Alaska

Entrei nos Estados unidos e acabei optando por subir a east coast inicialmente. foram varios motivos para esta decisao, sendo o principal, para encontrar minha familia que estaria em orlando. o segundo fator determinante foi o enorme calor que me cozinhava na moto diariamente, optando assim por subir rapidamente em busca de temperaturas mais amenas.

 
 

Dia 108 - 16/08/19 – Levantei sem muita pressa porque o dia anterior havia sido longo. Cheguei tarde demais para o café da manhã que descobri que acabava as 9h. Que tristeza para quem precisa tanto economizar. Pesquisei meu mapa do dia e já reservei hotel no meu próximo destino que seria New Orleans, que estava a aproximadamente 600km. Passei pelo Houston Air Space Center para visita-lo, já que estava na cidade famosa pelas viagens espaciais. Segui viagem, que apesar do calor, foi tranquila pela qualidade da rodovia. Chegando em New Orleans, com mapa certo e lugar definido facilitou apesar do cansado por passar horas no calor e no sol. Nos EUA, são muito poucos hostels em todo país, simplesmente não tem esta cultura, e os poucos que tem, são party hostels. Reservei um quarto para 4 pessoas e estava overbooked, então fui parar em outro com 8 pessoas. Com pouco caso do atendente como se fosse a mesma coisa e sem nenhum refund pelo downgrade, desisti de brigar e fiquei lá mesmo até porque não teria outra opção. Estacionei a moto em frente ao hotel que pelo movimento do hostel, me pareceu seguro. De banho tomado, sai de moto dar uma volta pela cidade conhecer amplamente o bairro mais famoso. Instigado para uma cerveja, voltei a deixar a moto e pesquisei pelos meios para ir a famosa 5 avenida. Decidi me juntar ao pubcrawl que sairia em breve, para ao menos pegar o mesmo transporte que me facilitaria a vida. Após alguns minutos ali aguardando me entediei de esperar e da ideia de socializar cansado pois só queria tomar uma cerveja. Sai andando decidido a chegar no local por meios próprios. Parei na estação para pegar o bondinho, e pedi informação de como faria isso para pessoas pela rua. Consegui subir no trem, que estava cheio com as pessoas do pub crawl que pegaram na estação anterior.

Chegando a 5 avenida, lugar lotado, com muitos turistas. New orleans famosa por ser uma cidade boemia, faz jus à fama. Entrei em um bar que tocava rock, comprei uma cerveja a 8 dólares e cai em uma armadilha de comprar um shot que depois me foi cobrado 20 dólares. Fiquei vulnerável pelo cansaço, e cai na armadilha, mas já serviu de alerta para próxima. Saí do bar bravo para andar pela cidade e rodei por vários quarteirões até achar um bar um pouco decaído que tocava blues ao vivo. Aí tomei mais uma dose de whisky e umas cervejas. Andando um pouco mais, resolvi tomar uma cerveja na rua, o que é permitido apenas aqui e em Las Vegas. Tem um lado sombrio na cidade com muitos andarilhos e muitos drogados espalhados pelos cantos. Tomei minha cerveja assistindo um artista de rua, ao qual deixei todas moedas que tinha no bolso. Já bêbado, peguei o trem de volta ao hotel e dormi entre o entra e sai de quarto compartilhado.


 

Dia 109 - 17/08/19 – Leve ressaca para iniciar o longo dia com destino a Orlando. Levantei cedo e já segui pela ótima estrada. No início do caminho, meio com sono na pista do meio, fui surpreendido com um carro a esquerda no qual umas meninas colocaram os seios para fora e começaram a gritar. Achei engraçado a situação e me lembrou um filme semelhante no qual o motociclista bate a moto. Portanto olhei para a frente e segui viagem. Mais um dia muito quente, e como os outros, chega a um limite se calor, sono ou cansaço que te obriga a parar. Os pontos de parada eram em geral os Mc Donald´s que estão presentes em abundancia, tem agua de graça, comida barata e café barato.

Rodei os 1060km e cheguei em Orlando, onde encontraria minha família e já tinha hospedagem reservada. Fui direto ao hotel e aguardei meus pais chegarem, pois ainda estavam no aeroporto. Pedi um chopp na recepção depois de um dia longo. Por volta das 22h chegaram e matei a saudade. Minha irmã e família chegariam no dia seguinte. Jantamos no Mc Donald perto pois todos estavam cansados. Estacionei a moto em frente à casa com 3 quartos do hotel alugado. Por aí ficaria alguns dias descansando pois usaríamos somente o carro alugado para toda família.


Dia 110 ao 116 - 18/09/19 ao 24 – Minha irmã chegou no dia seguinte com minha linda sobrinha, que já cresceu bastante desde que a vi na última vez. Estávamos em uma casa de 3 quartos dentro de um hotel, diferente tipo de hospedagem, mas agradável, já que permite maior interação da nossa família. Passeamos 1 dia pela Universal e dispensei a visita na Disney, pois é muito caro e não e tão confortável para a pequena. Minha família já visitou tudo umas 2 vezes então também não faziam questão. Basicamente fizemos compras para Luísa e aproveitei para comprar minhas roupas. Comprei o principal para enfrentar o frio do Alaska. Fizemos alguns churrascos com os famosos cortes de Rib-eye, New York Steak. Em geral comemos muito bem em casa a maioria das vezes. Muito bom ver a família, muito boa estadia. Descansado para seguir viagem.


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Dia 117 - 25/08/19 – Pela manhã me despedi de todos que voariam pela noite. Segui destino Miami onde encontraria um amigo, irmão de uma grande amiga minha a Olivia. Fui seguindo o GPS com internet, já que havia comprado um chip em Orlando, o que facilita muito a rotina. Viagem tranquila e curta apesar do calor. Chegando lá, encontrei o Cho e parei a moto em um ótimo estacionamento fechado. Subi e tomamos uma cerveja com aperitivos que ele havia preparado. Um pouco mais tarde chegou sua esposa Larissa, muito simpática. Enquanto conversávamos, eles prepararam um jantar japonês. Chegou mais um amigo dele para jantar conosco. Um banquete! Fazia tempo que não comia comida japonesa, e estava muito bem preparada.

Tomei um banho e dormi no sofá, que era muito confortável. Ótima noite de sono, muito melhor do que a maioria dos hotéis pelo caminho.


Dia 118 - 26/08/19 – Acordei cedo junto com todos que iriam para o trabalho. Saí rumo a Key West, uma das ilhas do arquipélago Flórida Keys. São várias ilhas alinhadas nas quais foi construído inúmeras pontes conectando-as e somando um trecho de aproximadamente 100 milhas (160km). Segui o caminho sofrendo pelo calor com sensação térmica piorada pelo sol e pela umidade. Parei pelo caminho em um Mc Donald tomar um café da manhã e segui até chegar no destino. Fui buscar o marco do extremo sudoeste dos EUA, que estava lotado com fila para tirar foto. Com o calor judiando, tirei foto de longe mesmo, sem cogitar entrar na fila. Busquei por um lugar para parar na região mais turística com ar condicionado e estacionamento, sem sucesso. Já desesperado por algum lugar para parar, comecei a voltar e parei em outro Mc Donald. Tomei meu tempo para descansar.

O calor era realmente impressionante. Se o Alaska me preocupa pelo intenso frio, chegar a Key West me pareceu um enorme desafio de chegar pelo calor. Fui rodando e quase chegando em Miami, caiu uma leve chuva que com o tempo nublado, me deram uma trégua e refrescou um pouco o difícil dia. Ao estacionar, troquei de roupa ali mesmo e sai passear a pé pela região enquanto aguardava o Cho chegar. Pela noite, fizeram um delicioso macarrão com molho vermelho e frango desfiado. A fome com o ótimo prato, fez com que eu raspasse todo resto que ficou na panela. Mais um de vários dias desafiadores vencido., encerrado com boa hospedagem e boa companhia.


Dia 119 - 27/08/19 – Agradeci e me despedi dos simpáticos anfitriões e mergulhei no transito para sair de Miami. Já na rota 95 north, segui norte com algumas paradas pelo calor. Parei em um burguer king em palm beach para variar um pouco o cardápio. Enquanto comia, veio um jovem magro com dente cariado, aspecto drogadito perguntar da moto e da viagem. Terminou pedindo dinheiro para comprar lanche, e quando recusei, foi pedir para mesa ao lado, onde almoçavam 2 funcionários da construção civil cheio de graxa. O cara olhou para ele indignado, recusou como se já fosse obvio e ainda deu uma lição de moral de que há muito trabalho para ele comprar o próprio lanche. Concordei em silencio.

Cheguei em Daytona Beach, junto com uma chuva que me pegou no finalzinho da viagem. Parei em uma loja de esportes Dick´s, para procurar um isolante térmico enquanto esperava passar a tempestade de verão. Acabei comprando com o dinheiro que ganhara de minha irmã sob condição de ser usado para essa finalidade. De fato, fico enrolando e não gasto com coisas relativamente supérfluas. Terminando a chuva, fui para a daytona speedway, famosa por corridas da daytona 500, Nascar, motos e etc. Daí fui para Daytona beach, com fama do “world most famous beach”. Não sei exatamente porque mas parei rapidamente por aí tirar umas fotos. Tem um píer com restaurante avançando ao mar, um calçadão cheio de restaurantes e bares e alguns parques de diversão aparentemente decaidos. Um pouco mais dentro da cidade, enormes hotéis das grandes redes. Me pareceu uma cidade muito legal e divertida de se conhecer.

Segui viagem para Juniper springs que seria meu destino neste dia. Parei brevemente jantar em um Mc Donalds pois iria acampar e não teria comida para noite. Já estava no final de uma tarde que escurece por volta das 20:20. Alimentado, segui por um pequeno trecho através de locais que aparentam mais vilarejos, paisagem que ainda não havia presenciado nos EUA.

Cheguei em Juniper Springs bem no final da tarde. Vi na rodovia uma placa de um urso alertando nas próximas 33milhas.  Na portaria do camping havia uma placa indicando para entrar e me registrar pela manhã. Fiz isso e fiquei rodando em busca de um local perto dos banheiros e próxima a alguém. Achei um local perto do chuveiro, mas sem ninguém em volta, já que o camping estava deserto. Parei minha moto virado para saída e montei a barraca bem próximo a ela. Preparei tudo o que precisava com o a última gota de luz. Deixei até um pequeno chiclete que tinha longe da barraca para que não houvesse comida atraindo os ursos. A ranger passou nesta hora se apresentando e alertando quanto a real ameaça de ursos, dizendo que achava improvável deles aparecerem. Ao terminar de armar a barraca já era noite e estava morrendo de medo, já que não havia ninguém em volta caso fosse necessária ajuda. Fui tomar banho assim que terminei e me deparei com uma aranha de uns 5cm, que convivemos pacificamente durante o banho. Voltei já totalmente escuro, e sem demora, entrei na barraca que já estava preparada. Me deitei e abri um joguinho de celular para distração até pegar no sono. Estava com medo, e atento a qualquer barulho que me preocupava. Inicialmente passou um caminho longe que me assustei. Fiquei aguardando e quando passou outro, percebi que era o barulho que vinha da estrada. Depois de algum tempo escutei outro som, desta vez aparentando mais próximo. Este sim parecia estar próximo. Gelei e tive uma descarga de adrenalina enorme apesar de me manter imóvel na barraca. Fiquei em silencio tentando reparar se haveria outro. Pouco tempo depois houve outro, diferente do caminhão, e parecendo muito urso apesar de não conhecer tanto. Peguei o celular e comecei a procurar o telefone da segurança. Digitei o número e quando estava prestes a ligar, fiquei pensando o quanto poderia estar sendo ridículo ou delirando, chamando o segurança até lá. Esperei um pouco mais paralisado. Sem distrações, fiquei acordado abraçado ao celular e tentando escutar passos ou qualquer coisa suspeita. O som era bem diferente de qualquer outra coisa e não vinha da rodovia longe, parecia perto. Peguei no sono. Acordei assustado não sei que horas com mais 1 do mesmo som relativamente próximo. Mantive paralisado novamente e acabei dormindo. Uma péssima noite de sono morrendo de medo. Uma ameaça real, um relato não exagerado, talvez 10% do que realmente senti lá possa ser transmitido por palavras.


Dia 120 - 28/09/19 – Acordei de manhã, não descansado, mas já com claridade alta. Já despreocupado abri a barraca dando uma olhada fora só para confirmar que não havia ameaça. A primeira coisa que fiz foi abrir vídeo em busca de som de urso. Era MUITO parecido! Me emociono até de relembrar esse sufoco, mas nunca saberei de fato. O Urso negro, não tem humanos como alimentação, não são agressivos, em geral fogem do contato humano, o que não diminuiu meu medo em nada. Desmontei o acampamento e deixei somente as roupas guardadas externamente.

Fui conhecer as Springs, sendo uma proibida nadar por ter jacarés. Esta era muito bonita com muita vegetação em volta, com fervedouros na agua. Nunca os havia visto, achei bem interessante. A cor da agua era também impressionante, semelhante aos cenotes mexicanos. A outra Spring foi transformada em uma piscina com entrada permitida. Agua também clara com vários dos peixinhos que vem comer pele morta dos seus pés. Um parque muito bonito de se visitar.

De volta ao camping, me arrumei para sair definitivamente. Paguei os 24 dólares do camping e segui com destino a Atlanta onde encontraria meu primo Daniel. Mais uma vez mantendo o padrão de viagem com calor, muitas paradas e longa distância de uns 600km. Cheguei ao destino quase as 21h. Sua casa, felizmente, ficava um pouco afastada do centro de Atlanta, conhecida por ter o um dos piores trânsitos de todo EUA.

Ao chegar, fui muito recebido pela sua família, que havia deixado um jantar para mim, já que precisaram jantar com as crianças. Fiquei conversando com meu primo e fui dormir, pois seguiria viagem cedo no dia seguinte. Ótima noite de sono, muito confortável.


Dia 121 - 29/08/19 – Acordei cedo com eles preparando o café da manhã. Rotina de criança começa cedo. Aproveitei o café da manhã especial preparado por eles que estava uma delícia. Recarregado, me despedi deles, agradeci e segui viagem. Segui rumo a Bristol, sendo o destino principal chegar em Washington no dia seguinte. Pelo caminho, já planejado, cheguei deals gap na estrada tail of the dragon, mundialmente famosa pelas suas 318 curvas em 11 milhas. Na entrada da estrada, tem alguns postos de gasolina lotados de motos, com vários gifts e em temático, muito interessante. Segui pela rodovia que realmente e bonita e acaba relativamente rápido. Difícil dizer que é a mais bonita que estive, mas me impressionou o marketing que os americanos conseguem fazer em cima dos locais.

Chegando em Bristol me dirigi diretamente ao hotel que havia reservado por um novo mecanismo de busca recomendado pelo meu primo o priceline. Nele você reserva, sabe quantas estrelas são, mas não sabe qual é o hotel. Parei em um dos mais baratos que encontrei o Roadway Inn. Fiz o check in e fui ao quarto, e pelo caminho, um senhor alcoólatra bêbado, uma mulher gritando escandalosamente com o parceiro, algumas pessoas estranhas de diferentes maneiras. Paciência, hotel barato vem com alguns adicionais. O quarto em si era tranquilo. Tomei um banho tirei um cochilo porque ainda era começo da tarde e fiquei pesquisando o de sempre no computador. Sai por volta das 18:30 para buscar algum lugar para uma cerveja já que era sexta feira e estava na cidade que nasceu o country, conforme descobri em placa na entrada da cidade.

Tive vontade de ir de moto, mas como pretendia beber, fiz a caminhada longa até a região central. Taxi e muito caro por aqui. Pelo caminho já avistei um Dominos pizza e já deixei como opção barata para o jantar. Já perto do bar indicado, escutei música, e pelo caminho, havia uma banda tocando na praça principal, com vários moradores escutando e dançando. Fiquei por um tempo ali curtindo a música que estava boa. Quando acabou, ainda cedo, fui ao bar recomendando e me surpreendi. Dezenas de motos parada na entrada, com rock n´roll tocando e um pessoal predominantemente mais velho bem animado e bêbado. Sem hesitar entrei no bar e no lado externo que fui, era predominantemente de motoqueiros e motoqueiras. Pedi minha cerveja e um whisky, e por aí foi. Começou a banda ao vivo com música boa. Ambiente muito legal, morri de vontade de estar de moto ali também. Infelizmente não durou muito e começou a esvaziar. Aproveitei para ir comer minha pizza antes que fechasse. Peguei a da promoção e como sobrou, voltei andando com a caixa de 2 valiosas fatias. Que ótima noite surpresa, as vezes os imprevistos acontecem para melhor.


Dia 122 - 30/08/19 -  Sem muita pressa, arrumei minhas coisas, tomei café da manhã no hotel com um ótimo waffle e sai do quarto no limite do checkout as 11h. Pela cachaça da noite anterior, não tive tempo de pesquisar mapa e o destino. Parei na recepção do hotel e fui fazer isso. Procurando passagem para voar de Seattle a NY encontrar a Isa, descobri que houve problema na passagem dela que deveria ter sido comprada por milhas. Acabei ficando lá para resolver com ela até por volta das 14h. Nisso comprei também minha passagem e achei tudo que precisava pesquisar. Saí destino a Washington já com hotel reservado. Apesar da distância não ser tanta, sai muito tarde, e cheguei a noite na cidade. Por fim, não foi ruim, pois por volta das 21h já não tinha muito transito. Ao me estabelecer no hotel, como no telefone, o funcionário não parava de falar que não se responsabilizava pela moto no estacionamento. O que me havia disponibilizado era atrás do hotel e pouco movimentado. Ao descer as malas, vi saindo umas 5 ratazanas da lata do lixo. Me estabeleci no quarto e sai para o mercado buscar comida, que para minha surpresa já estava fechado. Como havia almoçado tarde, desisti. Comi um lanchinho que ainda tinha de Orlando e dormi.


Dia 123 - 31/08/19 – Acordei cedo e sem café da manhã, sai para conhecer Washington, onde a região turística fica tudo concentrada. Fui caminhando até a Union station, passei pelo Capitólio e fui seguindo em direção ao monumento de Washington visitando museus pelo caminho, como o do espaço e ciência, de história natural e de arte. O dia estava bonito, com sol forte e muita gente pela rua por ser sábado. Andei todo o roteiro terminando na Casa Branca que pode ser avistada de longe. Pro meio da tarde resolvi comer alguma coisa pela primeira vez no dia, um Mc Donald. Caminhei de volta ao hotel totalizando uns 15km de caminhada no dia. Fui tomar um banho para refrescar e descansei um pouco.

No final da tarde por volta das 18h decidi ir de moto ao cemitério de Arlington e Georgetown. Passei em frente ao Pentágono que não é muito fácil de ser visto de longe. No cemitério, tinha que pagar estacionamento para ficar um máximo de 30 min porque já ia fechar, por isso acabei desistindo. Fui então para Georgetown a um restaurante que a Isabela havia me recomendado. Ao chegar lá, o restaurante italiano já estava bem cheio, sem lugar visível para estacionar a moto. Acabei desistindo de ficar lá e fiz uma volta de moto mesmo pela região, que é muito charmosa e bonita. Estacionamento em Washington é muito difícil, com tarifas para estacionar em todos lugares que devem ser pagas por aplicativos, por parquímetro ou por telefone. Aqueles que não estão de acordo, acabam sendo guinchados, o que e muito frequente nos EUA e eu não quis arriscar.

Voltando ao hotel, estacionei a moto no mesmo lugar e fui comprar agua no mercado. A ideia inicial era cozinhar o jantar mas desisti quando vi que a alface custava 3 dólares e gastaria muito para cozinhar. Peguei apenas minha agua e fui comer um subway em local próximo que de 15 cm era o mais barato. Aproveitei sacar dinheiro no caminho de volta e chegando no hotel por volta das 21h já deitei para dormir.

No quarto para 8 pessoas estavam hospedadas pessoas peculiares. Um cara por volta das 23h começou a falar sozinho, repetir umas coisas e fazer barulho, até que saiu definitivo. Duas brasileiras que falavam alto e acendiam a luz antes e depois que voltaram da balada. Uma senhora no meio do quarto que era sonambula e no meio da noite começava a falar alto e sem sentido e por fim 2 francesas que eram as vítimas de todos em geral, e fizeram barulho pela manhã, talvez até para descontar. Eu fiz minha parte quando por volta da 0:00 entre dorme e acorda no quarto, escutei um barulho fora onde estava estacionada minha moto. Levantei rapidamente e fui ver o que era, quando percebi que havia uma caminhonete comum reboque estacionado em frente à minha moto. Nesta hora jurei que estava sendo assaltado. Sai rapidamente perguntar ao cara da recepção que me disse que eram hospedes do hotel. Não acreditando totalmente eu fiquei de olho até que saíram definitivo. Mantendo minha desconfiança de roubarem minha moto que não tem seguro, fui até ela, confirmei que estava tudo travado, tirei foto do carro e da placa, e decidi colocar pela primeira vez, meu alarme de disco que carrego. É um alarme que trava o disco dianteiro e tem sensor de movimento, disparando um som alto se movem a moto. Acontece que coloquei do lado contrário e quando fui consertar do lado certo do disco, disparei o alarme muito alto que fica ao lado do quarto. Até acertar colocá-lo, disparou 2 vezes, certamente o suficiente para acordar todo mundo. Depois disso, mais tranquilo, fui tentar dormir na longa noite mal descansada.


Dia 124 - 01/09/19 – Acordei cedo e fui checar a moto. Ufa, estava lá sem problemas. Aproveitei já tirar o alarme para não esquece-lo ao sair com a moto. Arrumei minhas coisas sem me preocupar com o barulho, já que todo mundo tinha feito tanto, e as francesas que ficaram quietas já tinham saído. Nos EUA não existe muito a cultura de hostel, e fora as grandes redes internacionais como o HI (caro!), parece mais um hotel barato do que hostel em si.

Com tudo pronto, acabei perdendo 1 hora tentando achar o dono do carro para me liberar. Assim que consegui, segui viagem. Meu destino seria Boston onde me hospedaria na casa de um amigo, o Tiozinho uma turma mais nova na faculdade. Cheguei no final da tarde e ele havia se mudado para este apartamento no mesmo dia. Deixei minhas coisas e estacionei na parte de trás do prédio já que é proibido que carros pernoitem na rua. Parei em um lugar que cabe apenas a moto, não fica no caminho e não atrapalha ninguém. Para minha sorte, como muitos acabam de mudar na região, difícil dizerem que a moto não e de morador dos prédios.

Já no apartamento, ajudei ele a organizar as últimas pendencias que tinha, saímos pela rua procurar uma escrivaninha que ele havia visto e trouxemos de volta. É muito interessante, porque todos mudam na mesma data, todos contratos vencem dia 31 e renovam dia 1 de setembro, o que faz que toda vizinhança esteja em mudança. Como tem muita gente de fora da cidade que vem para estudar, muitos desistem de carregar eletrodomésticos e moveis, pois, e muito barato comprar um novo. Por esse motivo, os lixos estão todos cheio de moveis e eletrodomésticos novos! Em nossa busca, achamos uma impressora officejet hp novinha, um ar condicionado portátil novinho também, moveis ainda com etiqueta de novo e muito mais. Nesta época, pode-se mobiliar toda sua casa com coisas novas pela rua.

Depois que arrumamos parcialmente tudo, fomos dormir cansados.


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Dia 125 - 02/09/19 – Hoje seria feriado em Boston, então resolvemos pintar o apartamento. Depois de um café da manhã por aqui compramos as coisas e começamos ainda pela manhã a preparar para pintar. Quando era por volta das 13 horas, tive que sair para encontrar o edu, meu instrutor de mergulho do curso básico que fiz em fortaleza. Peguei um trem por 2,90 dólares o trecho e fui ao Quincy Market encontra-lo. O local e muito bonito, cheio de restaurantes vendendo predominantemente junky food. Encontrei o Edu e conversamos brevemente, pois armava uma chuva e eu teria que caminhar ainda. Nos despedimos e fui para estação de metrô, enfrentar a lotação de todos que também fugiam da fila.

Chegando de volta ao apartamento, me juntei para pintar o que faltava. Ficamos até terminar as paredes e depois limpamos tudo. Quando tudo pronto, saímos para fugir do cheiro de aguarrás que usamos na limpeza e fomos ao Marshal´s comprar coisa que ele precisava para casa. Na saída fomo a um restaurante grego comer um Kebab, que estava ótimo. O tiozinho fez questão de pagar me ajudando na economia. Daí voltamos e fomos dormir.


Dia 126 - 03/09/19 – Despertei no dia seguinte um pouco mais tarde, a boa estadia permitiu descansar verdadeiramente. Com preguiça de sair pela cidade, decidi pintar os batentes da janela que faltavam, pois, meu amigo já havia ido trabalhar e tem rotina agitada sem muito tempo livre. Depois de pintar, voltei ao computador fazer minhas pesquisas de destino, e comprar pela internet os últimos itens que me faltam para estar preparado para o inverno. Comprei balaclava, meia, earplug, protetor de manopla e algumas outras coisas. Agora acredito estar pronto para enfrentar um inverno mais rigoroso. No final da tarde saímos para comprar mais algumas coisas para sua casa e acabei comprando também uma garrafa de agua, e agora viajar com um pouco reserva, passando menos sede. Compramos uma pizza mais barata para o jantar e voltamos a descansar novamente.


Dia 127 - 04/09/19- Levantei por volta das 8:30, quando chegou uns pintores que iriam consertar o banheiro. O tiozinho chegou um pouco mais tarde com uma pequena folga do hospital e aproveitamos pintar a última parede que faltava. Quando iria voltar ao hospital, fui junto para que me apresentasse a região medica de Boston como os hospitais famosos e a Harvard medical school. Daí segui caminhando a região histórica passando por todos pontos turísticos como o prédio Prudential, Boston common area, little Italy, Quincy Market, Fan Park, terminando de volta ao Fine arts museum. Mais de 20km caminhados neste dia! Muito bonitas paisagens. Na volta comprei alguns congelados que foi nosso jantar. Chegou no final da noite, o chris, amigo do Beto que chegaria no dia seguinte. Dormimos cedo.


Dia 128 - 05/09/19- Acordamos com o Beto chegando cedo. O anfitrião foi trabalhar e todo mundo dormiu um pouco mais. Levantei mais cedo e comecei a resolver pendencias no computador, onde fiquei até final da tarde. Fui novamente com o tiozinho a Marshals e jantamos no ótimo grego que tem pelo caminho. Agendei minha revisão em Detroit, pois já estou prestes a completar os 30.000 km. Quando nos encontramos, começamos a tomar uma cerveja. Saímos a noite para assistir um jogo de Baseball do Red Sox, time da cidade de Boston. Compramos o ingresso na entrada, que nos saiu significativamente mais barato. Ficamos ali assistindo e tomando algumas cervejas o que nos deixou bêbado. Na saída do jogo fomos a região badalada em frente em busca de um bar para tomar mais algumas cervejas. Infelizmente, não aceitaram meu documento e me proibiram de entrar sem passaporte. Sem opção, compramos uma pizza pelo caminho e voltamos para o apartamento. Encerramos a noite por aí.

Dia 129 - 06/09/19 – Acordei mais tarde ainda com preguiça e com uma leve ressaca. Fiquei enrolando a manha toda. O pessoal saiu andar pela tarde e eu fiquei no computador pesquisando algumas coisas e assistindo La casa de Papel. No final da tarde, o tiozinho iria na Marshals, então me juntei a ele em busca de adaptador de tomada. Não encontrei, mas valeu o passeio, pois na volta comemos novamente o schwarma do restaurante grego que gostei muito. Saímos para um bar na mesma região da última vez e acabamos chegando na saída de outro jogo daquele dia, o que resultou em uma boa espera na fila. Entramos em uma balada e ficamos conversando e tomando uma cerveja. Na volta, compramos uma pizza no mercado e comemos em casa.


Dia 130 - 07/09/19 – Acordei novamente sem hora. É muito bom essas estadias prolongadas para descanso, permitindo ficar com preguiça e simplesmente não fazer nada. Os 3 haviam comprado entrada para um museu, e como estava muito caro, desisti de me juntar a eles. Aproveitei o dia para fazer a necessária organização das minhas coisas para seguir viagem em breve. Permiti a estadia prolongada, pois não estava tendo muito custo, e teria que estar dia 26 em Seattle, sendo que chegar rápido lá, me custaria esperar a data me hospedando em hotel. Havia mandado entregar meia, um guia do Alaska, acessórios de moto dentre outros para me preparar para o frio que me esperava. O tiozinho foi comprar uma televisão no best buy e acabou comprando o adaptador de tomada que me faltava. Fiquei pela tarde mandando e-mails e pesquisando pendencias. Comprei 12 latas da Samuel Adams, cerveja local, com variedades da mesma marca. O Beto chegou com mais 6 latas e por aí ficamos o resto da noite, acabando a cerveja praticamente em 2 pessoas. Pedimos uma pizza para o jantar e nos despedimos pois os outros 2 hospedes iriam viajar de madrugada. Eu também seguiria viagem, porem um pouco mais tarde.


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Dia 131 - 08/09/19 – Despertei por volta das 9h sem muita pressa. Como as coisas já estavam meio arrumadas, não perdi muito tempo para sair. Me despedi do tiozinho, agradecendo muito pela ótima hospedagem em sua casa. Segui viagem passando por Harvard, pelo MIT conforme havia insistido meu amigo, pois segundo ele, não poderia ir embora de Boston sem conhece-lo.

Terminado o passeio rápido, peguei a estrada. Segui sem muita demora até a fronteira parando apenas para almoçar no caminho. Já havia pesquisado um hostel mais barato em Quebec, sem fazer reserva, apostando que não estaria cheio. Chegando na fronteira, cruzei sem problemas algum. Sem burocracias, e felizmente a fronteira mais fácil que havia cruzado até agora. Segui em direção a Quebec, evitando enrolar pois o sol já caía. Cheguei no hostel anoitecendo, e reservei um quarto compartilhado em 4 pessoas que estava vazio. Pelo cansaço, desisti de procurar comida e fiquei deitado descansando até pegar no sono.


Dia 132 - 09/10/19- Como nos últimos dias, levantei sem pressa, e sai para conhecer a cidade de Quebec que estava a uns 20 km do meu hostel. Fui até o centro ainda me adaptando com a nova sinalização de transito. Tomei uma buzinada pois o sinal piscava e isso significava que eu deveria passar se não houvesse ninguém. Todas sinalizações em francês. Aliás, tudo em francês. Fui em direção a um parque meio perdido e fui parado por um policial que gentilmente me explicou que ali era proibido para moto, me orientando por onde retornar. Aqui não teria problema de propina ou qualquer coisa do tipo. Voltei para o centro seguindo o mapa que tinha planejado e percebi como muitos lugares tinha restrição para entrar moto inclusive a cidade murada que eu queria visitar. Consegui passar perto apenas e me pareceu muito bonita! Com medo de me complicar em fazer coisa errada com a moto, decidi abdicar conhecer Quebec que parecia uma belíssima cidade e seguir viagem. Segui em direção a Ottawa passando para conhecer Montreal. Entrando em Montreal, já me encantei com a bela ponte que atravessava, desviando por um belo parque que ficava abaixo dela. Também com cobrança de estacionamento caro, decidi não parar e seguir. Fui em direção ao Monte Real, que nomeia a cidade de Montreal, tendo ali um belo mirador da cidade. Daí, desci até a igreja Notre Dame, para conhece-la, e encerrei minha visita na cidade em uma avenida com vista para torre do relógio. Peguei um transito grande, prolongando minha saída da cidade. Segui os 200km restantes para chegar em Ottawa, já no início da noite. Fui recebida por uma grande amiga da facilidade, a Marininha, que me ofereceu hospedagem.

Após tomar um banho, tomei uma cerveja que ela havia comprado e jantei o que também havia preparado, uma delícia! Fui dormir exausto no quarto disponibilizado com muito conforto.


Dia 133 - 10/09/19 – Acordei mais tarde morrendo de preguiça. Encontrei o Diego, marido da Marina que voltava de plantão e desencontrava com a Marina que havia ido trabalhar. Tomei um ótimo expresso em uma ótima máquina de café. Ficamos conversando até que criei coragem de sair para conhecer a cidade de bicicleta, como já havia planejado. Quando desci, vi que estava chovendo, e então, voltei a ver se melhorava mais tarde. A chuva não melhorou então decidi sair assim mesmo.

Fui andando pelas ciclovias da cidade, que realmente são muito usadas, e conecta muitas partes da cidade. Também há regras e sinais que desconhecia, e por isso, tentava sempre ir seguindo alguém, e quando ficava em dúvida, descia da bicicleta e ia empurrando.

Havia alguns desvios o que me confundiu um pouco no caminho que havia planejado, porem dei um jeito e conheci os principais pontos turísticos da cidade. Fui surpreendido no meio do caminho com um aumento da chuva, esfriando bastante, já que a temperatura estava por volta dos 15 graus. Fiz o trajeto final margeando o canal e terminei de volta no apartamento. Deixei a bicicleta como estava, sem o cadeado, que havia sido propositalmente aberto pelo Diego para me facilitar a vida, devia ter fechado de novo.

Tomei um banho e sai com a Marininha para um bar, onde o Diego nos encontraria após compromisso da residência. Pedimos umas cervejas e um sanduiche de jantar. Tomamos até que chegasse o Diego e se juntasse a nos. Fomos embora e dormimos todos.


Dia 134 - 11/09/19 – Acordei para me despedir dos anfitriões, porem voltei a dormir mais um pouco. Descobrimos nesta hora que a bicicleta havia sido roubada. Totalmente inesperado, mas me parece que bicicletas são o que deve ter cuidado no canada. Quando levantei de vez, tomei um café da manhã, um delicioso expresso e segui viagem. Com a moto estava tudo em ordem, felizmente.

O dia seria longo. Passei direto por Toronto, porém não escapando do transito. Segui em direção a Niágara Falls. Cheguei pela tarde e passei vendo a paisagem pela avenida mesmo. Não havia estacionamentos gratuitos, e os pagos custavam 20 dólares. Apreciei e tirei foto a medida do possível para economizar dinheiro. Em seguida segui viagem, com destino a London, que ficava a caminho de volta para os EUA.

Quando anoitecia, escureceu mais rápido o céu pela enorme chuva que estava a minha frente. Decidi parar em um Mc Donalds para jantar na esperança de que parasse a chuva. Sem sucesso, me dei por vencido e coloquei a capa de chuva para seguir. Peguei um trecho inicial com chuva forte, muito vento lateral e pouca visibilidade, que melhorou após uns 20 minutos. Segui por mais de uma hora até meu destino chegando já a noite. Parei em um Motel que havia reservado pouco antes enquanto jantava, que era mais econômico e atendia minhas expectativas. Com um pouco de fome, enquanto pesquisava o mapa, vi que tinha um Dominos pizza perto e então encomendei e fui buscar de moto, pois o delivery também e caro. Combinei um Café da manhã no dia seguinte com a Fê Berto e o Renan, ambos da faculdade.

Comi exageradamente quase toda pizza e fui dormir.

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Dia 135 - 12/09/19 – Despertei por volta das 8h e fui encontra-la conforme combinado. Tomamos um café da manhã e ficamos batendo papo até perceber que eu estava um pouco atrasado, pois neste dia tinha revisão da moto agendada as 12h em Detroit, motivo pelo qual havia seguido até tão longe no dia anterior. Ao voltar no hotel, arrumei as coisas e sai rapidamente.

Chegando na fronteira, em dúvida se deveria fazer imigração de saída, passei o pedágio e voltei caminhando para confirmar que eu não deveria fazer nada. Na sequência cheguei a fronteira dos EUA que havia fila. Na sequência segui direto para concessionaria, chegando com 1 hora de atraso, que não me resultou em problemas. Don era o único funcionário da oficina autorizada da BMW em Detroit. Acabou basicamente trocando o óleo por 220 dólares, o que me atendeu, já que foi o mais barato que encontrei, apesar de não ter sido o serviço que se espera de uma autorizada BMW. Me valeu pelo carimbo no manual.

Enquanto aguardava a revisão, conversei com a menina que vendia acessórios na unidade. Era motociclista também e me deu umas dicas de como poderia viajar mais barato pelos EUA, me apresentando o site Bunk a Biker. Terminando o serviço, o Don me ofereceu acampar em seu jardim, porém, infelizmente já havia reservado um hotel pela região no Priceline, que já havia me cobrado. Agradeci e segui viagem.

Chegando ao hotel, me estabeleci em um ótimo quarto acima da média de qualidade pelos mesmos 50 dólares. Aproveitei até para um banho de banheira.

Saí caminhando para um taco Bell perto dali, e jantei até matar minha fome que era grande.

Voltei ao hotel e dormi confortavelmente.


Dia 136 - 13/09/19 – Acordei na preguiça e atrasado para o checkout. Arrumei tudo e saí destino a Chicago. Sem muitos problemas segui pela boa estrada que para o final me apresentou ao lago Michigan. Chegando na cidade já vi algumas pessoas praticando kitesurf, o que me animou. Passando pela avenida principal, já avistei de longe os famosos prédios do centro de Chicago. Belíssimos parques a minha esquerda, sendo que um deles tinha uma fonte enorme! Já me encantei com a cidade à primeira vista.

Segui o GPS até o endereço onde morava o Jardel, amigo da faculdade. Parei em um quarteirão próximo que me pareceu seguro, já que não havia garagem no prédio. Cheguei ao prédio e passei a vergonha de ter que perguntar qual era o nome dele, pois só o conhecia por apelido. Cheguei e fui muito recebido por ele e por sua esposa Lara. Checamos a mailbox, que estava o restante de minhas encomendas contendo uma faquinha e um spray anti urso. Agora sim me sentia completo para me aventurar ao Alaska! Saímos caminhar um pouco pelo parque que estava em frente ao prédio, e me mostraram de longe uma bela vista do centro da cidade no fim de tarde. Quando voltamos ao apartamento, prepararam uma deliciosa massa para o jantar regado a uma boa cerveja. Desisti de ir em busca de um blues como era minha ideia inicial. Inflaram um colchão muito confortável na sala e fomos todos dormir.


Dia 137 - 14/09/19 – Acordei cedo e comecei a planejar qual seria meu dia. Já com algumas dicas que me deram no dia anterior. Sai e peguei um ônibus quase conforme orientado, pois fui no sentido errado. Para não pagar outra passagem, fiquei até o último ponto e esperei no ônibus para que voltasse, economizando 2,50.

Desci em na torre do relógio e fui caminhando em direção ao centro. Chegando próximo ao riverwalk, fui perguntar de um passeio que me interessava, onde íamos de barco pelas construções com o guia explicando a complexa arquitetura da cidade. Para minha sorte, peguei um passeio que ia só pelo rio, saia em 2 min e custou 21 dólares, metade do que esperava pagar.

Chicago foi vítima de um fogo que destruiu 66% da cidade, e depois disso foi reconstruída pelos melhores arquitetos do mundo, justificando sua importância na arquitetura e a grande beleza da cidade. O passeio foi rápido em 45 minutos mas explicou bem o básico da história da cidade.

Saí do barco e continuei a caminhar até o Millenium park, a fonte da cidade e o observatório que haviam recomendado para ver uma vista panorâmica da cidade, que realmente era linda. Caminhei de volta e parei para almoçar em um Taco Bell. Fiz meu pedido e sentei para comer. Ao meu lado, pouco tempo depois começou um negro a me insultar, chamar de imigrante e algumas outras merdas. Fiquei quieto até que cuspiu 2 vezes e me levantei. Chegou a perguntar se eu queria brigar, mas apesar da vontade de me vingar, simplesmente afastei para outro lugar. As atendentes começaram a pedir para que ele parasse e então ele começou a gritar com elas também. Terminou o show jogando as cadeiras para cima e foi embora. As atendentes falaram que ele costuma vir e causar problema, mas paciência, acontece.

Segui passando pelo marco histórico do fim da route 66, famosa rodovia que existiu no pais e atualmente foi englobada por ruas e outras rodovias, existindo apenas alguns trechos históricos. Voltei caminhando o mesmo caminho e passei pelo navy píer, que na verdade é um grande shopping. Daí segui caminhando pela região costeira passando por todas praias de Chicago, chequei a moto, que estava tudo bem e cheguei de volta no apartamento por volta das 20:00.

Tomei um banho cansado mas iria comer a famosa pizza de Chicago. A Lara topou jantar também, e o Joao infelizmente estava de plantão. Jantamos a volumosa pizza no tradicional Giordanos e tomei uma cerveja. Voltamos e dormi por volta da 0:00 depois de percorrer mais 20km caminhando no dia. O dia seguinte estava planejado para ser longo.


Dia 138 - 15/09/19 – Acordei por volta das 4:30. Difícil levantar e enrolei até umas 5 h na cama. Comecei a arrumar para sair, busquei a moto e montei as malas, conseguindo sair por volta das 6h. Na verdade, quando olhei o relógio correto, era 5:00, mas por engano meu que não havia mudado o fuso horário.

Saí da cidade na chuva ainda a noite e dirigi umas 2 horas na escuridão até começar a nascer o dia. Pouco depois acabou parando a chuva também. Comi um Mc Donalds de café da manhã e segui viagem pelo dia duro. Tentei dirigir parando o menos possível e assim dirigi 1409km por volta de 16 horas (2 de parada). Peguei um belo pôr do sol que botou fogo no céu deixando-o totalmente vermelho. Cheguei na cidade de Wall nas Badlands assim que anoiteceu. Me restava ainda mais 27km em estrada de terra para um camping que eu não sabia se seria seguro, se tinha gente e se podia acampar.

Dirigi os 27km ponderando entre seguir e voltar até que cheguei. O local estava cheio de gente e me aparentou seguro para dormir. Comecei a montar minha barraca já a noite. Não havia chuveiro para banho, apenas sanitário. Tampouco tinha comida para o jantar. Então simplesmente deitei e dormi.