retornar a puerto natales, dormir quente e preparar para seguir viagem com 1 dia economizado em torres. Aproximadamente 22km caminhados esse dia.


 

Dia 27 - 12 de fevereiro de 2016

150 km rodados nesse dia um 2:30. Acordo com o sol esquentando a barraca, decidi ficar ali ate passar calor. Noite bem fria como esperado, cheguei ate a acender o fogareiro pra ver se funcionava um aquecimento a gas. Levanto e vou direto em busca de gasolina, que consegui a um custo elevado (uns 10 reais o litro). Levantei acampamento e segui para puerto natales. Tempo estava ótimo esse dia, ceu azul. De qualquer maneira estava atordoado do dia anterior e não me arrependi de ter voltado antes. Aproveitei para tirar umas fotos com as torres visíveis e algumas outras no caminho, inclusive de condores. Chegando de volta em puerto natales aproveitei lavar roupas, devolver as coisas alugadas, geral na moto e tudo pendente pra seguir viagem. Ainda exausto, fiquei no mesmo hotel em quarto compartilhado, confortavelmente quente. Fiz mais um macarrão que conheceu torres, e doei o resto do exagero de comida. Tempo chuvoso na cidade todo o dia. Previsão de manter chuvas esparsas.
Programação e seguir para punta arenas onde dormirei para pegar balsa no dia seguinte sentido ushuaia.


 

Dia 28 - 13 de fevereiro de 2018

282km rodados em 4h – Acordo sem muita pressa, pois o trecho e mais curto. Já vejo que o tempo não esta muito amigável, com muitas nuvens no ceu. Montando a moto, já sinto uma leve garoa. Decido seguir assim mesmo, pois a previsão em punta arenas e de sol e a daqui e piorar. Já passei muito frio por aqui.
Após completar o tanque, já sigo viagem. A todo momento, mantinha uma garoa fina e temperatura de 7,5C. Após alguns minutos a chuva piora, molhando bem a roupa, principalmente os sapatos que encharcam rápido na moto. Quanto a proteção contra chuva, mais uma cagada. A calca e blusa impermeáveis que trouxe comigo não servem bem por cima das roupas de proteção. Por isso levei a calca para sp para deixar la e comprar as capas adequadas para moto ( a blusa deixei para os trekkings). Obviamente esqueci a calca e esqueci de comprar as roupas. De qualquer maneira, as roupas de proteção tem resistência a agua e me manteram quente centralmente durante toda viagem.
Imressionante como a variação térmica da região e ampla e rápida. Aqui cai ou sobe 5 a 10 graus em questão de poucos minutos. Assim que apertou a chuva já no trecho inicial descobri que o termômetro da moto fica piscando abaixo de 4 graus. Interessante. Ficou piscando ali marcando 2 graus por um bom tempo. Nessa hora começou a doer muito as extremidades. Como disse, estava centralmente aquecido, com pouco frio (nem perto igual ao de torres) mas com muita dor nos pes que estavam mergulhados num balde de gelo e nas mãos com luvas molhadas no vento ( aquecedor de manopla parecia inexistir).Tive que aumentar as paradas por esse motivo, onde pegava os 10 picoles e colocava na barriga dentro das blusas para esquentar. Estranha sensação de alivio pelo quente e desespero pelo frio tudo ao mesmo tempo.
Pouco depois o tempo abriu, mantendo o resto da viagem com a inusitada impressão de alivio mesmo estando molhado, com vento, e de moto a 10C. Chego em punta arenas, cidade muito agradável que gostei muito. Apesar de lotada e difícil encontrar hospedagem, encontrei uma, que mesmo mais cara, foi uma das melhores da viagem ate agora. Fui ao casino onde tem um skybar no ultimo andar. Sentei em um bela mesa ao lado da janela e pedi uma austral. Um inglês se juntou na mesa pela vista e acabamos ficando conversando um tempo. Era um professor/ pesquisador da universidade de Londres natural da grecia, que acabava de voltar da antartida. Boa conversa e no fim, e ainda fez questão de pagar minhas cervejas artesanais. Depois de um jantar em outro restaurante com mais meia garrafa de vinho, descansar em fim para ver se chego mesmo no “fim do mundo”.
Programacao e seguir sentido ushuaia com balsa e mais uns 450km.


 

Dia 29 - 14 de fevereiro de 2016

450km rodados em 11h. Apesar do hotel bom, saio cedo para pegar a única balsa do dia as 9:30. Cruzo de punta arenas a porvenir, onde inicia a estrada para ushuaia. Muita expectativa neste trecho, que opiniões se contradizem a respeito da qualidade da estrada. Balsa com travessia bem tranquila, e já por ai começa as sessões de foto pra national geogaphic patagônia. Consegui boas fotos de animais diferentes na terra do fogo. Saindo de porvenir sigo aproximadamente 160 km em ripio ate a fronteira chile / Argentina, onde dai em diante e tudo asfalto. Otimo ripio! Otima vista! Muito bonita a estrada, margeando a chamada bahia inútil. Ripio bom tb, mantendo media de 100 ate alguns pontos a 120km/h. Muitas paradas para foto nesse dia, a paisagem e muito bonita ate o final. Não sabia, mas na verdade, ushuaia esta nos andes (porcao final deles). Qualquer região com as montanhas dos andes estão cheia de lagos, bosques e são muito bonitas. No caminho, paralelo ao asfalto chama a atenção da quantidade de trilhas com motocross e quadriciclos . Não resisti e entrei em um pequeno trecho offroad com a moto. Subi também um morro tirar umas fotos. Alias, parabéns a BMW, essa moto e animal. Não me decepciona em nada, e muito pelo contrario, sempre surpreende.
Cheguei em ushuaia depois de muito parar pra curtir o caminho que chegou a ate 20C! Chegando em ushuaia, percebo o quanto caro seria a estadia ali. A media que estou pagando em quarto sozinho, seria o que pagaria em quarto compartilhado aqui. Decido para amanha abortar o dia extra e seguir viagem. Não acredito ter passeio que valha gastar essa fortuna aqui. Não vou pagar uns 1000 reais em um dia a mais pra ver pinguium, paciência. Não encontrei também o king crab pra comer.
Programacao e segui para rio galegos, começando aqui a terceira e ultima parte da viagem, a parte da volta.


 

Dia 30 - 15 de fevereiro de 2016

581.8km em 12h. Acordo atrasado as 10h, horário que deveria já estar saindo do hotel. Arrumo as coisas, converso com o gaúcho arturo que conheci (em uma super tenere) e sigo para conhecer o museu marítimo e do presidio. Fui porque gosto de barcos e esperava coisas interessantes da região com tanta importância náutica. O presidio faz parte de toda historia de ushuaia e da região, palco de conflitos territoriais armados e diplomáticos que inclusive extende ate os dias de hoje. Bom, esperava mais. Aproveitei e fui tirar as clássicas fotos de ushuaia, pelo que parece , vim aqui so pra isso no final das contas. Valeu o desafio, meta cumprida.
Sigo de volta pelo mesmo caminho, agora parando menos pois já era 13:30. Viagem já não e mais tao agradável como na ida. Os ventos patagônicos começam a judiar na estrada. Moto andando de lado na reta. Dor forte no pescoço de segurar o caacete lateralmente contra o vento. Rajadas de vento tentam te jogar pra fora da pista. A cada curva, fico torcendo pra ver em que direção o vento vai me empurrar. Os caminhões contra são um perigo. Em pontos com vento bem lateral, o arrasto do caminhão vindo contra te empurra para o acostamento, naturalmente você da comando para direção contraria. Eis que nesse momento você entra no vácuo do caminhão (especialmente os grandes) que te puxa em direção a ele obrigando a direcionar a moto para fora da pista e quando o caminhão passa, o vento volta a empurrar você pra fora da pista. A solução e seguir rápido, que sente so um chacoalhada, as custas de uma “pancada” de vento maior pelo arrasto do caminhão. Dificil e cansativo dirigir com vento.
Chego na fronteira, realizo burocracias e sigo ansioso pois não pesquisei em relação a balsa que teria que pegar. Utilizo mais uma vez 10L reserva. Chego na balsa e uma enorme fila. Estando de moto, passo tudo e vou la pra frente onde encontro mais umas 15 motos paradas, sendo a maioria brasileiros. Descubro que a balsa esta parada por conta dos ventos no estreito de magalhaes, famoso por sua dificuldade de navegação. Parei a moto e ali fiquei ate aproximadamente as 23h. Conheci bastante gente ali inclusive um chileno e um espanhol que viajam sozinhos cada mas haviam se juntado. Atravessando a balsa haveria aproximadamente 130km ate rio galegos, com parada em fronteira a serem transitados a noite, então também me juntei a eles por maior segurança. Atravessamos e seguimos ate rio galegos, onde já tinham hospedagem e também fiquei por ali. Chegamos 1:30. O maior perigo de dirigir a noite e a visibilidade para animais na pista. Pela primeira vez vi um coelho vivo na estrada que não estivesse amassado na pista. Neste dia meu almoço havia sido 2 empanadas pequenas com um café por volta das 13:30 e so. Comi um pao sírio com uma fatia de queijo antes de dormir oferecida pelo espanhol. Pessoal muito gente fina. 
Decidi seguir com os 2 amanha. Comentaram de um parque nacional no caminho e um camping muito legal. Nas atuais condições parece o melhor a fazer, já que o programado seria dirigir cansado 800km ate Comodoro.


 

Dia 31- 16 de fevereiro de 2016

563.7 km em 9h. Acordamos todos as 9. Tomamos um café que o polo já inha comprado e seguimos viagem. O vento tranquilizou, o clima agradável e as retas continuavam intermináveis. Mantivemos bom ritmo com uma parada mais longa obrigatoriamente pois descarregavam o combustível no posto. Parte final, 30 km de ripio ruim. Quase queda, que já não considero mais quase queda, pois ganhei bastante segurança ao longo da viagem. Confesso que não tinha experiencia com ripio e estava apreensivo, mas agora já não mais. Reparei que o pneu traseiro já esta chegando a ponto de trocar. De longe meu pai que esta como base, já me ajudou com a pesquisa e tenho endereços de possíveis lugares para encontra-lo em Comodoro. 
Chegamos ao camping que se chamava estancia la paloma. Parando as motos já fomos muito bem recebido pelo dono, com ótimo humor. Lugar bem isolado, onde so tínhamos nos 3, com alguns carros e ônibus abandonados lembrando muito o filme “into the wild”. Armamos a barraca, pedimos uma cerveja e corri tirar fotos do por do sol. Otimos fotos para este dia, alias, todas fotos ate agora sem filtros, sendo a beleza das paisagens mesmo. Armamos a barraca e fomos para cozinha, cozinhas, baixar fotos, e beber o vinho que carregava comigo para alguma ocasião oportuna como essa. Acabou que estávamos em um lugar quente e pegamos as coisas para dormir ali mesmo, no final, tendo sido desnecessário as barracas. Ótimo dia hoje.
Programação e seguir para o parque pela manha e em seguida para Comodoro para procurar pneu e fazer cambio de moeda.


 

Dia 32 - 17 de fevereiro de 2016

Acordo cedo antes de todos para seguir viagem. Arrumo minhas coisas antes que o pessoal levante, por isso a partir de ai separamos de novo. Celular foi pro chão na noite anterior e não funciona mais o touch e portanto, as indicações que tinha para lojas de pneus já eram. Agora além de procurar pneus e fazer cambio, preciso ver a possibilidade de consertar o celular. Sigo rápido para conhecer o parque nacional das arvores petrificadas e na sequencia pego estrada sentido Comodoro Rivadavia. A estrada neste trecho e uma grande reta ( ate uns 50 km em uma única reta) em uma grande planície. Mesmo descansado, a monotonia da sono, ainda mais sem musica para distrair agora. A estrada chegando em Comodoro, volta a aproximar-se do litoral, surpreendendo positivamente a paisagem. A agua esta incrivelmente clara e calma. Parei conversar com uns pescadores no caminho e avistei um lobo marinho tomando um sol ali por perto, perdi um pouco mais de tempo neste trecho final.
Chego ainda a tarde em Comodoro e sigo em busca de pneu traseiro para moto. A cidade tem uma estranha siesta em que tudo abre as 17h aproximadamente. De qualquer maneira, rodei umas 10 lojas de um lado pro outro da cidade em busca do modelo de pneu de minha moto. Em um dos últimos lugares que fui buscar, já quase desistindo, entro na loja e vejo um pneu igual ao meu (usado) na entrada, o que me animou. Perguntando realmente tinha disponível mas a aproximadamente 2000 reais. Me recuso a pagar isso. Como alternativa, pedi para vender o usado (vende barato porque quem o dispensou, o fez exatamente por estar muito gasto, mas ainda assim menos do que o meu atualmente.) Bom, de agora em diante o plano será tentar seguir ate bahia blanca com o meu, e la eu mesmo trocar o pneu (confio mais em mim mesmo que qualquer um, pois pode estragar o abs, fazer coisa errada, etc). Será mais um desafio fazer isso no improviso, mas se der certo, devo conseguir chegar ao brasil. Por mais uns 1000km tenho que tentar dirigir light e amarrar o pneu em algum lugar que ainda não sei onde.
Programacao para amanha sera seguir para puerto madryn, uns 400km. Ali devo ficar um dia parado, pois ate animei de tentar um mergulho na península de valdes se a agua estiver clara como hoje.