Patagônia
Em Dezembro de 2015, iniciou-se a viagem partindo de São José dos Campos - São Paulo até o destino final na cidade de Ushuaia -ARgentina. Para chegar lá, quem me levou foi uma bela BMW GS 800. Viagem realizada em 45 dias com alguns imprevistos, porem sem grandes intercorrências.
Na primeira semana viajei grandes distâncias passando pelas cataratas do iguaçu e mendonza, chegando na fronteira argentina-Chile
dia 1 - 16 de janeiro de 2016
Comeca a viagem! Depois de uma maratona de palantao nos ultimos 20 dias e correria para comprar todos equipamentos necessarios, comeca a viagem. A programação e SP> Maringa> Foz do iguacu> Corrientes> Santa Fe> Cordoba> Mendoza> Santiago> pucon> Bariloche > Esquel > Perito Moreno > El Chalten > El calafate > Puerto Natales> Rio Gallegos > Comodoro Rivadavia > Puerto Madryn> Bahia Blanca> Buenos aires> Chuy > Porto alerge.
Parou de chover em SP na hora certa! 735km rodados em aproximadamente 9h com 2 pausas de 5 min e uma maior de 30 min. Em troca da Chuva veio o sol, obrigando a amenizar as vestimentas de protecao resultando em picada de abelha no tórax por conta do casaco aberto e uma queimadura leve na mao por não estar de luvas.As costas ja deu uma reclamada. Tudo resolvido com um Chopp no jantar. Programacao seguinte foz do iguacu, aprox 415 km.
Dia 2 - 17 de janeiro de 2016
Ceu azul, sol bombando e 470 km rodados. Otima estada, tudo duplicado e percurso feito em aproximadamente 4 h. As costas estão reclamando bastante já. Estou evitando ao máximo usan anti inflamatórios pra não fritar o rim, mas não vai ter jeito, amanha a pernada e longa de novo e ta no limite já. Sem imprevistos, so o calor incomodando demais com o equipamento completo (sem piorar a queimadura na mao). Falando em piorar, a picada da abelha piorou bastante, ter que medicar hoje também.
Cumpri a etapa da viagem rápido e cedo, sobrando a tarde livre. Não era minha intenção um dia turístico, mas como um bom japonês, fui pras cataratas tirar foto pelo lado da argentina que não conheço, e no meio disso, avaliar o grau de dificuldade que teria pra atravessara fronteira. Bem tranquilo. Jantar em uma bela churrascaria paranaense, com o ótimo preco e qualidade. Preparar para dormir dopado pelo relaxante muscular e anti histamínico.
Em tempo, conheci um grupo que segue mesmo trajeto (inclusive passando por Santiago) com gs 800 e 1200. Muito gente fina o cara, tendo problema com do grupo com assaduras. Devemos nos encontrar bastante por ai.
Programacao para amanha e entrar na argentina e seguir para corrientes, aproximadamente 620km. Torcer pra lombar aguenta bem.


Dia 3- 18 de janeiro de 2016
Puta que pariu, que calor. Isso define o dia. Aproximadamente 620 km rodados em 9:30h. Acordei um pouco mais tarde porque os dias são longos aqui, e achei tranquilo sair mais tarde. Fui fazer cambio antes de sair e descobri o quanto nossa moeda não vale nada. Agradecimento especial ao PT que afundou a economia do nosso pais.
Após todos preparos, segui rumo a fronteira, onde tinha uma fala e fiquei no sol por uns 20 min, começa ai o dia. O bom foi que ali fritando, tava parte de um outro grupo de 15 motos que seguia pro atacama. Muito legal trocar experiências e consegui dicas valiosas. Depois disso, segui sozinho viagem, todo aparamentado com os equipamentos de proteção e ainda sim morrendo de calor (não, o vento não ajuda muito, as roupas são impermeáveis). Olhei no termômetro que media 25 graus, reclamei e segui, sem saber que em instantes chegaria a 38 graus. Cozinhando no caminho, parei no posto, onde descobri que o litro da gasolina ta entre 5 e 6 reais, fui pegar uma agua pra acalmar o susto da gasolina cara e paguei equivalente 7 reais na garrafa. Nessa hora, juro que so pensei na dilma... mas passou. Dai peguei estrada e depois de um tempo vi nuvem pela frente. Parei, coloquei as roupas de chuva (por cima de tods outras que já estavam me cozinhando!), protegi as malas e segui. Peguei uma chuva relativamente leve no trecho e já não avistava mais a nuvem de chuva. Parei no próximo posto comprar outra agua e colocar a gasolina que vale ouro. Tirei as capas ate pq estava inviável pro calor. Assim que tirei, começou o temporal de novo. Puta que @#$! Esperei pacientemente e segui depois da chuva. E assim foi a viagem inteira... dezenas de reais em agua, centenas em gasolina, e não chegava nunca.
Pra terminar o dia que ta longo, cheguei em resistência (ótima dica dos colegas de estrada pra fugir da policia que tenta ganha dinheiro na ponte de travessia das cidades). Havia procurado hotel mas não reservado então fui encontra-los. Fui direto no mais barato. Pessimo hotel que ta custando uns 140 reais. Ainda morrendo de calor pedi por ar, sabendo que tinha fiquei nele mesmo. Desmontei as bagagens da moto, fui pro quarto e tentei ligar o ar mas não tinha controle no quarto ( pq segundo a senhora que demorou 30 min pra vir ligar, roubam controles do quarto). Depois de esperar tudo isso, fui tomar um banho gelado para acabar o dia, e eis que não tem banho gelado, o aquecimento e central e so tem agua morna ou quente... pode misturar do jeito que quiser. So entrei no banho morno sem reclamar e acaba por ai meu dia. Lombar ta otima hoje. Amanha sigo pra santa fe, 540 km , tentando melhor planejamento pra fugir do calor e arrumar hotel melhor ou mais barato.
Dia 4 - 19 de Janeiro de 2016
Dia 4 – 540 km Rodados em 7h. Acordei com o humor zerado, sei que não existe uma boa aventura sem grandes perrengues, so tive um pico de stress, e guardo rancor apenas da Dilma e sua quadrilha. Levantei mais cedo para tentar viajar pela manha, mas sem perder o café da manha, já que tenho almoçado 1 empanada no caminho. Enchi a garrafa e agua no próprio hotel para economizar no caminho. Sigo viagem com tanque cheio, ceu azul a 30C, sem cogitar a reclamar. Estrada se mantem mesmo nível ótimo da argentina com termômetro atingindo 39C! A partir das 13 h, realmente faz muita diferença em comparação com a manha associado ao tempo extremamente seco. As retas intermináveis junto com a insolação/calor e a desidratação (2L de agua em 7h com diurese zero!) proporcionam momentos de sonolência extrema, aumentando em muito o numero de paradas. Tudo bem, achei uma bela playlist de rock no spotify que durou a viagem inteira (alias, aceito recomendações de playlists).
Cheguei em santa fe, cidade grande. Fui direto pro hotel que havia pesquisado e nele fiquei. Sai na cidade em busca de casa de cambio, onde consegui um preco melhor. Provavelmente viajei pois achava que havia pago 2.7 mas deve ter sido 3.7, por isso o desespero em relação ao preco que não ta tao absurdo assim. Isso melhorou muito os cálculos da viagem.
Por fim, check-up geral na moto com gasolina, calibragem, apertar parafusos, limpar corrente e lubrificar, so ficando devendo a lavagem. Um belo chopp quilmes e preparar para horas de sauna amanha. Programação para cordoba aproximadamente 360 km em 4:30, mais tranquila poque o dia seguinte ta pesado.
Dia 5 – 20 de Janeiro de 2016
360 km rodados em 4 horas, mais 1 hora procurando hotel. Não mudou muito em relação aos outros dias, retas intermináveis, paisagem constante, calor, insetos sendo atropelados pelo capacete e viagem mais curta hoje, permitindo saída mais tarde e chegada ainda cedo. 42,5C de máxima no termômetro hoje... sim, isso mesmo. Como fiquei 1 hora rodando atrás do hotel, uma hora tive que parar e esperar porque caiu um pouco a pressão e desmaiar em cima da moto não deve ser bom . Mas tudo certo, hotel ótimo custo beneficio e bem localizado com tempo de levar a moto pra tomar banho. Esta parte da viagem ainda esta sendo cumprir quilometragem, paisagens monótonas sem muitos pontos turísticos. Amanha sigo para Mendoza, 680 km aproximadamente em 8h. Amanha tem chão. Saída programada para o mais cedo possível sem perder o café da manha. Ainda cogitando perde-lo e sair assim que raiar o dia, evitar o sofrimento de 8 h no caldeirão. Vamos ver...








Dia 6 - 21 de Janeiro de 2016
Andes a vista! 701,3km em 9:30. Enfim, acordei as 5 e sai as 6 no raiar do sol. O guarda gentilmente me fez um café horrível mas com ótima intenção quando ia embora. Tive um bom papo com ele eo guarda do estacionamento que adoram o brasil. Sigo sentido Mendoza e resolvo seguir conselho dado por eles para ir por uma rota diferente, pouco mais tortuosa, mas bonita e que termina igual ao outro trecho em uma cidade chamada são luis, onde seguiria para Mendoza. Seguindo o conselho, sigo pela ruta de las cumbres com temperatura muito agradável por volta dos 20C. No meio deste caminho me perdi e desviei 20km tendo oportunidade de ver uma paisagem diferente. Chegando na estrada recomendada, linda paisagem! Dirigir em serra, quem tem moto sabe como e divertido, ainda mais pelo fato de quebrar a rotina de retas intermináveis. Desviei pra um off road lavar o rosto no rio de geleira. Dirigi por 2 horas nesta região me dando ao luxo de parar desayunar medialunas de tao agradável que estava. Em seguida, descia serra de volta as retas intermináveis e ao calor. Já estou lidando muito bem com isso. No meio do caminho parei para mudar muscia e parou um carro ao lado, assustei e vi um casal que prestativamente perguntava se estava tudo bem. Por acaso ele também era motociclista e conversamos um pouco da viagem e em seguida seguiu com a esposa dando risadas quando falei pra ele largar o carro e me acompanhar. Impressionante o espirito de prestatividade e companheirismo dos motociclistas que viajam nestas estradas. Se reconhece de longe por conta das bagagens e tamanho de moto, todos sempre nos cumprimentamos, muito legal.
Chego em são luis, e com medo de me perder, não entro na cidade e sigo viagem pela ruta 7 sentido Mendoza. Mal sabia eu que ainda com meio tanque, teria 150 km de estrada, reta, a 41C sem sombra e sem posto de gasolina. Quase... cheguei no posto quando já tinha 1 so ponto de combustível. Carrego galão reserva, mas ainda não o achava necessário, começar a reavaliar isso.
Cruzando a fronteira do estado, passei por mais 1 controle policial e como os outros, não fui parado. Em seguida tem um controle sanitário. Nunca vi um desses funcionando tao bem, provavelmente por Mendoza ser cheio de vinícolas a fim de evitar importação de pragas. Após passar pelo controle rigoroso, sigo pelo corredor onde havia escrito, “desincetizacion”. Em seguida outra placa escrita “cierre las ventanas”. Bom, fechei a viseira do capacete e segui pelo corredor tipo aqueles lava jato. Eis que começa a jogar vaporzinho refrescante de veneno em mim. Acelerei e ainda tocou o alarme reclamando que fui rápido... nem olhei pra tras e segui viagem. Muito quente o trecho final, de novo, com dor de cabeça e bastante sonolência. Avistei de longe os andes, já cercado de vinícolas pela estrada e enfim cheguei. Problema no hotel que tinha reservado mas resolvido rápido. Amanha programado para ficar em Mendoza, dia de descanso. Lavar moto, roupa, tomar um bom vinho, descansar para a viagem ate Santiago, muita expectativa de paisagem nesse caminho. Conhecerei nosso próximo desafio (Daniel Igami), aconcagua e a tao famosa estrada los caracoles.
Dia 7 - 21 de Janeiro de 2016
Dia livre em mendoza. Começa tarde com uma bela ressaca depois da cerveja com o pessoal da bigsur expedition, dicas valiosas. Basicamente comer bem e beber otimos vinhos catena o dia todo. Zero bala pra amanha, programado ir para vina del mar encontrar o Alvaro Lagos N. Aproximadamente 450 km.