Alaska

Que trecho! aqui os andes ja não continuam tão presentes. uma pausa em lima para encontro de uma otima companhia. em seguida, volto para as praias me aquecendo conforme sigo norte. a viagem entra no kit tropical: calor, pernilongo, mar e esportes! Prrengues me acompanham, mas mantenho o ânimo da viagem alto.

 
 

Dia 28 - 29/05/19 –Acordo sem obrigação as 5:30. Após o jantar tenho ido dormir muito cedo, pois os dias são cansativos. De manhã não consigo wi-fi, então vou procurar um café da manhã ver se melhora o sinal. Meu objetivo e ficar parado na cidade e atualizar as redes sociais.

Ao buscar café da manhã por volta das 7h, não consigo encontrar nada tradicional como estamos acostumados. Os desayunos servem pratos como almoços! Macarronada, frango frito, peixe frito, lomo saltado. Em meio a muitos caminhoneiros, encontrei um pão com ovo.

Voltei ao hotel com objetivo de trabalhar fotos e vídeos, porém não havia internet. Conversei com a recepção, tentei restabelece-la sem sucesso. Decidi então seguir viagem para próximo de Lima. A saída acabou sendo por volta das 11 horas. Segui viagem com o asfalto em pior qualidade, perto da praia, bom clima e ainda muitas curvas. Paro pelas linhas de Nasca tirar umas fotos.

Sigo viagem até o anoitecer, que acontece na cidade de Ica. Paro no primeiro hotel que encontro e já tenho um bom preço a 35 soles. Estabeleço-me e saio para jantar em um shopping. Opto pelo velho e bom fast-food, pizza hut no caso. Fico impressionado como o KFC faz muito mais sucesso aqui. Não é à toa que há pollerias em todo lugar.

Troco de quarto para uma melhor internet. Vou dormir encucado se estou em um motel pelas gemidas do corredor, apesar de não haver nenhum sinal de que seja. Paciência, amanhã sigo viagem.


Dia 29 - 30/05/19 – Saio cedo pois o atraso me custaria 5 soles a mais. Sigo em direção a Lima, e chego já em poucos quilômetros. Ao chegar, já noto o transito muito semelhante a La Paz, com muitos carros buzinando e não respeitando o bom senso do transito. Sigo o GPS diretamente para a concessionária onde havia agendado a revisão de 10.000km com antecedência. Chego e sou recebido pelo Marcos, muito prestativo e atencioso. Após breve conversa me oferece um taxi ao hotel que me hospedaria.

Chego ao hostel da rede Loki. Optei por esse pois já queria ficar perto da região onde me hospedaria no dia seguinte, pagando mais caro no quarto compartilhado do que a média dos outros lugares que estava me hospedando. As grandes capitais são sempre mais caras.

Já estabelecido e de banho tomado, desci ao bar no próprio hostel onde encontrei cervejas geladas e me estabeleci editando vídeos até a noite. Havia 2 brasileiros trabalhando no local e a maioria dos hospedes também eram. Ao anoitecer, já bêbado, pedi um hambúrguer para jantar quando vi que ia começar a bagunça da balada. Não que não goste, mas estava bêbado e cansado já, querendo acordar cedo no dia seguinte. Por aí acabou minha noite.


 

Dia - 30 - 31/05/19 – Às 7h já estava de pé arrumando as coisas para partir. O hotel que ficaria está a 3 quadras. Às 8 h encontraria minha querida Isabela que chegava para me visitar. Cheguei no hotel e fiquei novamente no computador, até por volta de 11 horas quando chegou a Isabela que teve seu voo atrasado. Deixamos as coisas e já saímos para visitar o centro histórico.

Bonito centro histórico de Lima, nos mesmos padrões das outras cidades porem em maior porte. Encontramos por acaso um ótimo restaurante chamado museo del Pisco, recomendo.

Pela noite um delicioso jantar para colocar o papo em dia pessoalmente.


 

Dia 31 - 01/06/19 – Chega junho em ótima companhia! Dia dedicado a caminhada por Miraflores e Barrancas. O almoço acabou sendo por volta das 18h e já ficou como jantar. Ótimo restaurante no shopping Larcomar. Os roteiros não dizem muito a respeito, porem foi um dos pontos altos do dia. Caminhamos aproximadamente 15km, como gosta de andar essa menina.

Feliz com a visita!

Feliz com a visita!

Dia 32 - 02/06/19 – Dia mais tranquilo para curtir a ressaca do dia anterior. Caminhamos apenas até uma feira artesanal tradicional da cidade. Pela noite um excelente jantar em frente ao sitio arqueológico Huaca Hallamarca, em despedida a Isabela.

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Dia 33 - 03/06/19- Me despeço de minha noiva que pegaria o avião pela manhã. Aproveito o bom hotel para banho, internet e descanso até o limite do checkout. Sigo em direção a concessionaria para buscar a moto. Ao chegar, está pronta para seguir viagem e limpa, merecido depois de 30 dias e completar os 10000km. Pago 850 soles pelo serviço e sigo viagem. Saída conturbada de Lima pelo transito das 13h. Sigo viagem com um certo aperto pela saudade de todos e da Isabela. Na correria do dia a dia, nos perrengues, acaba passando desapercebida a solidão de viajar sozinho.

Sigo até próximo do anoitecer e me estabeleço em uma cidade chamada Paramonga. Acabo encontrando um bom hotel, com boa internet, banho quente a 25 soles! Decido postergar minha estadia para me organizar melhor e planejar o roteiro seguinte. De volta às pollerias! Depois de ¼ de frango, vou descansar.

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Dia  34 - 04/06/19- Dia parado. Encontro um ótimo almoço de frutos do mar e preço justo! Pela tarde organizando a mala e moto, percebo uma parte do suporte das malas rompido. Entro em contato com a Alltracks que me sugere soldar provisoriamente e se dispõe a repor o produto quando eu voltar. Busco um soldador para o serviço no dia seguinte. Decido ficar mais 1 na cidade. Não me preocupa o atraso, pois tenho a travessia Colômbia panamá agendada para dia 13 julho. Tenho 40 dias para gastar no resto de peru, equador e Colômbia. Melhor gastar alguns em lugares baratos. Lavo a luva que está impossível de usar pelo mal cheiro. Aproveito também para organizar as malas, pois a Isabela me trouxe algumas coisas e levou outras, para que eu otimize meus equipamentos.


Dia 35 - 05/06/19 – Aproveito logo cedo para resolver o problema da solda, feita com sucesso. Uma oficina bem simples, comandada pelo senhor chamado “Pato”. Sou uma novidade ali na cidade, todos parando para ver e perguntar da moto. Ao lado da feira, os cuy´s e frangos sendo mortos para venda. Parte o coração ver, mas é base da alimentação aqui, faz parte. Tomo um café em frente a oficina, com um simpático senhor chamado Jorge, que adora moto e fica encantado com a história. Suporte consertado, almoço deliciosos frutos do mar e volto ao hotel para deixar tudo pronto para o dia seguinte. Destino Huaraz.


Dia 36 - 06/06/19 – Dias os suficientes parados para recarregar energia. O ânimo foi abaixo nesses dias pós Lima. Saudade da família, amigos e já dá Isa que acaba de me visitar. A questão de viajar sozinho, não trocaria, pois, tem suas vantagens assim como suas desvantagens que pesaram nos últimos dias. A parada foi boa para recarregar energias e animo. Sigo destino Huaraz sem planejar muito, sabendo que é um parque nacional turístico. Huaraz na verdade e a capital de Ancash. A viagem segue tranquila por uma região bem rural, e pelo caminho além das plantações vejo as maízes secando fazendo os deliciosos petiscos que acompanham os pratos. Pelo caminho vejo surgir um Riachuelo que me acompanha por toda estrada com aguas cristalinas e aumentando conforme cada afluente se acrescenta. A paisagem começa a se transformar para beleza das montanhas com rios cristalinos, lagoas e picos nevados. Chego em Huaraz, cidade enorme! Como grande parte das cidades pelo Peru, entro pela parte local e comercial que se apresenta caótica e bagunçada. O transito em todo país e rodeado das motos transformadas em minicarros, e nas loucuras deles, caotizam o transito. Cheguei no meio da tarde e não tão cansado, o que me permite que procure com mais calma algum lugar para ficar. Tinha alguns pontos para procurar hospedagem, porem frequentemente mudo para algum mais barato e melhor qualidade como desta vez. Me estabeleci em um hotel por 35 soles (preço por quarto compartilhado por pesquisa em internet), com “cochera” ao lado da Plaza de armas. Mais um achado que não chamo de sorte, pois se repete a toda cidade que deixo para buscar hospedagem de “última hora”. Estabelecido ainda pela tarde, busco um almoço e como uma deliciosa truta. Depois de um descanso, visito o museu arqueológico, coisa comum pela região. Termino a tarde bebendo em um centro de bares da cidade. Bêbado, volto ao hotel tomar um banho. Tomado! Vou atrás de uma balada, pois não fui a nenhuma até hoje. Na rua recomendada, encontro algumas gigantes e turísticas, olhando para mim como gaviões por ser gringo. Na procura encontro uma vazia, porem agradável. Ali me estabeleço até ouvir queen, o que me anima a continuar. Saio dali completamente bêbado e como um lomo saltado ao lado do hotel (o que me lembro vagamente). Ali acaba gloriosamente minha noite.


Dia 37 - 07/06/19 – Que ressaca! Sempre me arrependo levemente por beber tanto, porem e difícil trocar uma noite divertida pelo outro dia cult. Sem chance de sítios arqueológicos ou lagoas ou montanhas. Sinceramente, todos lugares são arqueológicos no Peru, e não menosprezando, deixarei para conhecer os principais pela viagem.  Lagoas e montanhas, também conheci muitas! Sei que cada beleza individual, porem seriam viagem de 3h ida e volta cada. Não tenho condições físicas.

Que belo dia de preguiça! Almoço uma truta quando consigo sair da cama, e na sequencia volto para ela. Por volta das 13h levo a roupa para lavar e volto para cama, muito esforço. Pouco depois, compro isqueiro, shampoo e protetor solar que me faltavam (pressão da Jaca e Pirula, amigas dermatologistas). Troco moeda que precisava. Volto a dormir. Pela noite, janto outra truta pois criatividade não é meu forte. Durmo cedo pois o dia inútil tem que acabar.


Dia 38 - 08/06/19 – Muito tempo gasto “parado”, mas pronto para outra! Aproveito o café da manhã o que me permite seguir mais longe. Em geral, quando tomo o café da manhã consigo seguir até final da tarde e quando não, como algum snack pelo almoço. Comer muito me dá sono e deixa a viagem sofrida. Sigo viagem por uma estrada pelo meio do centro de cidades. No meio da parte expressa, muitos bloqueios! Eles aparecem um atrás do outro, fazendo com que circule 120km em 4h! Paso por uma bela hidroelétrica com piscinas de reserva, a qual não valorizo, até pelo cansaço da parte anterior. Na sequência me vejo no meio del caynon del pato. Confesso ter estudado ele no planejamento, porem ter esquecido. Que surpresa agradável!

A paisagem não para de impressionar, passo por uma hidroelétrica que me deixa atordoado pela beleza. Cavara a rocha para drenar parte do rio. Daí me aparece uma cachoeira para pintar um arco íris. El gran finale é a cachoeira “velo de noiva” que me encanta e me faz tirar o drone para melhores fotos. Que dia lindo.

Pelo final, vejo aji´s secando... área muito rural. Até quero tirar foto de tudo, mas se continuo nessa, não cumpro distancias. Tenho que abdicar algumas paisagens e sigo viagem. Chegando a Puerto Malabrigo, conhecido como puerto chicama, A onda esquerda mais longa do mundo! Encontro um hotel que se diferencia a todos outros pela hospitalidade. La ola azul. Janto em um restaurante recomendado por eles, que faz jus a fama. Como muito bem e muito barato. Ceviche bem servido e mais outro arroz e mariscos.


Dia 39 - 09/06/19- Acordo cedo, ansiedade para surfar depois de um bom tempo. Lembro também que não havia entrado no mar! Vou até a praia ver como estão as ondas as quais me parecem ter diminuído porem surfável. Alugo a prancha com wetsuit pois a temperatura ainda e baixa. Sigo para a praia descobrir o que seria chicama. Para surfar, ando até a ponta da praia onde são pedras e dali saltamos ao mar. Não foi muito difícil com o tamanho de mar que estava, entre 0,5m e series de 1m. O vento constante ali, nos empurra para fora do pico, porém é muito longo o lugar onde quebram ondas, e por um bom tempo você pode pegar as ondas, mesmo que um pouco pior de qualidade. As esquerdas são realmente perfeitas! Depende de condições porem estavam perfeitamente lindas pela minha experiência. Poderia ter pago um adicional de 70 soles para ter um barco me levando para o outside, pegar as melhores ondas (que estava crowdeado, pois todos gringos pagam). Fiquei extremamente satisfeito com minha escolha e surfei por 3 horas. Saí do mar para buscar a go pro e aproveitei para descansar 30 minutos. Voltei para surfar com a câmera. Surpreendemente não havia mais ninguém no mar e quando reparei, as condições haviam piorado bastante. Baixou a maré, aumentou o vento e diminuiu o período. Entrei sozinho no mar e me diverti por mais 2 horas. Fora de forma, e sem surfar faz tempo, tive um ótimo dia! A felicidade extrapolava, notável. Devolvi a prancha, e fui conhecer as barracas da praia, afinal era domingo. Pessoal nas suas motinhas, que viravam carrinhos tunados curtindo um sol regional e tomando uma cerveja. Sentei em frente à praia e tomei também a minha cerveja depois de um ótimo dia, acompanhado de um belo ceviche direto do porto ali em frente. Muito interessante uma praia tão ótima para o surf com um enorme porto ao lado, o que talvez justifique o nome malabrigo. Voltei para o hotel apresentando a cidade que me orgulhava de ter conhecido, para as redes sociais. Depois de um banho e descanso, estava pronto novamente para o jantar, que fui servido no mesmo restaurante da noite anterior com outro ceviche (frutos do mar nesta vez) e chicharones, que são na verdade frutos do mar à milanesa. Termino um dia perfeito.


Pôr do Sol na sacada do meu dormitório compartido.

Dia 40 - 10/06/19 – Tem sido ótimo acordar sem despertador, pois acabo acordando sempre entre 7 e 8 horas. Me sinaliza a idade chegando... Me despeço do pessoal do hotel, me senti muito em casa pois é muito familiar, recomendo muito para quem vai visitar chicama (La ola azul). Após uma centena de quilômetros, chego a Pacasmayo. Entro na cidade para conhecer a plaza de armas e comer um tamal norteño, recomendados pelos pais de um grande amigo, o Telmo. Cidade como muitas outras peruanas, feio na entrada, porem a parte turística muito simpática e agradável. Esta especificamente também e famosa pelas ondas e pelo surf. O tamal me parece uma tapioca de milho (salgada) e a que recebi regada a limão, aprovada. Sigo destino Mâncora. Já perto, passo por los Lobitos, também famoso, porem o horário não me dá ânimo o suficiente para visitar. Não esperava por isso, mas chegando em Mâncora, me surpreendo com a cidade. Muitos hotéis, bares e pessoas pela rua. Já havia pesquisado algumas opções de hotéis, tendo 2 hostels como possibilidade, já que os preços em medias eram muito altos. Parei pelo tradicional Loki, uma grande balada rolando! Fui em busca da outra opção que era mais cara, porem em frente a praia. Não pude acessar por estar em area restrita a veículos e com garagem incerta. Voltei ao Loki e me estabeleci por ali mesmo em um quarto com 8 pessoas.

Estabelecido, fui ainda pela tarde ao bar no próprio hotel com boa música ambiente. Comecei a tomar cerveja, com incentivo dos tradicionais happy hours da rede Loki. Fiquei bêbado por ali mesmo e quando vi, nem havia jantado. Fui atrás de um hambúrguer pela cidade pois já havia fechado a cozinha do hotel. Acabei encontrando uma barraca chamada “El generoso”, que para um bêbado com fome, me parece uma bela propaganda. Chegando lá, um venezuelano de 17 anos era o único atendente, que me vendeu um hambúrguer não tão generoso por 7 soles. Acabei comprando outro. Neste tempo, me contou um pouco de sua história muito sofrida. Havia saído de sua cidade sem dinheiro, caminhando pelo caminho em busca de emprego, por conta da sua situação crítica na Venezuela. Um emprego simples no Peru, lhe permitia enviar dinheiro para ajudar sua família na Venezuela. Contou o quanto o país estava em situação caótica e desespero, contou o quanto havia sofrido, o que me impressionou.


Dia 41 - 11/06/19 -  Resolvi ficar o dia pela cidade pois me pareceu muito agradável, com perspectiva de vento e kitesurf para este dia. Agradavelmente, o kitesurf e esporte que tende a melhorar pela tarde. Saí pela manhã tomar um café da manhã pela cidade e fui em busca de lugares para alugar equipamento e na terceira opção encontrei uma boa opção. Peguei o contato e aguardei receber mensagem de quando haveria entrado o vento. Fiquei na piscina e recebi a mensagem por volta das 12h. Ao chegar lá, não estava tão bom o vento, porem insistentemente com muita vontade de velejar, entrei no mar com um kite ozone 12m.  Derivei tentando orçar no vento fraco o que me custou uma árdua caminhada de volta. Fiquei na escola por toda tarde na esperança de aumentar o vento e cogitando entrar com o foil, tudo sem sucesso. Voltei ao hotel e comecei novamente na cerveja. Jantei por ali mesmo no limite de acabar o último happy hour. E fui para uma péssima noite de sono. O ciclo se manteve dentre pernilongos picando, cuja solução era cobrir totalmente com lençol. O calor estabelecido, me obrigava a sair pegar um vento fresco fora do quarto, até voltar e começar tudo novamente.


Dia 42 - 12/06/19 – Acordo exausto pela noite nada relaxante. A ideia de sair cedo vai embora junto com os pernilongos, o que me permite descansar mais algumas horas. Acabo saindo tarde do hotel por voltar das 9h. Sigo com destino algum lugar no meio do caminho até montañita, de maneira bem otimista. Vejo pelo caminho muitos caminhando no acostamento em sentido contrário. Chegando à fronteira, paro na primeira placa de migracion. Me informo ainda na moto, e o guarda me orienta parar a moto no estacionamento. Sigo ao local indicado e vejo uma multidão de gente no local. Eram venezuelanos que seguem sul em busca de alguma dignidade. Muitas tendas da Unicef, Onu e ong´s por ali tentando manter o mínimo de direitos humanos como agua. Situação muito triste.

Entro pelo único lugar possível e vejo uma enorme fila. Não há placas ou pessoas para melhor informação. Ao perguntar, me informam que são 2 filas: 1 de venezuelano e outra do resto. Me vou ao resto. Tenho 2 oportunidades de perguntar informações para 2 pessoas da aduana que passavam ali, sendo 1 deles com cachorro para ver se eu tinha drogas. Me respondem de maneira como “ sim, sim, sim, só esperar”. Aguardei por umas 2 a 3 horas. Quando chegou minha vez, o policial me informa que a fronteira que deveria cruzar é do outro lado, ali era apenas para quem entraria no Peru. Indescritível esse momento.

Ainda que quisesse registram melhor a situação dos venezuelanos na fronteira, era tamanha a raiva, que peguei a moto e segui para o outro lado. Já imaginava outra fila me aguardando e de fato, estava. Fiz rapidamente a migración de saída e fiquei mais horas para entrada no Equador. Me acalmei nessa hora, pois sabia que ia longe pela velocidade que andava. É necessário blindar seu humor aos imprevistos, pois não chegarei ao meu destino se passar a me preocupar com eles.

Saí das burocracias as 19h e segui pelo caminho já a noite. Péssimo andar a noite, contra minhas regras, porém não tinha opção. Pelo caminho ao encontrei boas opções de estadia além de motéis. Cheguei até a cidade de Machala que na avenida principal já tinha um Mcdonalds e pouco adiante um hotel que acabei me estabelecendo por 20 dólares. Esse seria o novo valor do “barato “ ao longo da minha viagem. Comi o Mc Donald, reclamei do chuveiro quente que não funcionava, troquei de quarto e dormi.


Em frente à praia atualizando o site.

Em frente à praia atualizando o site.

Dia 43 - 13/06/19- Aproveito a manhã com internet boa para ligar ao panamá fazer pesquisa de pastilhas de freio e pneus que preciso comprar em breve. Tenho andado usando mais o dianteiro para durar a traseira. O panamá e zona franca, e todo resto e absurdamente caro (como 3 vezes mais). A manutenção da moto e algo que deve ser feito a longo prazo, para que evite grandes surpresas e grandes prejuízos. Sigo por uma estrada semelhante ao Peru, pelo meio de cidades e cheia de caminhões, ao contrário da impressão inicial do dia anterior. Passando por Guayaquil, melhora a estrada. Cidade grande, e almoço novamente no Mcdonalds. Ali ao conectar na internet, vejo um colega que me gravou dirigindo, pegou meus dados pelos adesivos da moto e me mandou uma mensagem oferecendo ajuda para cidade. Fiquei muito feliz pela iniciativa e agradeci, porem seguia para montañita. Segui passando por ayargue em busca de informações de mergulho e cheguei em montañita. Depois de algumas voltas encontrei o hostel que havia procurado. Muito bom, em frente à praia por 40 dólares os 3 dias em quarto com 4 pessoas. Ayargue não convenceu com seus pontos de mergulho e acabei desistindo de gastar os 85 dólares. Ainda de tarde, dei uma volta pela praia, pela cidade e fiquei pelo hotel no computador atualizando tudo pendente, regado a cerveja. Começou uma chuva pela noite acabando com qualquer chance de estender a noite.


Dia 44 - 14/05/19 – Fui de manhã tomar um café da manhã ali mesmo no hotel olhando a praia. Já com o computador, estendi até o horário do almoço atualizando o de sempre. No almoço, sai dar uma volta na cidade em busca de um bom lugar, e acabei parando em um menu de 6 dólares, com salada, fritas e lula à milanesa. Ao voltar, notei que os 2 que compartilhavam quarto comigo saíram, fiquei sozinho no quarto até o dia seguinte. Sem muito o que fazer, pesquisei preço do aluguel de prancha caso entrasse ondas, o que não aconteceu. Pro fim da noite, assisto o jogo da seleção brasileira regado a cerveja. Converso com o barman que sugere ir para uma disco mais tarde. Acabo jantando um hambúrguer e deitando até o horário da disco, porem acordo as 2h da manhã e prefiro virar para o lado e dormir.


Dia 45 - 15/06/19 – Acordo novamente sem hora pois havia pago por 3 dias, sendo que o desconto era significativo ficando todos eles. Fico o dia buscando o que fazer, de novo sem sucesso. Me questiono se não deveria ter seguido viagem, mas paciência. Montañita e uma cidade muito boêmia, o que é ótimo, porém não o meu foco. Não tendo onda para surfar, tempo nublado, o forte seria as inúmeras festas da noite que começam por volta da 1h. Fui buscar as roupas que havia deixado para lavar, organizei as malas, deixei tudo pronto para sair no dia seguinte. Tentei achar um lugar para cortar o cabelo, porem era 8 dólares e estavam fazendo cortes tipo Neymar, achei melhor abortar. Almoçei um belo peixe com camarão no próprio hotel e acabei ficando pela tarde tomando mais umas cervejas e vendo jogos da Copa América. Foi um final de semana custoso no final das contas, com hospedagem relativamente cara para quarto compartilhado, cerveja cara e refeições cara. Jantei o mesmo hambúrguer do dia anterior e fui dormir para tentar fazer o dia seguinte produtivo. Seguiria ao volcão Quilotoa.


Dia 46 - 16/06/19 – Sozinho, acordo antes do despertador. Tudo praticamente pronto do dia anterior, e por voltar das 7:15 já estava pronto para partir. Aproveitei a internet da manhã para conversar com a Isa, e planejar o caminho. Umas 7:40 sigo viagem. Trajeto pista simples com asfalto mantendo uma média de boa qualidade e muitas curvas. Meu destino fica no interior do Equador, obrigando-me a cruzar uma área mais montanhosa e cercada de floresta. Viagem mais cansativa, piorada pelo calor de 33 graus com sol. A temperatura me obrigava a fazer mais paradas para refrescar. Já depois de Quevedo, passei por 2 lugares em que as pessoas se banhavam no rio, afinal hoje é domingo. Morri de vontade de pular no rio, porem brigava com a vontade de chegar e me estabelecer logo. Pensando, já estava longe e me arrependi, pois, o calor era forte ainda. Alguns quilômetros depois, vi uma placa indicando uma cachoeira, e sem pestanejar entrei. Chegando ao local, era um restaurante organizado, com preço justo em comparação ao que estava pagando em Montañita e com uma formidável cachoeira! Troquei de roupa e fui diretamente dar um mergulho. A beleza da cachoeira era muito maior que minha expectativa, uma surpresa muito agradável. Voltando, conheci o argentino Luís que viaja há 4 anos com sua esposa, e estavam aqui trabalhando há 1 mês e meio e me sugeriu acampar aqui pela noite. Refiz meu planejamento e vi que seria viável ficar por lá, e o peixe defumando ao fundo me convenceu. Almocei o peixe que estava uma delícia e fui novamente para cachoeira com intenção de mais umas fotos e vídeos sem ninguém e banho.

Estabelecido, fiquei o final da tarde atualizando textos no computador, já que não há internet, aguardando os visitantes irem embora para armar minha barraca. Ao anoitecer, fui convidado a tomar uma bela cerveja alemã oferecido por um dos funcionários, de sua coleção pessoal. Depois da cerveja e camping arrumado, fui convidado por eles para jantar empanadas. Levei o pisco que comprara no vale del Cotahuasi, e acabamos com ele. Era despedida de Luís e Sabina, que viajam há 4 anos, e estavam ali há 1 mês e meio para juntar dinheiro. Dali seguiriam lentamente de volta a casa. Conheci também o dono do local com sua esposa, que aproveitaram para uma rápida consulta de seu filho que tinha escoliose. Já alcoolizado, dormi muito bem ao som da cachoeira que se confundia com a chuva da madrugada. Ótima temperatura, ótima noite de sono na barraca.


Dia 47 - 17/06/19 – Acordei com o som da cachoeira se confundindo com o da chuva. Apesar da intenção de seguir cedo, fiquei por mais 1 hora na barraca esperando melhorar o tempo. Acabou evoluindo para uma neblina que de pouco em pouco também molhava. Fui desmontando a barraca e me organizando lentamente na esperança de melhorar o tempo. Fui convidado pelos anfitriões a um café da manhã que acabou sendo um desayuno (arroz, ovo e mandioca frita). Comi um pouco apenas para não pesar na viagem. Depois de tudo montado, me despedi agradecendo a hospedagem que me custou apenas 2 dólares, sem cobrar o jantar ou café da manhã.

Segui viagem com uma pequena neblina, mas protegido pela capa de chuva. Ao subir, já estava ao meio das nuvens, que lentamente ficavam para as altitudes mais baixas. Chego na cratera do vulcão Quilotoa e paro um pouco antes no estacionamento. Deixo minhas coisas na moto pois não seria possível a caminhada com todo equipamento. Já no início à vista era linda! Uma bela lagoa verde dentro da cratera, e uma íngreme descida até ela. Desci em 20 min o estimado de 30min e fui até a lagoa para tentar alugar um caiaque. Ao chegar, me restringiram a um lugar pequeno coberto do vento e em um caiaque duplo. Recusei a experiência que custaria 5 dólares. Tirei umas fotos e já me coloquei para subir, que custou 45min o estimado de 1:30. Me alegrei de não estar tão fora de forma após a derrota do huayna potosi. Ao chegar na moto, todos pertences ainda estavam lá para minha alegria. Encontrei um casal brasileiro que também seguiam destino Alaska. Conversamos e trocamos experiências e na sequencia cada um seguiu viagem para seu lado.

              Segui em direção a Baños por uma estrada ótima na primeira metade com 4 pistas e na sequencia entrando pelo meio da cidade e mais uma estrada de curvas carregada de veículos. Chego no destino no final da tarde, ainda sem hotel planejado. Passando pela estrada avisto um grupo de 4 motos paradas em um posto de gasolina, e me direciono a elas buscar informações. Eram 4 poloneses que alugaram moto em Quito para percorrer o equador. Estavam em Gs 800, e também procuravam hotel. Quando o encontraram pela internet, segui eles e acabei me estabelecendo no mesmo lugar.

              Quem nos recepcionou foi o Luís, que também tem uma moto e deu ótimas informações para o planejamento do roteiro no dia seguinte. Segui ao centro em busca de um lugar para cortar o cabelo, pois já estava prestes a não caber no capacete. Encontrei uma peluqueria e cortei com uma senhora simpática que adorava a Anitta e não parava de falar dela. O corte ficou conforme queria, e jantei ali por perto.


Dia 48 - 18/06/19 – Aproveito um ótimo café da manhã no hotel e saio para o roteiro previamente planejado. Sigo inicialmente para o Pailón del Diablo. A estrada pelo caminho e muito bonita, rodeada de belas cachoeiras de todos portes. Os tuneis também tem agua caindo por dentro deles por causa da chuva de fora. Chegando ao destino, início a caminhada até perto da base dela, sendo orientado pelo guarda, que pela chuva, estava molhando muito, porem me tranquilizou por estar equipado com a bota e capa da chuva. Na base, espirrava agua para todos lados, de maneira que acabei me molhando mesmo protegido, foi como entrar com a capa em uma piscina.  Cruzo uma ponte e não vejo mais caminhos para conhecer apesar de avistar uma ponte em cima. Descubro que é de outra empresa, e sigo para ela. Apesar da mesma queda, a paisagem e bem diferente e igualmente impressionante. Percorro todo trajeto me aproximando bastante da queda, o que gera um certo medo. Depois de todas fotos tiradas sigo por volta das 13h ao próximo destino.

              Vou em direção ao la casa del arbol com um trecho também bonito de estrada. Paro pelo Café del cielo, restaurante de um complexo hoteleiro, também famoso pela bela vista para toda cidade. Aproveito um expresso com um crepe de frango com curry. Terminado, sigo para o destino. Ao acabar a estrada pavimentada no destino, decido seguir um pouco na terra ver onde dava. Algumas fotos pelo caminho e volto quando piora muito o trajeto. Paro en la casa del árbol e vou conhece-lo. Local famoso pelas fotos no balanço com impressão de precipício abaixo. Tirei a minha foto também. Ao sair, conheço o Francisco, de uma das 6 famílias que administram o local, sendo 1 semana para cada. Me conta que iniciou o balanço com cabresto de vaca, com intenção de diversão familiar apenas, e alavancou o negócio após uma foto ganhar um concurso da National Geografic.

              Sigo de volta para cidade e após trocar de roupas vou aos banhos termais. Fico pouco por estar muito cheio e volto para uma sauna no hotel. Baños aparenta ter muitos hotéis- spas e também tudo aparenta sem o mesmo preço aproximado de 40 dólares a diária.

              Depois do banho, Luís me convida para uma cerveja, e vamos a um bar agradável onde passava o jogo da copa américa Brasil contra Venezuela. Tomamos uma cerveja, e Luís se foi. Jantei no restaurante turco a frente. Fui dormir.


Dia 49 - 19/ 06/19 – Aproveito novamente o café da manhã e começo o planejamento do trajeto. Acabo ficando a manha decidindo se iria a Quito, onde ficaria e para onde seguiria. Por fim, decidi passar direto por Quito e conhecer apenas o teleférico que foi fortemente recomendado. O teleférico de fato era bonito, com uma ampla vista de toda cidade e os vulcões que a rodeiam. Fui na sequencia em direção a chamada “ciudad de la mitad del mundo” conturbada a Quito. Consegui entrar a tempo no parque para conhece-lo ainda neste dia. O complexo tem muitas lojas, museus e praças. O principal é um monumento de 9 andares ao qual se sobe ao último para uma vista aérea e desce por 9 andares de museu com cultura local, arte e ciência.

              Terminando de recorrer o parque, encontro lugar no hotel que havia pesquisado e me estabeleço. Saio para jantar em um parque com food truck. Ali como um bife de chorizo regado a cerveja até o fim da partida entre Argentina e Paraguai. Acaba minha noite.


Dia 50 - 20/06/19 – Sigo em direção à fronteira sem certeza que seria possível atravessa-la ainda hoje. Pelo caminho, aproveito as recomendações dadas pelo Luís e como um biscoito regional que vende na estrada, tomo um café a beira do lago San Paolo em um belíssimo hotel e sigo sem muito mais demora pelo caminho. No trajeto pelo lago, vejo uma área muito rural, sendo que me impressiona um senhor limpando um porco e uma senhora carregando uma quantidade impressionante de milho. Parei para algumas fotos e segui até a fronteira. Ao chegar perto a cidade já aparenta muito desordenada. Abasteço a Lopi e aproveito para pegar informações da fronteira. Não parecem muito promissoras.

              Na fronteira já me aparenta bem desorganizada, com muita gente oferecendo câmbio, seguro ou simplesmente vender algo. Paro minha moto próxima ao controle policial, pois diminui a chance de que eu seja roubado. Já sou abordado por um vendedor de Soap. Esse é um seguro obrigatório para circular na Colômbia que você só pode comprar na fronteira ou nas cidades, que me preocupava de não conseguir, mas realmente há uma grande disponibilidade na fronteira que cruzei. Entrei na fila indicada e mais uma vez sem nenhuma organização ou informação adequada. Fiquei na fila que indicava entrada na Colômbia e quando chegava minha vez depois de 1 hora, o agente me jogou com mais 2 estrangeiros para a fila ao lado onde indicava saída da Colômbia, dizendo que ali era a nossa. Nesse momento apesar do novo atraso, parei atrás de um casal de Medellín que voltavam de viagem ao Equador, conheci Deivid e Marite. Eles seguiriam também para Ipiales, logo após a fronteira. Me deram muitas dicas da Colômbia, inclusive o hotel do próximo destino. Eles seguiram antes pois apenas regressavam ao país de origem e eu ainda teria que comprar o soat e fazer os burocráticos tramites da aduana que me exigiam cópia de todos documentos que apresentei e ainda tirar foto do chassi da moto (ou pintar e copiar com fita adesiva).

              Feito os tramites da fronteira entrei no pais depois de umas 5 a 6 horas. Segui a Ipiales já a noite por uma pequena distância. Chegando na cidade, já havia pesquisado hotel, porem queria seguir para a recomendação do Deivid de outro com garagem e mais barato. Acabei me perdendo pela cidade para procurar o lugar no, ainda preocupado que a polícia me parasse e não tivesse as exigências colombianas de acordo. Por fim, encontrei e me estabeleci. Banho rápido e sair jantar com o casal que conheci na fronteira. Tomamos umas cervejas, um bom jantar em um pub inglês e fui dormir.