Patagônia

  Chego na fronteira da argentina com chile, descendo pela famosa estrada los caracoles. desço pelo chile até pucón. Chego a voltar para a argentina porem termino este trecho, novamente no chile em futalefu.

 
 

dia 8 - 25 de janeiro de 2016

Chi chi chi, le le le, viva chile! Patricio ArayaSergio Navarro ArayaJorge ArayaAlvaro Lagos NFrederico Calefo BertaiaGustavo SpindolaLeandro Bernardo388,3km rodados em 10h. Saida de Mendoza atrasada pois esqueci de trocar pesos chilenos e o tive que fazer as 9 quando abria as casas de cambio. Descobri neste momento que me haviam roubado 300 dolares em algum momento, por descuido em deixar as coisas no hotel (Nunca tinha tido esse tipo de problema). Como não havia o que fazer, tentei relevar e seguir viagem. Sigo pela ruta 7 de Mendoza sentido Chile, paisagem linda cercada de vinhedos com os andes ao fundo, ficando cada vez maior. Em um certo ponto, passo a margear a corredeira do rio Mendoza, proveniente do degelo dos andes, que me segue por vários quilômetros. A paisagem já se mudando mas sempre espetacular, obrigando varias paradas para fotos. Enfim chego ao parque nacional do aconcagua, compro o ingresso e sigo para visita-lo. No caminho já o havia avistado com tempo aberto, mas chegando ao parque, o topo já estava escondido por nuvens. O tempo fechou extremamente rápido e agressivo (meio tempestivo), por isso o medo dos alpinistas com horário. Parei a moto e deixei capacete e casaco expostos com a mala (trancada) pois não tinha como carrega-los. Segui rapidamente para o mirador tirar umas fotos e voltar. Já se sente um pouco a altitude nessa caminhada ainda que muito baixo. Sai correndo na volta porque já começava a chover.
Sigo sentido chile, sempre com imponentes montanhas cercando por todos lados. Otima estrada com varias pontes cruzando a montanha. Uma delicia pra dirigir moto. Enfim entro no Chile! Chegando na fronteira encontro uma enorme fila a qual me rendeu 1:30h parado para burocracias. Entrando já estamos de cara em los Caracoles, composta por 28 curvas fechadas e 2 tuneis para permitir descer uma enorme montanha. Linda vista e linda estrada ainda que o tempo estivesse bem fechado e com muito vento. Realmente as laterais dao para abismos, mas a qualidade e ótima, e basicamente tem que ser bem barbeiro pra se acidentar ali. 
O plano inicial era seguir para vina del mar encontrar um amigo, mas por conta da dificuldade de comunicação e encontrar wi-fi, segui para Santiago. Chegando, havia meio que decorado o caminho como 2 alternativa e por isso não dando muita atenção. Me fudi. Voltei ao tempo em que não existia waze, internet e toda a facilidade que nos acostumamos. Bom, basicamente acertei a primeira parte do caminho e errei 1 saida. Cai em um lugar x e dai comecei a me perder o que durou horas ate achar a alternativa de hotel em Santiago que havia preparado. Me encontrei porque em algum momento vi uma corredeira que atravessa a cidade e que conhecia, segui ela e cai em uma região familiar onde estive há menos de 1 ano com a Isa. Dai em diante tranquilo, fiquei so 1 hora queimando gasolina e dando voltar ate achar o hotel (tinha foto apenas do arredor do hotel, se escapava essa área fudeu). De qualquer maneira sempr odeiei entrar em cidade grande com moto. Estabeleci no hotel, administrado por um senhor 72 anos que adora motociclismo e tem 2 motos. Conversamos e terminei a noite no restaurante tomando um bom vinho. Sabado ne, não pode deixar batido, hehe. Programacao e ficar em Santiago.


 

Dia 9, 10, 11, 12 - 26 ao 28 de janeiro de 2016

Parada em Santiago, e fim da primeira parte da viagem. De agora em diante a programação e descer pra patagônia mesmo. Primeira parte acabo sendo cumprir quilometragem, apesar de muito bem aproveitado. Ao menos já se percebe na cidade que a temperatura sera outra, ultimo trecho já sem sentir calor em nenhum momento, pelo contrario, momentos chegando a 15 C já estavam refrescantes demais. Santiago a noite já se sente frio de bermuda e camiseta, mas dizem que em geral ta quente por aqui. A parada permitiu mandar e-mails, pesquisar e estudar o trajeto seguinte. Havia desistido de ushuaia em si, mas talvez volte a entrar no cronograma, já que o estou cumprindo bem mesmo em longas distancias e em dias seguidos, sem ter usado os dias disponíveis para atraso. Aproveitando, moto para revisão (Outra facada,mas se ultrapassar os 10.000 km perco a garantia. De Santiago para baixo, a única concessionaria disponível exige desvio de aproximadamente 1000km ida e volta), reavaliar as necessidades da mala, lavar todas roupas, descansar lombar, backup de fotos, reserva passeios e ainda encontrar o Alvaro Lagos N (Gracias por el almuerzo!) pra uma cerveja no almoço. Algumas pendencias ainda do Brasil como preparar o currículo também já resolvido. Dia 26 sigo de volta para o brasil por avião, pois tenho uma entrevista dia 27 para residência medica em São jose dos Campos. Rever mae aflita, família, namorada e amigos a medida do possível, tempo apertado. Dia 28 volto e 29 sigo viagem. Apesar de corrido e maior gasto, ganho uns dias já estando em Santiago agora. 
Alias, pelo jeito tenho dado sorte. No domingo, a tempestade que me alcançou no final da viagem ainda na estrada, derrubou pedras na estrada e interditou ainda sem data para liberar. Como caiu em 2 trechos, parece que tem por volta de 4000 pessoas ilhadas por la, abrigando nos tuneis ate liberarem a estrada. Ontem, parece que algumas ondas gigantes passaram a invadir alguns pontos da orla de vina del mar ( quase fui pra matanzas surfar no sabado, desisti por que tava chovendo, imagina so!), e por ultimo agora a noite, 25/01, Terremoto 4,1 pontos ao norte de Santiago. Bom, não senti mas parece que pegou forte em vina. Espero nao ter problemas no voo amanha. Na volta o plano e seguir para Pucon a 787 km em 9h. Grandes expectativas pra essa cidade muito famosa por vários esportes.


 

Dia 13 - 29 de janeiro de 2016

De volta a viagem pra iniciar o segundo trecho. Havia desistido de ushuaia por recomendações de que não era nada demais, porem, recalculando a nova etapa da viagem, coloquei de volta. Apesar de nada demais, como uns colegas do caminho me disseram, e como um troféu para o motociclista que vai a patagônia.(Ushuaia is back on the schedule Paul 'Papa Paul' Pospisil Bento Delgado Kardos) Não ligo muito mas após algumas alterações, ainda e viável a depender dos imprevistos. Dentre as alterações, mudei um trecho planejado em 2 dias para 1 (hoje). Deixo 3 dias para imprevistos e atrasos( antes havia 5). Vamos vendo no que da. 
Hoje pos viagem que sempre e cansativa, acordei cedo deixar tudo preparado e fui para casa de cambio. Resolvido isso, segui viagem começando pelas 10 da manha sentido pucon. Como estava descansado, resolvi fazer tudo em 1 dia, aproximadamente 800km. Viagem tranquila com estrada ótima, toda duplicada sem buracos com melhores paisagens e ótimo clima ( finalmente!) Paisagem começou nos vinhedos e plantações de pêssego (sentia o cheiro na estrada), com grandes bodegas chilenas passando pelo caminho na famosa rutas del vino. Em seguida muda a paisagem com muitas plantações de trigo, depois araucárias, depois planícies e finalmente a região de pucon. A paisagem e incrível, acho que agora de fato começa a render boas fotos. E muito estressante e causa muita preocupação ficar de moto em grandes centros. A 40 km de pucon, um acidente inclusive com vitima fatal e por isso ficaria bloqueado o caminho por horas. Precisava chegar para confirmar meu passeio se não o perderia, sem contar hotel que não tinha reservado. Aceitei a recomendação do policial e peguei um desvio, e descobri no meio que era ripio. Enfim começa a aparecer na viagem ( Estrada com cascalhos e pedras, mais difícil de dirigir e mais fácil de cair. Muitos trechos pelo caminho). Sem problemas fora a nevoa de poeira que sujou tudo que recém lavei. Cheguei na cidade, reservei o passeio e me estabeleci em quatro compartilhado. Cidade linda, mas fim de semana fica igual litoral em feriado. 
Amanha fico por aqui, acordo cedo para subir o vulcão villarica, um dos mais ativos existentes no chile com ultima atividade em marco/ 2015 mas agora tranquilo.


 

Dia 14 - 30 de janeiro de 2016

Dia 14 – Dia parado em Pucon. Linda cidade e visita ao belo vulcão villarica. Muitos esportes nesta cidade no verao, falta tempo so. Dia começa cedo, subida extremamente íngreme, principalmente no final, superando minhas expectativas quanto ao esforço físico necessário. O villarica e um dos principais itens que compõe a bela paisagem de pucon, e la de cima, a visa e completa, inclusive com magma explodindo dentro da cratera, algo que nunca tinha visto. Descida felizmente rapida, pois e feita por "skibunda", alem de divertido, sendo apenas o trecho final a pe. Tempo ainda para visitar los ojos de caburga, com aguas muito azuis e transparentes e quadas nada demais.
Planejado seguir para Bariloche, 350 km em 5 h provavelmente estendidas para fotos. Pasarei pela famosa Ruta de los 7 lagos, ripio esperado pelo caminho a frente.

 

dia 15 - 31 de janeiro de 2016

380 km rodados em 10 horas. Dia longo! Acordo a tempo do café da manha e já inicio as preparações básicas para montar a moto, rotina diária que sempre me custa um bom tempo, apesar de carregar o mínimo tentando ser o mais pratico possível. Carrego um top-case atrás com roupas e coisas de valor (computador, hd externo e etc). No lugar do garupa, vai embaixo o tanque de combustível reserva com extintor de incêndio, e por cima a mala que carrego itens da moto como câmara reserva, limpador e librificantes de corrente, ferramentas e vários outros itens de manutenção/reserva da moto. Ali no meio de tudo, ia o tripé da maquina fotográfica e agora a barraca que inclui no equipamento para este trecho. A frente vai a “tank bag” onde coloco todos documentos, protetor labial, spot e tudo mais de necessidade durante a viagem. 
Inicio viagem sentido Bariloche, com paisagem ainda muito bonita sempre avistando o vulcão villarica, que amrca a paisagem da região. Quando começo subir os andes em direção a fronteira, o villarica cede espaço ao vulcão lanin, maior e na fronteira entre chile e argentina. Na fronteira, aquela demora burocrática de sempre, onde perdi mais 1:30. Ao menos conheci 2 senhores chilenos que viajavam na região, e como seguiriam o mesmo caminho, fomos todos juntos por uns 100km, onde me separei porque chegava na ruta de los 7 lagos e queria ter liberdade de parar. Em san martin onde nos separamos, resolvi parar almocar, já que iria aproveitar o tempo parado para descarregar a gopro que chegava ao limite de memoria. Ao sair, esqueci a tank bag aberta e foi tudo pro chão, inclusive a principal câmera que uso pra fotos. Guardei tudo e segui viagem. Ao parar logo na saída de san martin de los andes para tirar foto (ai já começava as paisagens), percebi que a câmera não funcionava direito. Tentei mexer e nada. Segui viagem meio puto e triste por perder as paisagens do resto da viagem, parei de novo, mechi em algumas coisas e nada. Na terceira parada ainda inconformado, mexi no espelho dentro do corpo da maquina e voltou funcionar. Acho que foi a maior felicidade da viagem ate agora. Dai em diante segui a viagem por essa ruta que dispensa descrição. As fotos talvez transmitam metade do que realmente e essa paisagem.
Cheguei em Bariloche por volta das 20h. Ainda fiquei rodando procurando hotel. Cidade muito cara e cheia, onde os quartos compartilhados estão mais ou menos o mesmo preco dos individuais que ficava. Assim que me estabeleci, sai para encontrar um amigo Ezequiel Puccitellique não via faz muito tempo. Muito bem recebido, me levou a 3 bares diferentes, incluindo um bar de gelo, interessante mas extremamente turístico. 
Programacao seguinte que seria ficar em Bariloche, foi cancelada. Cidade muito cara. Único motivo da parada seria faze kite no lago nahuel, mas juntou que não tem vento e na consigo mais contato com a empresa que tinha pesquisado. Tambem desisti de seguir para esquel, sigo direto pra futalefu, aproximadamente 380km em 5h.


 

Dia  16 - 01 de Fevereiro de 2016

Já a noite, estou acampado na margem do rio futalefu tomando um belo vinho chileno. Um belo dia hoje, rodado aproximadamente 380 km em 8 h. Dia começou com o Ezequiel dando um valioso suporte para fazer cambio, correr atrás da ultima tentativa de fazer kitesurf no lago nahuel (Infelizmente não deu certo mesmo), e guiar a saída da cidade. Sigo sentido esquel, onde pegaria a saída pra futalefu no chile. Paisagem ainda montanhosa com alguns lagos com a parte final perto de esquel voltando a grandes e quentes planicies com eternas retas a uma máxima de 38 C. Puta merda, metade da minha mala e pra frio e não paro de passar calor, não se faz frio nessa patagônia! A partir de esquel desvio sentido futalefu, cidade chilena bem pequena, que abriga um dos melhores “white water river” para pratica de rafting. Já na cidade de esquel, avisto helicópteros voando carregando agua. Já havia visto a noticia que esta tendo um incêndio no parque de los alicerces, que se ve a fumaca pela estrada, que ainda estão tentando controlar. 
De esquel a futalefu são 45 km de ripio que foi bem tranquilo. A paisagem e incrível. De novo muda mas de uma maneira diferente, meio bucólica, com uns pastos, umas casas abandonadas, sei la. Senti que começa a patagônia que esperava (com exceção do calor), sendo que a perspectiva do caminho a seguir e que se mantenha assim com estradas de ripio, bem vazias, carros passando ocasionalmente, cidades pequenas, sem combustível por perto e com lindas paisagens. Por exemplo, se quer wi-fi por aqui, va ate a praça principal da cidade onde a prefeitura fornece gratuito. 
Termino a noite com um cordeiro patagônico e chopp de futalefu no cardápio. Como esqueci de ir duplicar meu dinheiro no cassino em Bariloche, pretendo economizar bem. Por isso camping esta incluso com preferencia nas estadias. Hoje como disse, consegui um na beira do rio, que inclusive não trocaria por outro hotel. Programacao para amanha e fazer rafting o dia todo no rio. O dia economizado em Bariloche pretendo gastar ficando 1 dia a mais por aqui, que além de barato ta fenomenal.


 

Dia  17 - 02 de fevereirio de 2016

Dia em futalefu. Noite longa. Acampar não e o mais confortável, mas já esperava isso. Acontece que para economizar dinheiro/ espaço, trouxe somente a barraca, sem saco de dormir e isolante térmico. Alem de nada confortável o chão duro, passei bastante frio durante a noite, acordando varias vezes. Enfim usei as roupas de frio que trago comigo, que ajudou bastante mas não totalmente. Achei que compensariam o saco de dormir, mas estava enganado. Acordei quando a barraca já estava confortavelmente esquentando com o sol, e fui para o rafting, agendado as 10:30. 
A paisagem deste lugar e demais, ainda mais quando se esta observando pelo rio a todo momento. Otimo dia hoje. O rio de fato tem boas corredeiras, mas rafting acho que não e muito meu esporte. Muito comercial e turístico, sendo que no barco você e tipo uma mula que rema pra frente ou pra tras, controlado pelo guia, com direito a uhull do pessoal no barco e bater remos depois das partes mais intensas. Paciencia. Tentei alugar caiaque pra descer as corredeiras, o que deve ser muito mais legal, mas eles so permitem mediante varias aulas caras. Aproveitei bem o dia, foi legal mas acho que deu por ai. 
Amanha fico por aqui pois economizei 1 dia em Bariloche e vou gasta-lo aqui, sendo que ta barato e to adorando meu quintal. Agora quanto ao frio vamos ver, talvez me acostume melhor a dormir em barraca porque foi o primeiro dia depois de muito tempo sem acampar, e tenho como reserva usar as roupas da moto (que quero evitar por estarem sujas e empoeiradas do ripio). Terminar a noite tomando outra garrafa de um belo vinho chileno que por enquanto e a melhor tática pra enfrentar o desconforto e frio da noite. Programação pra amanha sera ficar por aqui, lavar todas roupas, dar uma geral na moto ( principalmente corrente), estudar o mapa para o próximo trajeto ( parte da viagem com mais ripio, mais vazia e menos postos de gasolina), testar novos tipos de montagem da moto e descansar para o dia seguinte que sera longo.