Patagônia
de volta para a casa. neste trecho encerro minha viagem com belas paisagens gauchas e catarinenses. ótima noticia que guiaria meu futuro nestes próximos 3 anos.
dia 39 - 24 de fevereiro de 2016
T300 kms rodados em 4 hrs. Acordo e olho no relógio, qu já marcava 11 horas. O checkout era as 12. Decido seguir viagem e por isso começo a arrumar as coisas. Percebo um estranho silencio em todo hotel, todos do quarto dormindo, um horário muito mais tarde do que estou acordando usualmente e por fim, vejo o sol nascendo pela janela. Descubro que 11 horas era o exato horário que meu relógio parou de funcionar na noite passada (entrou agua no mergulho), e que era por volta de 6 da manha na verdade. Já estava acordado então fui a praia e vi que não tinha onda. Voltei e dormi mais 2 horas. Acordei de novo e fui pegar mais umas 2 horas de praia, estava com saudades. Gostei muito deste lugar.
Sigo viagem sentido porto alegre, com objetivo de cruzar a balsa em rio grande e pegar a BR 101 onde termina. A poucos quilômetros saio do uruguay, com boa impressão de um pais um pouco mais rural. Entrando no brasil já vejo o quanto e ruim nosso asfalto e já começam a aparecerem os malditos radares Pouca chance de chegar ileso deles ate SP. Muitas capivaras na margem da rodovia e atropeladas no acostamento.
Chegando em rio grande paro no posto de gasolina para encher o tanque e pegar informações. Antes de sair percebo que tem uma rachadura no pneu, com arames rompidos e câmara de ar aparecendo. Giro a roda e percebo que não e so 1, e sim uns 8 iguais. Impossivel de seguir viagem desta maneira. Apesar de nao ser meu, provavel defeito de fabricacao porque nunca vi igual. Procuro por pneu na cidade perguntando de esquina em esquina, já que ainda estou sem celular, sem mapa e sem nada pra ajudar a me localizar. Encontro o pneu muito mais barato que na argentina. Ajudo ao mecânico a trocar o pneu, já que agora eu aprendi bem e que havia maquinas pra ajudar. Terminamos por volta das 17, e como havia ainda balsa para cruzar, decido dormir por aqui mesmo.
Programação para amanha e longa e cansativa. Acordar bem cedo, seguir para torres (uns 500km). Por recomendação do Antonio Brandão, vi que realemente e muito bonito, então devo ficar um tempo la mas seguir no mesmo dia. Dai sigo pra serra do rio do rastro onde farei o percurso. Se o tempo e disposição permitirem, irei pro farol de santa marta em laguna, conforme recomendação do gerente do hotel daqui. Amanha veremos.
Dia 40 - 25 de fevereiro de 2016
612km rodados em 12:30. Conforme pedido, acordo com o telefone tocando as 6h, já que nem despertador tenho mais. Preciso pegar a balsa das 7. Corro para pagar hotel, comer algo e arrumar as coisas. Saio 6:40 atrasado, e chegando na balsa após 10 min, descubro que não passa cartão para o bilhete. Em cronometrados 4 min, corro ate o banco e sou o ultimo a entrar na balsa. Tudo com emoção e de acordo com o planejado.
Segui pela Br-101 pelo extremo oposto ao marco zero que conheci no rio grande do norte. A estrada não era tanto quanto imaginava (pensei que percorreria o estreito com lago de um lado e mar do outro). Na verdade o trajeto foi todo de aspecto também rural. Um trecho da estrada estava em péssimas condições, com muito buraco. Em um deles, cai com a roda da frente amassando o aro, mas desta vez não limitante para prosseguir viagem.
Após 400 e poucos kms, chego em torres, cidade muito bonita mesmo. Segui para praia recomendada, praia da guarita. Parei e moto e fui pro mar. Comi algo tomei uma ducha e depois de 1 hora, segui viagem sentido a serra do rio do rastro. Muita cidade, transito e demora neste trajeto. Parei pedir informação na policia rodoviária e ganhei um mapa! Quase chegando, ouço o barulho do caminhão a frente aumentar muito. Me afasto um pouco por precaução, sendo que o barulho se manteve. Surpresa! Era meu pneu traseiro que havia furado.
Encostei rapidamente com medo de rasgar o pneu que havia acabado de comprar. Havia um pequeno espaço de acostamento com os carros passando muito próximos. Indeciso do que fazer fiquei ali uns minutos andando de um lado pro outro. As opções eram acionar a ajuda pelo spot, pelo seguro ou tentar resolver (provavelmente o mais rápido). O problema para qualquer uma das opções e que meu celular esta na mala, descarregado e quebrado. Nisso, avisto um grupo de umas 6 motos de longe, que reconheço como um grupo de harley. Aceno pedir ajuda para o primeiro, que me retorna um joia. O segundo no embalo também, e então começo a balancar a mao sinalizando pare e pedindo ajuda. Ganhei mais 2 joias ai. Levanto as 2 maos acenando bem convincente de que precisava de ajuda. Ganhei apenas mais um tchau eforico do ultimo que passava. Bom, não sei se foi má vontade (acho que sim) ou não entenderam. Voltei a mesma situação. Subi a moto carregando ate uma rampa de acesso a uma fabrica pra não ser atropelado onde estava. Acionei o interfone e pedi apenas para usar o telefone. Fui bem recebido e me ajudaram a ponto de arrumarem um borracheiro para ir ate a fabrica. Chegou o borracheiro em camionete que tomou um susto quando falei que tinha abs. Deve ter feito alguma cagada alguma vez que desistiu de tirar a roda e queria colocar de qualquer maneira a moto na caçamba pra levar pra outro cara que sabia. Falei que a moto pesava mais de 200 kg e ele insistia, começou a chamar todo mundo pra ajudar a carregar. Eu ali pensando de novo o que fazer, com um monte de lembrança de vídeo de acidente de motos sendo carregadas em camionetes e tendo certeza que se tivesse uma dezena de pessoas ali, ia dar alguma coisa errada e arrebentar minha moto. Puxei o cara de lado e falei que não ia colocar a moto la. Falei pra esperar que eu ia tirar a roda. Tirei a roda, fomos para a borracharia, usamos a câmara reserva que carrego ( não se acha itens para essa moto em cidades pequenas de jeito nenhum), voltamos e montamos o pneu. Agradecia todos que ajudaram principalmente o pessoal da fabrica e segui viagem por volta das 18h.
O sol já ameaçava se por. Sem tardes longas e produtivas terminando as 21h. Decidi tentar fazer a serra do rio do rastro escurecendo mesmo, voltar e seguir poucos quilômetros a noite ate tubarão para me hospedar. Subindo a serra percebi que era linda e impressionanete de fato e que seria um desperdício estar aqui e não conhecer direito. Mais 2 fatores pesaram; Estava ruim mesmo dirigir a noite (principalmente ter que descer a serra) e tinha varias placas de churrascarias com rodizio na cidade adiante. Decidi então ficar por aqui e segui viagem amanha cedo outra vez pra aproveitar o dia. No final o jantar foi um pf simples em um dos únicos abertos na cidade. As churrascarias abrem so no almoço. Cotinuo em busca dos rodízios bons e baratos do sul.
Programação de amanha e descer a serra cedo, seguir para laguna, conhecer rapidamente e pegar uma praia. Em seguida seguir pra florianopolis para tentar ai desamassar a roda e comprar câmara reserva. Passo o fim de semana ai com a Isa que me encontra.















Dia 41 - 26 de fevereiro de 2016
252km rodados em 4h. Comeca o dia ensolarado na descida da Serra do Rio do Rastro. Lugar realemente impressionante, surpreendendo positivamente. Na minha opinião, mais bonito que los caracoles na travessia dos andes, e lembra muito a “estrada da morte” em coroico na bolivia. Varias curvas bem fechadas com muitas pequenas cachoeiras nos paredões de pedra que vai margeando. Alguns pontos atravessando a pista e alguns pontos canalizados na lateral. Muitos guaxinins na região e temperatura agradável na parte de cima. Valeu esperar ao dia seguinte.
Estudando o caminho, vi que seria um desvio muito grande para visitar o farol de santa marta em Laguna, que também nao pareceu algo excepcional. Segui direto pra florianopolis que felizmente já conheço e não me perdi para chegar no hotel. Chegando, aproveitei lavar roupas, comprar a câmara reserva do pneu, e outras pendencias. Encontrei a Isa que desembarcou no final da tarde e que estava com meu novo celular. Agora facilita muito chegar aos destinos e torna a viagem agradável podendo escutar musica. Jantar agradável tomando umas varias cervejas. Programação e passar o final de semana na linda Florianopolis em ótima companhia.
Dia 42 e 43 - 27 e 28 de fevereiro de 2016
Parados em florianopolis. Otimo tempo no sábado e razoável domingo. Volta pela ilha dia e noite. . Descubro que sou próximo na lista de espera da residência de ortopedia em São jose dos campos. Grandes chances.
Programação para segunda e seguir para Curitiba. Acelerar trajeto de volta para casa em caso de ser chamado, cortando algumas coisas do roteiro como ilha do mel. Devo chegar terca feira em são Paulo e ir direto para a Atletica (Por volta das 18h na R. Arthur de Azevedo,1) tomar uma cerveja com amigos. Todos convidados. A viagem deve terminar quarta em São jose dos campos.
Dia 44- 29 de fevereiro de 2016
350 km rodados em 5h. Dia começa com bom animo depois de ótimo fim de semana. Acordo cedo com ceu azul e sigo pra praia mole aproveitar antes do checkout. Apesar de muito bom, volto as 11:30 pra seguir viagem. Não contente em ter que ir embora da praia, paro no caminho em balneário camburiu pra curtir mais um pouco de praia. Indo embora outra vez, paro no posto pra abastecer e ao sair, uma mulher deu re e não me viu. Desviei por pouco e continuo invicto de queda.
Apesar da estrada mais carregada que requer muito mais atenção, hoje tinha musica, tornando-a muito mais entretida. Chegando em Curitiba, tenho também GPS. Aqui seria impossível me localizar só lembrando os caminhos. Estabelecido, fui a noite fui atrás do rodizio que estou em busca faz tempo. Segunda feira as churrascarias que haviam sido recomendadas estão fechadas, então peguei uma que fica mais longe. De hoje não passa. Fui de moto pra economizar mas me arrependi logo no inicio pois esqueci de agasalho e a frente fria que entrou abaixou bem as temperaturas. Além disso, a churrascaria ficava em umas quebradas que achei bem arriscado pra chegar. Na volta, o hotel fica no centro em uma região não muito amigável tambem. De qualquer maneira deu tudo certo e comi o churrasco tao esperado, satisfazendo as expectativas de custo beneficio.
Programação para amanha e chegar em são Paulo por volta das 18h encontrar os amigos para uma cerveja.rs. Chego na AAAOC onde vou estacionar a moto, talvez tenha uma cerveja gelada la, (ne?rs Lucas BaudelAndré Orik Abe Nicole Ribeiro Henrique Micheloni Kobayashi Lais Dutra ) ou na padaria ao lado. Por volta das 21 vamos pra algum bar por perto a decidir ainda. De novo, todos convidados.
Dia 45 - 01 de março de 2016
Enquanto tomava café da manha antes de seguir rumo, toca meu telefone do hospital e descubro que fui aprovado na residência medica em ortopedia no hospital municipal em são jose dos campos. Otimo começo de dia! Sigo viagem para tentar chegar em são jose dos campos, pois teria ate o dia seguinte para fazer matricula e já começar.
Sigo viagem pela regis bittencourt, que esta a maior parte duplicada mas ainda assim e uma estrada muito cansativa, cheia de caminhões e perigosa. Chuva no caminho, nada agradável. Chego no final da tarde em são Paulo, com o ceu preto ameaçando chuva. Decido ficar por ai, pois seria perigoso pegar estrada pela noite e com chuva. A cerveja que estava marcada foi mantida porem com moderação pra não perder a mao e conseguir acordar cedo.
Programação para o dia seguinte e terminar a viagem. Acordar cedo, aproveitar para pedir demissão do meu emprego em SP e já deixar isso resolvido. Seguir para SJC fazer matricula e me apresentar no serviço. Inviável fazer isso pela manha.
Dia 46 - 02 de março de 2016
Acordo não muito cedo, pois preciso esperar abrir o RH onde assinarei a demissão. Assim que resolvo isso, sigo para são jose dos campos com apenas 100 km rodados pra hoje. Chegando por volta do almoço encontro meus pais e aproveito para comer a deliciosa comida da mamae, que preparou um ótimo parmegiana. Assim termino a viagem após 46 dias. Sem muito tempo para descansar ou processar tudo, vou na sequencia para o hospital fazer a matricula. Como uma voadora no peito, começo a trabalhar ainda nesse dia, saindo do hospital a noite com previsão de entrar 3:30 amanha. Escutei muitos “Ser R1 e uma merda, vai trabalhar bastante”. Apesar de um tanto radical a mudança de realidade de viagem e passeio para trabalho pesado, sei onde estou me metendo e estou preparado pra isso.
Programação para os próximos anos e estudar e me formar um bom ortopedista. Descobri que meu apelido na residencia ja era Che guevara antes de chegar. Termino a viagem com 14.710.5 km rodados em 46 dias, com alguns dias de parada. Nenhuma queda! Depois de muitas experiências novas, muitos lugares paradisíacos e muitas amizades novas volto ao trabalho ansioso para a próxima oportunidade de pegar a estrada novamente para desbravar novos lugares. Que seja num futuro próximo.